terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

SALVE OS BOIADEIROS





 SALVE OS BOIADEIROS.

       São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado,
em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma
forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda.

     Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a
vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e
passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a
força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e
farta.

Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para
todos os fins.

     O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o
cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre
tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem
duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são
logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia
intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino
mímico, lidando bravamente com os bois.

Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça
com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem
vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido
é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou
feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de
torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo
e cigarro de palha.

No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como
estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu
ambiente de trabalho e vibração.

     Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e
descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.Os
fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada
dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus.

     Quando o médium é mulher, frequentemente, a entidade pede para
que seja colocado um pano de cor, bem apertado, cobrindo o formato os
seios. Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da
entidade, e até da sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou
composição de cores.

Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de
bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.


                     Nomes de alguns boiadeiros:

Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro,
Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João
Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro,
Boiadeiro do Chapadão, Boiadeiro Cigano, etc.

Sua saudação: "Getruá Boiadeiro", "Xetro Marrumbaxêtro", "Xetruê" ou
"Xetruá".


       Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza
desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o
caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões,
Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio,
índio com negro e assim vai.

Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo
brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. Ao
amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado
para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de
volta para o curral.

Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma
modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os
grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a
patroa.

     É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo.
Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a
boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa,
o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um
gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas
danças e comemorações.

     Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua
origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas
respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas,
plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e
feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada
com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.

     Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os
Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a
determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de
conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas
com uma força e fé muito grande.

     O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro -
habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e
agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um
novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas
pastagens.

Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas
palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e
conversadores.

     Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são
regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os
eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados.
Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se
desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da
boiada (o caminho do bem).



SOBRE NOSSOS CABOCLOS BOIADEIROS

     Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas
dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente
auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura.
Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças
por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como
"Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para
se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em
entidades especiais.
     Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de
manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre
e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham
muito próximos aos Exus.

     Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo
gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das
influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem
enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos
evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita
facilidade.

     Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham
incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha
de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções.
Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a
modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos.

Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção
da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na
terra.

     Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos
ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas
incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior
finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e
muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o
"dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de
extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se
preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha
"sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de
espíritos).
     Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade
ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim
"limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem
alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração
de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para
locais próprios de doutrina.

     Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros e no descarrego e no
preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a
portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes
protetores, como os Exus.

     Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das
pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou
consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações
perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um
médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium
coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho".
Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.

Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua
finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de
incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é
praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens
de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características
deles.

     Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos
boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e
costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por
exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...


Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo
brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

    Saravá esse povo forte e guerreiro, salve os Boiadeiros!

Xetro Marrumbaxêtro Boiadeiros!!!

Carlos de Ogum.







domingo, 2 de fevereiro de 2014

Saudação a Mãe Iemanjá




     Deusa da nação de Egbé, nação esta Iorubá onde existe o rio
Yemojá (Yemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito
respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás
Iorubanos, enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a
Nanã. Por isso à ela também pertence a fecundidade. É protetora dos
pescadores e jangadeiros.

     Comparada com as outras divindades do panteão africano, Yemanjá é
uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas
nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa,
pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de
iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.

     Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas
portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a
aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram
fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando
pontos em comum nos mitos.

     Para Yemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo,
então, artificialmente mais importante que as outras divindades
femininas, o que foi assimilado em parte por muitos ramos da Umbanda.

     Mesmo assim, não se nega o fato de sua popularidade ser imensa,
não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e
carinho. É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas
provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que
os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o
mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas
dos devotos.

     São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio de
Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo) e nas praias de Porto Alegre
a oferta ao mar de presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa,
tanto na data específica de suas festas, como na passagem do ano. São
comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem
rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a
qualquer pessoa que se interesse.

Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum como Yemanjá
à função da maternidade, pode estabelecer-se uma boa distinção entre
esse conceitos.

As duas Orixás não rivalizam (Yemanjá praticamente não rivaliza com
ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a
colocaram contra Iansã e Obá). Cada uma domina a maternidade num
momento diferente.

      A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada,
Yemanjá é a rainha das águas salgadas, regente absoluta dos lares,
protetora da família. Chamada também de Deusa das Pérolas, é aquela
que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento.

     Numa Casa de Santo, Yemanjá atua dando sentido ao grupo, à
comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato
familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de
irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam;
proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para
filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais
no Santo) ou Ialorixás (Mães no Santo) com os Filhos no Santo. A
necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela
preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer
dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se
tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito
querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo,
sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.

     É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres
aquáticos e provendo o alimento vindo do seu reino. É ela quem
controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o
maremoto. Protege a vida marinha. Junta-se ao orixá Oxalá
complementando-o como o Princípio Gerador Feminino.



CARACTERÍSTICAS

Cor:
Cristal. (Em algumas casas: Branco, azul claro. também verde claro e
rosa claro)

Fio de Contas:
Azul leitoso (Umbanda).
Contas e Missangas de cristal. Firmas cristal.

Ervas:
Colônia, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite
(Em algumas casas: aguapé, lágrima de nossa, araçá da praia, flor de
laranjeira, guabiroba, jasmim, jasmim de cabo, jequitibá rosa, malva
branca, marianinha - trapoeraba azul, musgo marinho, nenúfar, rosa
branca, folha de leite)

Símbolo:
Lua minguante, ondas, peixes.

Pontos da Natureza:
Mar.

Flores:
Rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos
brancos.

Essências:
Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.

Pedras:
Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa.

Metal:
Prata.

Saúde:
Psiquismo, Sistema Nervoso.

Planeta:
Lua.

Dia da Semana:
Sábado.

Elemento:
Água

Chakra:
Frontal

Saudação:
Odôiyá, Odô Fiaba

Bebida:
Água Mineral ou Champanhe

Animais:
Peixes, Cabra Branca, Pata ou Galinha branca.

Comidas:
Peixe, Camarão, Canjica, Arroz, Manjar; Mamão.

Numero:
4

Data Comemorativa:
15 de agosto (Em algumas casas: 2 de fevereiro, em 8 de dezembro)

Sincretismo:
Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos
Navegantes

Incompatibilidades:
Poeira, Sapo

Qualidades:
Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté assabá, Assessu, Sobá, Tuman,
Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê, Aynu, Susure,
Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.


ATRIBUIÇÕES

     Essa força da natureza também tem papel muito importante em
nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares, nossas casas. É ela
que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo
teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que
vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos
tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festas de
casamento, todas as comemorações familiares. É o sentido da união por
laços consanguíneos ou não.



AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE YEMANJÁ:

     Pelo fato de Yemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um
tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos a bondade,
confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos
para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua
casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a
grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos
outros com os seus. O homem filho de Yemanjá carrega o mesmo
temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito amor.
Geralmente é calmo e tranqüilo, exceto quando sente-se ameaçado na
perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É
sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É
franco e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando
ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ogum, torna-se muito
agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é
pessoa calma, tranqüila, e sempre reage com muita tolerância. O maior
defeito do filho de Yemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento com
tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda.
Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres,
pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com
as demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as jóias
caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a
mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior,
mais responsáveis e decididos do que os filhos da Oxum. A força e a
determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o
sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do
gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria
carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para
atividades a longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à
hierarquia, Yemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus
filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a
aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter
restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros
como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas
falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente
esta mágoa esquecida. Um filho de Yemanjá pode tornar-se rancoroso,
remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.
Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia
de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da
sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de
Yemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens
emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte
de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do
companheirismo.
     São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da
tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou
associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis,
preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os
quase ritos que fazem do cotidiano.
     Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida,
refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo,
indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com
grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos
outros. Mas nem tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá.
Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a
tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam
sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.


COZINHA RITUALÍSTICA.

Canjica branca:

Canjica branca cozida, leite de coco. Colocar a canjica em tigela de
louça branca, despejando mel por cima, e uvas brancas, se desejar.

Canjica Cozida:

Refogada com azeite doce, cebola e camarão seco.

Manjar do Céu:

Leite, maizena, leite de coco, açúcar

Sagu com leite de coco:

Colocar o sagu de molho em água pura de modo a inchar, depois de
inchado, retirar a água e levar ao fogo com leite de coco, de modo a
fazer um mingau bem grosso, colocar em tigela de louça branca.


LENDAS DE YEMANJÁ

     Yemanjá teve muitos problemas com os filhos. Ossain, o mago, saiu
de casa muito jovem e foi viver na mata virgem estudando as plantas.
Contra os conselhos da mãe, Oxossi bebeu uma poção dada por Ossain e,
enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele
voltou para casa mas Yemanjá, irritada, expulsou-o. Então ogum a
censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com
os três filhos, Yemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio
que correu para o mar.

     Yemanjá foi casada com Okere. Como o marido a maltratava, ela
resolveu fugir para a casa do pai Olokum. Okere mandou um exército
atrás dela mas, quando estava sendo alcançada, Yemanjá se transformou
num rio para correr mais depressa. Mais adiante, Okere a alcançou e
pediu que voltasse; como Yemanjá não atendeu, ele se transformou numa
montanha, barrando sua passagem. Então Yemanjá pediu ajuda a Xangô; o
orixá do fogo juntou muitas nuvens e, com um raio, provocou uma grande
chuva, que encheu o rio; com outro raio, partiu a montanha em duas e
Yemanjá pôde correr para o mar.

Mãe linda sereia do mar, a ti entrego meu caminho, não me deixe ficar sozinho. Saravá Mãe Iemanjá.

Iemanjá senhora mãe venha nos salvar das tormentosas ondas e furacões de nossas vidas seja o nosso porto seguro ó grande mãe !!! Odoiá

Odôiyá Linda Mãe Iemanjá. Odô Fiaba!!!


Carlos de Ogum





Oração PODEROSA IEMANJÁ

Iemanjá, Enfermeira dos que sofrem, consoladora dos aflitos, conselheira
dos angustiados. Mãe de todos. Agradeço-te tantas graças que nos
concedes. Quero ser merecedor da tua aura luminosa. E rendo-te minha
homenagem, rainha das águas. Que distribui caridade e amor, entre todos
os seus filhos. Eu te agradeço Mãe Iemanjá, por me atender nas horas que
recorro a Teus poderes divinos... Graças te dou Iemanjá. Pelas tuas
radiações milagrosas agradeço, agradeço principalmente por tua proteção
constante. Que tua áurea bendita continue protegendo e vibrando bondade.
Dai-nos a tua proteção pura e conforto da alma. Suplico nesta oração
porque creio em teu poder imenso.

Assim seja. Minha mãe querida Iemanjá!

Oração a Iemanjá. (Quando uma filha vai cortar o cabelo)

A ti entrego minha coroa e minhas madeixas, para que tu Mãe Poderosa
me torne digna de ser sua filha, a ti prometo cuidar do corpo e da
alma, e que tu Mãe Iemanjá me proteja das maledicências e das invejas
de pessoas que nada tem a acrescentar em minha evolução.

    A ti entrego minha fé e meu amor, e de ti peço a sua grande
proteção.

Odôiyá Linda Mãe Iemanjá. Odô Fiaba!!!


Assim Seja!!!