sexta-feira, 30 de janeiro de 2015 51 comentários

Poema a Mãe Iemanjá

                       


Autor: Carlos de Ogum.


    Na grandeza dos belos mares,
busco sua proteção,
a ti peço que me guardares,
me acolhendo em seu coração.

    A beleza em ti resplandece,
fazendo meus olhos brilharem,
ser seu filho a mim enobrece,
feliz em ter seus anjos me habitarem.

    Doce Mãe d'água nossa Rainha do Mar,
a ti clamo com fé e devoção,
seus encantos me faz eternamente te amar,
linda Mãe Iemanjá, deusa do meu coração.

        Seu olhar doce me encanta intensamente,
suas mãos protetoras sempre me encaminhando,
Mãe divina que me ama verdadeiramente,.
me protegendo e sempre me amando.

    Senhora poderosa do manto azulado,
em tuas mãos entrego meu caminhar,
seu mar encantador sobre o céu estrelado,
Fortalecendo, elevando e me ensinando a não errar.

    Sereia deslumbrante dos grandes oceanos,
Mãe dos peixes do fundo do mar,
me livrando dos espíritos perdidos e tiranos,
com seu manto sempre vem me abençoar.

    Doce luz que minha alma ilumina,
Santa poderosa que vem me acolher,
tua nobreza sempre me fascina,
Mãe Iemanjá, linda Rainha de grande poder.

    A ti querida e poderosa senhora,
entrego meu espírito e o meu viver,
fazendo entre versos e prosa,
uma homenagem a minha Rainha, o meu bem querer.

    Senhora de extrema beleza,
que cultiva a paz e o amor.
me fortalecendo com sua natureza,
sempre me iluminando onde for.

    Rogando estarei eternamente,
pedindo seu carinho e sua proteção,
te amando estarei imensamente,
Mãe D'água, rainha dos peixes, senhora divina do meu coração.

    Linda Orixá, deusa do rio Yemojá,
protetora sublime dos pescadores e jangadeiros,
iluminada pelos raios do Sol de Pai Oxalá,
Mãe tão bela protetora dos filhos de nossos terreiros.

    Majestade dos mares, nossa sereia sagrada,
nos cuidando com zelo e carinho, assim como só uma mãe o faz,
maravilhosa divindade linda, eternamente amada,
senhora dos Oceanos, mãe de todos os Orixás.

divina protetora da família em união,
deusa das pérolas do fundo do mar,
que sempre ampara o recém nascido com sua mão,
mostrando benevolência e luz ao nos amar.

    A ti Mãe protetora agradeço.
seu gesto de amor e caridade,
me acompanhando minha alma desde o começo,
fazendo de meu caminhar puro e cheio de felicidade.

    A ti querida mãe peço para me abençoar,
com a força de Ogum, Oxum, Xangô e Oxalá,
sobre as forças divinas do majestoso senhor mar,
lhe entrego minha vida querida senhora Mãe Iemanjá.

    Odociaba Mãe linda Rainha do Mar!

    Saravá Iemanjá!



Carlos de Ogum

terça-feira, 20 de janeiro de 2015 85 comentários

A História do Caboclo Sete Luas e o Curumim Joãozinho

       

Caboclinho Pequenino, Onde  É Que Eu Vou Morar?
Eu Moro Nas Matas Virgens Com Jurema, Juremá,
Nas Matas Pai Oxossi É Meu Protetor,
Medo Não Tenho, Sou Um Guerreiro Mirim,
Guardo Minha Aldeia Com Muito Amor,
Eu Sou Joãozinho Das Matas, O Pequeno Grande Curumim.



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Kiô Kiô Sua Mata Em Festa,
Saravá Seu 7 Luas, Ele É Rei La Da Floresta.
Eu Vi,
Um Caboclo Eu Vi Surgir Da Mata Virgem,
E A Luz Do Sol A Ele Clareou,
Vinha Conduzindo A Sua Caça,
Com Sua Flecha Certeira Ele A Pegou.
Kiô Kiô Sua Mata Em Festa,
Saravá Seu 7 Luas, Ele É Rei La Da Floresta.
Ele É Caboclo Forte,
É Cacique De Aldeia,
Ilumina Sua Luz,
O Seu Filho Ele Clareia.
Traz A Paz De Aruanda,
Nos Caminhos De Iemanjá,
Coroando A Nossa Umbanda,
Com A Coroa De Oxalá.



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    Um Curumim que desejava firmemente ser um guerreiro de sua tribo,
e um Cacique guerreiro que comandava seus valentes e destemidos
lutadores em prol da paz e segurança de sua aldeia.

    O Cacique guerreiro tem como seu nome Sete Luas, e o pequeno
Curumim era chamado pelo seu povo de Inaiê (Águia Solitária).

    E como será que essas histórias se entrelaçam?
    Como será que esses personagens foram escolhidos para trabalharem
pela caridade dentro da Umbanda?

    Tudo começou em uma aldeia indígena na região Norte do Brasil,
isso no final do século XIX e início do século XX.

    A aldeia era isolada no meio da extraordinária Floresta, ali os
índios só tinham contato com a Mãe Natureza, que era maravilhosa, e
dela retiravam seus alimentos.

    A Aldeia era chefiada por um índio extremamente forte, de poucas
falas, observador, que quase nunca sorria, sempre com seu olhar
penetrado, sereno e extremamente dedicado a seu povo, fazendo assim
com que todos os respeitassem acima de todos e apenas abaixo de seus
Deuses.

    Esse Cacique tinha o nome de Sete Luas, dado por seu pai após seu
nascimento e após ter pedido aos Deuses orientação para selar o
caminho de seu filho com um nome que poderia o levar a ser um grande
guerreiro e um supremo líder quando esse estiver dentro da idade de
herdar o carinho e respeito de seu povo, quando Tupã chamar seu pai e
antigo Cacique para o reino dos espíritos.

    Ao Olhar para o céu em uma noite clara, com seu filho nos braços,
o antigo Cacique e pai de nosso personagem o ergueu a avistar uma
formação não comum no céu da noite estrelada. Parecia-lhe 6 pequenas
Luas com uma grande ao centro. E essa Lua maior irradiava uma luz azul
linda, na qual ia de encontro com a criança, iluminando intensamente o
seu rosto.

    E assim o Cacique entendeu, que os deuses estavam mostrando que o
nome de nosso futuro guerreiro seria "Sete Luas", e logo foi dito a
todo povo da aldeia, que festejaram com danças e alegria, entendendo
que acabara de nascer o futuro Cacique Guerreiro da aldeia.

    Os anos passaram, Sete Luas cresceu, e ao completar seus 20 anos,
teve a perda trágica de seu pai, amigo, protetor e Cacique. E com isso
ele mesmo tomado pela tristeza de não ter mais seu ponto de apoio e
sua base de vida, teve que assumir o lugar de seu pai, virando assim o
Cacique Sete Luas, o guerreiro que agora deveria proteger seu povo,
chefiar seus guerreiros, encaminhar seus caçadores, ensinar o
companheirismo

    O Cacique Sete Luas tinha uma irmã consanguínea, na qual ele tinha
ficado responsável após o desencarne de seu pai, ele passou então a
cuidar dela como uma filha.

    Essa menina cresceu, se tornando uma linda mulher, sendo desposada
por um dos mais bravos guerreiros sobre o comando do Cacique Sete
Luas. Após algum tempo do entrelace, a irmã/filha do Cacique guerreiro
deu a luz a um menino, lindo como a mãe e robusto como o pai.

    Esse menino foi batizado com o nome de Inaiê (Águia Solitária),
pois como era de tradição entre as tribos indígenas, o nome dado ao
recém nascido, seria de algo que chamasse atenção do pai no momento da
apresentação da criança a mãe natureza.

    E no momento que apresentava o pequeno curumim, saia, em voou de
encontro aos dois, uma grandiosa águia branca, que posou diante dos
dois, de asas abertas, como abençoando aquela criança.

    Essa águia era companheira das andanças, caças e proteção da
aldeia do Cacique Sete Luas, pois onde ele se encontrava ela estava,
ou próxima ou mesmo sobre o ombro do guerreiro.

    Quando a irmã consanguínea começou a gerar uma nova vida em seu
ventre, a águia passou então a ficar nas copas das enormes árvores,
observando cada passo da índia gestante.

    Muitos observaram esse fato, e sempre apontando para a águia
solitária e protetora, como se ela fosse uma deusa entre os
indígenas.

    Então por esse motivo o pai do pequeno recém nascido, vendo a
atenção e a proteção daquela águia solitária, colocou o nome da
criança de Inaiê.

    Antes de completar dois anos de idade, o curumim Inaiê já foi
atacado por um fato extremamente dolorido e triste pelo senhor
destino, seu pai e sua mãe, como era de tradição deveriam ir em busca
de ervas raras para fazerem um amaci, que pedido pelo Pajé da aldeia,
serviria para a entrega do filho aos deuses da mata, ao completar dois
anos de idade.

    Na busca dessas ervas, o casal indígena, ao se aprofundarem em
matas distantes, se depararam com o mais terrível inimigo dos índios
naquela época, o homem branco.

    Os dois foram caçados e assassinados pelo inimigo, deixando seus
corpos jogados e inertes sobre a terra mãe e sobre o olhar dos
espíritos da mata, que choraram em forma de chuva.

    Ao longe a águia solitária observava tudo, e reconhecendo a força
do destino, apenas voou após o fato ocorrido, para ir em busca do
Cacique guerreiro, que prontamente foi ao local onde se encontrava os
corpos já sem vida dos seus irmãos de aldeia.

    A partir desse dia o Cacique Sete Luas passou a se responsabilizar
pelo pequeno menino indígena, fazendo seu juramento de cuidar da
criança por todos os dias de sua vida. Esse juramento foi feito pelo
nosso Guerreiro aos deuses da floresta, com os olhos lacrimejados e
dor no coração por ter perdido a sua doce irmã e seu mais nobre
guerreiro.

    Após o juramento ele vê um vulto ao longe que parado junto a uma
árvore sagrada, lhe diz:

    "Os Deuses das Matas reconhecem sua dor e também reconhecem seu
carinho e amor com o pequeno Inaiê. Contudo alertamos que a criança
está prometida aos espíritos superiores. Faça dele um pequeno
guerreiro, o mais rápido possível. Pois seu tempo é curto, ele partirá
antes da quinta lua grande aparecer, na volúpia sanguinária do atroz e
temido oculto ameaçador das matas. Mesmo assim você deverá lutar para mostrar sua força aos espíritos da floresta, para que um dia você possa cumprir sua promessa."

    Com essas palavras o vulto desaparece, sem deixar vestígios, sem
deixar uma resposta de entendimento do que poderia vir pela frente.

    O Cacique Sete Luas tomou para si a responsabilidade de mostrar ao
pequeno Inaiê a arte de ser um caçador destemido, de ser um peixe na
água, de ser um entendedor dos ventos, nuvens, estrelas e todas as
partes cedidas pela a Mãe Natureza.

    E mesmo com a pouquíssima idade terrena, o pequeno curumim já
demonstrava ser especial, entendendo tudo e demonstrando a todos tudo
que aprendera com o seu Cacique.

    Se passaram apenas 2 anos, o menino parecia realmente um guerreiro
destemido, e por todo lado que o Cacique Sete Luas ia, e tudo que
fazia, o pequeno Inaiê estava junto, fazendo, observando, aprendendo.

    O Cacique na lembrança das palavras do vulto que viu e ouviu na
floresta, começou a monitorar e proibir o pequeno curumim de se
embrenhar pelas matas, lhe dizendo sobre os perigos, e lhe pedindo que
só fosse entrar nas sombrias matas com a companhia dele, o Cacique
guerreiro.

    O Menino obedecia sem pestanejar o seu protetor e cuidador, não
queria preocupar o grande guerreiro.

    Mas certo dia, por andanças entre uma oca e outra, o curumim se
depara com uma conversa entre um velho índio e sua esposa, sendo o
assunto exatamente a morte dos pais do menino.

    Ele para escondido por entre as sombras e ouve sobre o
assassinato de seus pais pelos homens brancos dentro da floresta mãe,
e também da lenda que foi criada pelo fato ocorrido de que um grande
felino pintado, que seria um espírito negro da floresta, teria mandado
os atrozes homens brancos matarem seus pais.

    Inaiê tomado pelo ódio, saiu das sombras que o escondia, foi a sua
oca, pegou seu pequeno arco e flecha, que lhe fora presenteado por seu
Cacique e partiu adentrando na floresta negra em busca dos assassinos
de seus pais e também da grande onça pintada, que em sua mente seria o
espírito negro da floresta que teria ordenado a execução.

    Ele foi sem se lembrar do perigo que tanto seu Cacique tinha lhe
falado, sem se lembrar das lições que recebera de seu protetor.
Apenas foi, uma pequena criança que não entendia que o ódio e a
vontade de se vingar seria o fim de sua vida terrena.

    Já mais tarde, e já de volta a aldeia, o Cacique Sete Luas procura
seu curumim por todas as partes, e em essa procura, algumas crianças,
que o viram saindo rumo a floresta falaram o destino ao guerreiro.

    O Cacique se desesperando, lembrando das palavras ouvidas anos
atrás, lembrando-se que faltavam 21 dias para o menino completar seus
cinco anos, saiu desesperadamente em busca de seu sobrinho.

    Foram algumas horas de busca dentro da floresta. Gritando pelo
seu nome, e sem obter respostas, imaginava o pior.

    Olhando para o alto viu sua águia branca sobrevoando um local, ela
descia como um raio e subia como um foguete, tentando chamar atenção
dele para o local.

    Ele adentrou pela floresta com seu arco na mão, num ar de
desespero, ao longe viu a cena que jamais desejaria ter visto, o
pequeno curumim frente a frente com o grande felino pintado, que num
só bote esmaga os ossos frágeis do menino, que cai sem vida diante dos
olhos do seu tio.

    Sem esperar o enorme felino tenta abocanhar o corpo do curumim, com
intenção de levá-lo para longe dali. Vendo isso o Guerreiro Sete Luas,
no ápice de seu desespero e raiva, corre atacando a fera pintada, de
primeiro momento para tentar salvar a vida de seu curumim, e após um
breve momento de entendimento, observando que o menino já não estava
vivo, continuou atacando o felino para tentar resgatar o corpo do
pequeno índio, para poder levá-lo a aldeia.

    Num ataque de ira, a feroz onça pintada ataca nosso guerreiro
arrancando-lhe parte de seu pé direito, que mesmo se esvaindo em
sangue luta incansavelmente com o felino grandioso, tentando assim não
deixar que o animal levasse o corpo inerte do curumim.

    Por algum tempo eles lutaram, e quando o Cacique Guerreiro já
perdia as forças, o animal grotesco, também bastante ferido, fora
atacado pela a águia, que num ímpeto feroz atira suas garras
certeiras nos olhos da onça, ferindo-os intensamente ao ponto de
deixá-la numa escuridão descomunal.

    Com esse fato o felino corre sem destino por entre as árvores da
floresta, deixando ali nossos três personagens heroicos, a águia
branca, o Cacique Guerreiro e o pequeno corpo inerte de Inaiê.

    O Guerreiro Sete Luas, com seu coração atormentado, mais
dilacerado do que todas as machucaduras de seu corpo, se levanta
pegando algumas ervas, e macerando com a seiva do orvalho das folhas,
fazendo assim uma massa que lhe ajudaria a conter o sangue que se
esvaia do seu pé ferido. Após esses cuidados ele pega o corpo do
pequeno curumim em seus braços, e seguindo a águia branca, se
encaminha para fora da floresta fechada, rumo a sua aldeia e a seu
povo.

    Ao chegar na aldeia, o Pajé toma conta dos seus ferimentos, e
também prepara o corpo de Inaiê para ser entregue aos espíritos da
mata.

    Todo ritual indígena foi feito sem perder nenhum detalhe da
tradição durante o sepultamento do menino. Diante disso o Cacique
Guerreiro se tornou mais fechado, das poucas palavras que dizia, era
tão somente ordens a seus discípulos e guerreiros, ele passava a
maioria do seu tempo solitário, ou apenas na companhia da águia
branca.

    O tempo passou, e numa noite de Lua cheia, com as luas menores em
volta, da mesma forma de que no dia de seu nascimento, o Cacique Sete
Luas sentado as margens de uma linda cachoeira de águas límpidas, ouve
uma voz vindo de um vulto, o mesmo vulto que já teria visto a anos
atrás, lhe dizendo:

    "Grande Cacique Guerreiro, chegou a hora de seu reencontro com o
seu curumim Inaiê. Após todos esses anos de espera, hoje é o dia.
Antes de sua partida, quero dizer que sua missão não acabou, seu
corpo fica na terra, sua alma vai aos céus. Nessa ida junto aos
espíritos superiores, você vai buscar a evolução final, para que um
dia bem próximo, retorne em forma de Entidade de Luz, assim como virá com você o Espírito do menino Inaiê.
    Seu trabalho será ajudar a necessitados, salvar os corpos das garras de atrozes, assim como fez com o pequeno curumim, trabalhará em prol da caridade em nome do Deus Maior, assim como da mesma forma que o pequeno Inaiê já está preparado a fazer."

    Após essas palavras o vulto desaparece, assim como da primeira
vez, e após minutos, o Cacique Guerreiro desencarna sobre a luz da mãe
Lua.

    Nos dias de hoje e nos terreiros de Umbanda, o Cacique Guerreiro
trabalha em favor a caridade, conhecido pelo nome de Caboclo Sete
Luas, ele vem a terra incorporado em médiuns preparados, para fazer
limpezas, combater doenças e pragas, abrir caminhos, lutar contra
obsessores e salvar os filhos que nele tem fé.

    Da mesma forma vem também nos terreiros de Umbanda o pequeno
curumim Inaiê. Chegando aos trabalhos espirituais em forma de Erê,
demonstrando toda sua inocência e amor pelo seu trabalho. Tem imensa
alegria de ser chamado de pequeno guerreiro, admiração pelo seu tio
amado, o grande Cacique Sete Luas. E dentro dos trabalhos Umbandista
foi batizado como Joãozinho das Matas, sendo assim para ficar mais
familiarizado com as crianças terrenas.


    Saravá o Caboclo Sete Luas, salve o Erê Joãozinho das Matas!

Okê Caboclo!

Oni Ibeijada!

Carlos de Ogum

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015 15 comentários

Novo Hino da Umbanda

                       
Umbanda minha linda Umbanda.

Penso no dia que logo vai nascer E o meu peito se enche de emoção.



A esperança invade o meu ser Eu sou feliz e gosto de viver.

Pela beleza dos raios da manhã Eu te saúdo Mamãe Iansã.



Pela grandeza das ondas do mar Me abençoe Mamãe Iemanjá.



A mata virgem tem seu semeador Ele é Oxossi Okê Okê Arô!



Na Cachoeira eu vou me refazer Nas águas claras de Oxum, Aieieu.



Se a injustiça faz guerra de poder Valha-me a espada de Ogum, Ogum Nhê



Não há doença que venha me vencer Sou protegido de Obaluaiê..



Medo de obsessores não terei, pois tenho Omulú o grande Rei.



Eu sou de Paz Mas sou um lutador A minha lei quem dita é Xangô.



A alegria já tem inspiração Na inocência de Cosme e Damião.



Não tenho medo Vou ter medo de que? Tenho ao meu lado Nanã Buruquê.



E essa luz que vem de OXALÁ Tenho certeza vai me iluminar.



Pela noite poderei andar com paz no coração, pois tenho Exú como meu
Guardião.



Nas estradas estarei sem medo da escuridão, pois tenho Seu Pilintra e
os Malandros me dando proteção.



Sempre em busca estarei de meu companheiro, pois tenho a certeza de
ser abençoado pelo amigo Boiadeiro.



No caminhar estarei cheio de emoção, pois sei que tenho Pombo Gira me
estendendo a mão.



E a paz terei sempre na minha vida, pois terei meus Pretos Velhos me
abençoando com as Almas Benditas queridas.



Com amor, com louvor, vou cantando a minha religião,
tendo paz e caridade, guardada no meu coração,
ouvindo atentamente a voz de Deus que me fala,
para com fidelidade seguir minha Umbanda Amada.

Carlos de Ogum

 
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