sábado, 17 de maio de 2014

Sou da Religião de Umbanda Sim, Senhor Juiz!










  Sou da Religião de Umbanda Sim, Senhor Juiz.

    Sempre em nossos posts tentamos colocar textos que mostrem algo de
ensinamento sobre a RELIGIÃO de Umbanda, podendo ser extensível ao
Candomblé e todas as ramificações de outras Religiões Afros.

    Contudo, esse texto de hoje não seguirá a forma dos outros já
postados, Vamos aqui, mostrar um lado horrível do ser humano, o lado
do preconceito, do racismo e da intolerância.

    Como esse assunto está sendo exaustivamente colocado em todas as
mídias, e como não poderia deixar de ser assim, nós do blog Umbanda
Yorimá, decidimos colocar nesse espaço o nosso desabafo e a nossa
insatisfação com o caso em questão que abaixo descrevemos:

Após um pedido de retirada de 15 vídeos com mensagens de intolerâncias
contra Religiões afro-brasileiras em uma ação proposta pelo Ministério
Público Federal, o juiz federal, Eugênio Rosa de Araújo, alegou que
tais crenças "não contêm os traços necessários de uma religião", que
seriam um texto-base, como o Corão ou a Bíblia , estrutura hierárquica
e um Deus a ser venerado.

    Na decisão, Araújo coloca que "as manifestações religiosas
afro-brasileiras não se constituem em religiões, muito menos os vídeos
contidos no Google refletem um sistema de crença - são de mau gosto,
mas são manifestações de livre expressão de opinião".


    E ai nós Umbandistas, Candomblecistas e todas as Religiões
ramificadas dessa cultura, perguntamos:

    E o que o Senhor juiz sabe de nossa Religião?

    Quem é esse senhor para dizer o que é ou o que não é Religião?

    Será que essa decisão é pelo fato de racismo?

  Será que é por preconceito, por intolerância religiosa?

    Será que é por interesses econômicos?

    Ou será que é por pura e simples ignorância ?

    Realmente não sei a resposta dessa insanidade.

    Mas sei que a Umbanda e o Candomblé estão muito acima do que
qualquer decisão de um ser preconceituoso, e que nada que for feito de
uma forma irracional tirará o brilho dessas lindas Religiões.

    Só frisando para entendimento que o juiz Eugênio Rosa de Araújo
não se posicionou na decisão com a neutralidade que requer o cargo.
"Eu acho que o juiz não externou uma posição como juiz, ele externou
uma posição como uma pessoa que tem uma religião, e o estranho é que
ele é um funcionário de um Estado laico. Ele, na verdade, ofende a lei
que ele tem que zelar, o próprio artigo da constituição que fala de
discriminação de religião e preconceito".

    Gostaria de frisar também que o Ministério Público já recorreu da
decisão desse juiz, e que representantes de outras Religiões abraçaram
a causa em favor das Religiões afro-brasileiras, assim como o frei
franciscano David Raimundo dos Santos, que disse que o magistrado
demonstrou desconhecer as religiões afro-brasileiras. "A definição de
religião que o juiz tem na cabeça revela total desconhecimento das
teses teológicas". Ele avalia que o texto justifica a mobilização dos
adeptos do candomblé e umbanda. "Caso os membros das religiões afro
façam protestos, terão o apoio de nós, católicos" afirmou o frei.


    Abaixo está a petição: Justiça Federal: Reconheça a Umbanda e o
Candomblé como religião.

Justiça Federal: Reconheça a Umbanda e o Candomblé como religião
Porque fere o estatuto de Igualdade Racial onde nos protege quanto a
Intolerância Religiosa oriunda de outras religiões sobretudo a
Evangélica. Nos excluir enquanto religiosos, é criar para toda
comunidade de terreiro afro-descendente um grande constrangimento, é
dar força ao preconceito em relação aos Umbandistas e Candomblecistas.
Nossas crianças seriam alvo de chacota e humilhação em suas escolas,
nossa luta em prol da igualdade étnica também seria ferida, logo que a
maior parte dos adeptos da Umbanda e Candomblé são negros. Se não
temos uma "bíblia" é porque somos uma religião iniciática. Nenhum
adepto que não seja iniciado não pode ter acesso aos nossos
fundamentos. É preciso ser iniciado para tal, ou seja, nosso
ensinamento é passado após processo de iniciação dentro do culto. É
um processo de aprendizagem prática e não por leitura. Há de se
respeitar a forma como cada religião resolve entre si passar seus
ensinamentos. É importante nos reconhecer por todos esses motivos que
ainda são poucos diante de toda expressão, de todo legado que os
negros outrora já tão oprimidos e escravizados, nos deixaram.

Assine por favor as petições abaixo:

Justiça Federal Reconheça a Umbanda e o Candomblé Como Religião 

17ª Vara Federal do Rio de Janeiro Reconheçam Candomblé e Umbanda Como Religiões

    E para o juiz Araújo apenas algumas frases de reflexão:

A melhor religião é aquela que te aproxima das pessoas através do
amor, e não a que te afasta delas através do preconceito.

Idiota é aquele que tem preconceito e usa o nome de Deus para
justificar esse mal.

Não use Deus que AMA a TODOS igualmente, para justificar um
preconceito que é SEU somente!

Nossa bíblia está muito acima do que o simples papel. Olhe para o céu
e busque seu entendimento espiritual.

Respeito o que carrego no peito! Religião de Umbanda sem preconceito.


Seu preconceito não vai mudar minha opinião, muito menos minha
religião. Umbanda sem preconceito.

Carlos de Ogum.





19 comentários:

Nando Perissê disse...

Texto perfeito meu caro amigo e irmão de fé! O que me surpreende não é tanto o preconceito mas sim de onde ele veio e no momento em que veio. Mas sei que esta decisão irá cair tão rápida quanto foi dada...e acharia justo uma retratação por parte do equivocado juiz.
Um grande abraço deste irmão do sertão.
Axé sempre!

Aninha de Iemanjá disse...

Bela forma de expressão!

É extremamente triste a ignorância das pessoas. Mas nada disso pode abalar tudo aquilo que Oxalá nos ensinou: amor ao próximo.

Que Deus possa iluminar a mente e o coração desse Juiz e de todas as pessoas que infelizmente pensam e agem como ele.
Axé!!!

Anônimo disse...

muito bom.

Carlos Dantas disse...

Lindo o texto! Extrema sensibilidade e educação. Parabéns pelo blog!

Aldo Cioffi disse...

Parabéns amigo Carlos pelo excelente conteúdo do post.

Núsch disse...

A umbanda me acolheu com amor e com simplicidade, como nenhuma outra religião que visitei. Quem dera religião fosse decida por esses preceitos e não pelos citados pelo tal juiz!

Anônimo disse...

Amo minha religião, sou da Umbanda e não tem juiz nenhum que possa mudar isso. Belo texto.

Claudineia Ramos

Anônimo disse...

Tudo que eu gostaria de ter dito a esse juiz sem noção. Umbanda é linda.

Jussara de Iemanjá

Anônimo disse...

Um ser como esse juiz nada sabe de nada. Tinha que estudar muito mais antes de abrir a boca para falar essa besteira.

George Maldonato

Anônimo disse...

Maravilha de texto Pai, esse juiz deveria antes de abrir a boca
acompanhar o que é uma gira em nossa religião de Umbanda.

Magda Freire

Anônimo disse...

Sem mais palavras meu querido irmão em Ogum. Como sempre a sabedoria reinou em seu texto. Parabéns. Patacori Ogum.

Pai Maciel de Ogum

Anônimo disse...

Meu filho querido, fiquei chocada com a decisão desse juiz. Meu coração está abalado, e somente suas palavras nesse texto que me deixou um pouco mais calma. Meretissimo senhor Juiz, por favor estude um pouco mais a cultura desse país que tem tantas pessoas que amam a religião de Umbanda e a religião do Candomblé. Se mostre pelo menos um pouco inteligente para ocupar esse cargo que ocupa, afinal, é o dinheiro dessas pessoas que o senhor tem esse tipo de preconceito que paga seu enorme salário.

Mãe Maria de Oxum. Mãe de Santo da Religião de Umbanda. RJ

Anônimo disse...

Vergonha essa intolerância religiosa vindo de uma pessoa que deveria ser extremamente preparada. O Brasil assim só tem motivos de se envergonhar de nossa justiça.

Erik Cunha

Anônimo disse...

Sou Advogado e umbandista de coração. Amo minha profissão e minha religião, e tenho orgulho disso tudo. Desculpe-me Meritíssimo, mas o senhor ultrapassou o seu senso de justiça vendo esse caso não como profissional, como tenho certeza que deve ser, mas como um fanático religioso que não deveria ser.

Miguel Santos Couto Mendes. Advogado RJ.

Anônimo disse...

Otimo texto Pai Carlos, mostrou lindamente sua insatisfação com essa pessoa preconceituosa, e com um senso de justiça nota zero.

Madalena Martins

Anônimo disse...

Parabéns Pai, falou por muitas pessoas.

Giovanni Santos

Anônimo disse...

Nota mil para seu texto pai Carlos e nota 0 para a colocação desse juiz.

Francisco de Xangô

Anônimo disse...

Super bem colocado Carlos, parabéns. Salve nossa religião de Umbanda.

Manoel Antonio de Faria

Anônimo disse...

Querido amigo Carlos, como sabe sempre fui fã de seus textos em seu blog de politica, e assim comecei a me interessar sobre tudo que você escreve, e foi assim também que comecei a ver a Umbanda com outros olhos, sou Católico e sempre tive um certo avesso a religiões afro-brasileiras. Agora acompanhando seus textos nesse blog, fiquei um tanto encantado com tudo. Admiro de verdade essa linda religião, e consegui entender algo que o Meritíssimo Senhor Juiz não consegue perceber, a Umbanda entendida, estudada, e acompanhada é talvez a mais linda religião dentre tantas. Meu caro Senhor Juiz, estude mais antes de tomar uma decisão descabida dessas, eu aconselharia ao senhor iniciar por esse belo blog dessa pessoa esclarecida dentre tantos assuntos, inclusive RELIGIÃO.

Profº Arnaldo Barreto

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