sábado, 25 de dezembro de 2021

MENSAGEM PARA O FIM DE ANO DE 2021 - POR: CARLOS DE OGUM



 

Amados Orixás de Umbanda.

 

Forças poderosas, protetores de todos nós, senhores da paz, das forças da Natureza, reis e rainhas das águas, terras, ventos, matas e pedreiras.

 

Estamos findando mais um ciclo de nossas vidas, e assim sendo venho humildemente de joelhos aos senhores e senhoras agradecer todas as bênçãos e proteções recebidas de vós.

 

Ao meu Pai Oxalá agradeço a paz concedida e ao Sol que nasceu a cada raiar do dia.

 

A Mãe Iemanjá agradeço pela proteção ao me colocar sob seu manto azul e agradeço pelo alimento que nos concedeu de suas águas sagradas.

 

Ao meu Pai Ogum agradeço a coragem para continuar sempre lutando em rumo à vitória e a cada batalha vencida sendo protegido por seu escudo e sua lança.

 

A minha Mãe Oxum agradeço pela proteção aos ventres das mães que lutaram para poderem gerar e amar seus filhos nesse mundo cheio de males aos pequenos.

 

Ao meu Pai Xangô agradeço por reinar na justiça fazendo assim que os males da ignorância humana fosse menos prejudicial a todos seus filhos.

 

A Iansã agradeço as brisas que nos refrescaram em dias escaldantes de medo e pavor da obsessão que nos tomou em forma de males físicos.

 

A Oxóssi agradeço o alimento que nos fortaleceu para vencermos mais esse ciclo de vida.

 

A Nanã Buruquê agradeço as águas que matou nossa sede e agradeço também a proteção aos nossos amados idosos que foram atacados brutalmente pela demoníaca possessão de obsessores através dos males do corpo.

 

Ao meu Pai Obaluaiê agradeço pela saúde e a proteção a mim, a minha família e meus amigos.

 

Ao senhor Omulú agradeço as respostas a todos os momentos que solicitamos sua intervenção para o encaminhamento de nossos irmãos desencarnados, sofredores e sem entendimento.

 

 

Agradeço também a todos os Orixás e Entidades de Luz, pela dor que passei que me ensinou a ser mais forte, pelos obstáculos em meus caminhos que me ensinaram a ter calma para vencê-los, pelas lágrimas perdidas fazendo assim acalmar meu coração na perda de amigos, por tudo que pedi e recebi e por tudo que pude doar.

 

Aos Orixás e Entidades de Luz entrego toda a glória e agradecimentos recebidos pelos trabalhos espirituais que fizemos esse ano, tudo que foi passado por nossas mãos, às vitórias que conseguimos conquistar juntos, os trabalhos realizados, as palavras de acalanto, a caridade recebida e doada.

 

Amados Orixás, nesse instante lhe entrego todas as pessoas, que comigo percorreram tantos caminhos em prol da caridade, os amigos que chegaram os que iluminaram meu caminho com seu carinho e caridade.

 

Entrego em suas mãos os irmãos que estão tão perto, e também os que estão tão distantes, mas mesmo assim rompem fronteiras para nos iluminar com sua luz.

 

Peço proteção especial queridos Orixás, para aqueles que me estenderam as mãos na hora da necessidade, e também para aqueles que pediram minhas mãos num momento de desespero.

 

Agradeço por cada resposta dada nas minhas dúvidas, e agradeço a luz que os Senhores e Senhoras me acenderam a cada hora que eu achava que algo não tinha saída.

 

Também gostaria de nesse instante abrir meu peito e pedir-lhes perdão.

 

Perdão pelas palavras mal colocadas, pelo tempo perdido com algo sem necessidade, pelo dia, que cansado, não respondi um irmão, pela falta de entendimento com fatos que achei irrelevante, pela falta de paciência com pessoas sem fé.

 

Perdão pela oração não passada a quem necessitava, ou pela oração que não fiz no momento que era para ser feita.

 

Perdão por não ter agradecido o suficiente, e ter pedido mais do que eu precisava.

 

Perdão por eu colocar meus problemas sendo maiores do que realmente eram.

 

Perdão pelas reclamações de um dia chuvoso, ou pelo mau humor de um dia muito quente.

 

Perdão por não me lembrar de que existem crianças famintas, enquanto nos fartamos em nossas mesas.

 

Aos Orixás e Entidades de Luz, a vós entrego-lhes esse novo ano, para que possa nos conduzir para uma melhor maneira de expressar a nossa caridade.

 

E agora amados Orixás, hoje desejo pedir já agradecendo, para mim e todos os seres que reinam a fé e o amor, muita paz e tranquilidade, a felicidade extrema, a sabedoria com lucidez, a bondade de coração aberto, a luz sem trevas.

 

Peço que eu seja luz a quem está na escuridão, estradas abertas a quem busca um caminho,

Paz a quem está em desespero, esperança a quem perdeu a fé, saúde a quem se encontra adoentado.

 

Queridos Orixás, aos meus irmãos que leem essa mensagem, estejam repletos de paz e amor, para que assim uma corrente nasça e cresça, e se espalhe por todos os cantos do Universo, por todo novo ano, por toda a eternidade.

 

Feliz ano novo a todos os irmãos Umbandistas ou não.

 

Que todos os Orixás e todas as Entidades de Luz abençoem a todos nós, não só nesse ano que se inicia, mas por toda nossa vida.

 

Que assim seja!

 

 

Carlos de Ogum


domingo, 10 de outubro de 2021

Orixá Regente do Ano de 2022

 

 

        E o ano de 2021 se vai deixando marcas dolorosas, que ficarão em nossas lembranças como um ano de grandes perdas.

 

    Sim, perdemos familiares, amigos, conhecidos, enfim, tantas perdas que por muitos e muitos anos tudo isso ficará como uma cicatriz marcada em nossas mentes.

 

    E agora esperamos uma nova era, um novo ano, porém com receio e temerosos do que nos espera pela frente.

 

    Certamente estaremos muito apreensivos pelos acontecimentos do próximo ano, pois o ano de 2021 foi intenso, maquiavélico, com uma luta extrema contra a obsessão e obsessores, e que infelizmente muitos de nós perdemos essa guerra, muitos foram tomados por essa força do mal, muitos perderam suas vidas, muitos estão ainda para perdê-las.

 

    Porém a guerra vai continuar, estaremos ainda a mercê das forças trevosas dos espíritos perdidos, dos malignos Kiumbas. Devemos nos proteger intensamente, lutar para não fraquejar.

 

    E em 2022, novo ano, novas batalhas, novas perdas e novas vitórias, novas esperanças e muitas desesperanças, muitos medos e, mais uma vez, novas lutas, e isso podemos esperar.

 

    O que teremos que enfrentar nessa nova caminhada?

 

    Como poderemos nos proteger nesse novo ano?

 

    Como vencer essa guerra contra as maldades dos obsessores?

 

    São muitas dúvidas, tantas que algumas vezes a esperança fica diminuída, a fé fica abalada, a luz parece se apagar.

 

    São tantas coisas a se refletir, tantos receios no nosso caminho, tantas coisas que devemos vencer, que às vezes nem sabemos por onde começar ou no que confiar.

 

    Contudo esses receios nos trazem ainda mais a esperança de sermos abençoados por uma luz espiritual, e com isso cresce a nossa grande vontade de saber qual o Orixá ou os Orixás regentes desse ano que está para nascer.

 

    E como sempre é feito em nosso terreiro, um dos nossos Mentores joga os Búzios Sagrados, e nos revela essas informações, e esse ano quem jogou os Búzios foi o amado Vovô Benedito, confirmado essas informações pelo meu amado Mentor Vovô Rei Congo e pelo querido Pai Antero.

 

    E hoje estaremos passando a todos essas informações, informações essas que nos foram dadas em nossa última Gira.

 

    No ano de 2022 o Orixá regente será uma continuação do trabalho de proteção de uma linda força da natureza, uma Orixá extremamente amada e idolatrada por todos os umbandistas, e essa Orixá é a divina Mãe Iemanjá, que estará atuando e regendo por todo ano.

 


    No meado do ano de 2022 entrará em junção com a linda Iemanjá a tão poderosa quanto, a senhora dos pântanos, a querida avó dos Orixás Nanã Buruquê, para abraçar a todos nós fazendo assim que essa proteção seja mais intensa.

 


    Resumindo para entendimento, ao ser indagado qual será o Orixá regente do ano de 2022 diremos que é a Senhora dos Mares, a doce Mãe Iemanjá, que será a Orixá dominante desse ano.

 

    Sendo assim o ano de 2022 será por tempos calmo e por vezes revolto, assim como o mar, teremos muitos impasses no poder e entre poderosos. Será um ano de lavar todas as sujeiras deixadas, e tentar buscar o novo caminho, a criação estará em alta, e aquele que souber criar suas oportunidades terá grande êxito na caminhada rumo à vitória.

 

    Em 2022 teremos muitas cobranças mundiais, muitos líderes não buscarão a paz, sem entender que é um ano de iniciar um novo caminho, e buscarão a desavença, e isso pode trazer novas formas de ódio, que por consequência poderão trazer novamente uma boa parte de obsessores e assim reinarem novamente na mente dos seres humanos criando as energias necessárias para poderem escravizar novas almas perdidas, assim como no ano de 2021.

 

    Iemanjá busca sempre a paz e o bem estar de seus filhos, tentando nos livrar sempre da ganância e do rancor que reinam nos corações dos seres tomados pela força da obsessão.

 

    Devemos lutar contra o ódio, elevar a fé e o perdão, para que assim possamos refletir sobre nossas más atitudes, e buscar sempre, de todas as formas, o acolhimento e o amor a nossos semelhantes.

 

    Para que consigamos caminhar em caminhos melhores devemos refletir, analisar todos os acontecimentos do ano anterior, toda a força obsessiva, não dar ênfase ao mal, aos destruidores da paz, analisando cada passo, cada pensamento, cada gesto, para não deixarmos o mal novamente à solta trazendo assim à liberdade a todos os filhos de Jesus.

 

    Devemos ter cuidado com as palavras mal ditas, com o enganador, com a força do mal, não deixarmos que as falácias ditas por bocas dominadas por obsessores entrem em nossas mentes, evitar a maldade, o preconceito, a maledicência, a intolerância e principalmente o desamor, pois só assim estaremos do lado em que o mar está calmo e tranquilo.

 

    Devemos manter a fé elevada, aprender a ouvir, saber que nossa opinião só é verdadeiramente correta para nós mesmos, aprender a respeitar o nosso semelhante, e só assim poderemos manter um contato mais intenso com nossos Orixás de Coroa, pois são eles que nos manterão em pé nessa jornada.

 

    Estamos entrando em um grau de espiritualidade intensa, pois Iemanjá a nossa Rainha do Mar, como a senhora dos Orixás, tem como finalidade nos dar muita proteção, ainda mais que pelos meados do ano seremos cobertos pela beleza e doçura de Mãe Nanã Buruquê, devemos não ter dúvidas sobre nossa fé, muito menos em nossas crenças, porém devemos ter muito cuidado com falsos líderes tanto políticos quanto religiosos, que buscam o poder de toda a maneira, sem se importarem em massacrar quem estiver no caminho deles. Essa busca pelo poder será muito maior que a própria ganância, e se entregarmos esse poderio nas mãos desses falsos líderes, seremos escravizados em vida, assim como um espírito desencarnado pode ser escravizado por um Kiumba. Portanto devemos ficar atentos a obscuridades, falsidades, hipocrisias e principalmente a falsas promessas e induções.

 

    Se começarmos de modo errôneo esse ano teremos muito tempo para nos arrependermos, porém estaremos sempre dominados pelas más intenções desse povo que se utiliza do nome de Jesus, da fé alheia, para conseguirem um único objetivo, o poder a todo custo.

 

    Com a presença e a força de Iemanjá, que reina sobre o Mar, poderemos ter alguns desastres naturais de alguma proporção, ligados a intensas chuvas no início e no findar do ano de 2022, e também alguns perigos com desabamentos, esses males podem ser sentidos por causa das águas revoltas do mar e da falta de preocupação verdadeira de líderes mundiais com a proteção da terra.

 

    Devemos ficar atentos ao desperdício, pois nos foi alertado que em 2022, assim como em 2021, a fome entre os povos vai crescer, e a colocação da frase "os mais ricos cada vez mais ricos, enquanto os pobres caminham para a miséria" deve ser levada muito a sério nesse próximo ano.

 

    A busca do poder vai tornar o homem cada vez mais mesquinho, a ganancia vai ser intensa e por esse motivo estaremos nas mãos do livre arbítrio de cada um de nós para podermos assim em junção lutarmos e vencermos uma possível nova mazela que poderá ainda ceifar enumeras vidas.

 

    A caridade deve ser feita de modo generoso e de boa intenção, pois ela, a caridade, é um caminho que poderá nos auxiliar a nos afastar do egoísmo, da ganância, do desamor, do ódio, e assim nos levar para junto dos Orixás e das Entidades de Luz para que possamos ser abraçados e abençoados, e certamente protegidos dos males que ainda reinam sobre nossa terra. Portanto seja caridoso, busque dentro de vós esse sentimento que reinará rumo a sua própria vitória.

 

 

 

    Esperamos que todos os irmãos adentrem o ano de 2022 com muita fé, proteção e saúde, buscando sempre fazer a caridade, conquistando todos os objetivos, sempre com muita paz, sem mazelas, sem ódios, sem rancores e com muita luz na caminhada, para que assim a linda Iemanjá acompanhada com Mãe Nanã possa reinar de uma forma na qual possamos ter mais esperanças de um ano melhor que 2021.

 

    Que a linda Mãe Iemanjá e a meiga vovozinha Nanã Buruquê nos protejam e nos guardem por todo o ano de 2022 e que todos os Orixás e todas as Entidades de Luz nos protejam sempre, para que possamos nesse ano que vai se iniciar podermos vencer todos os obstáculos, para chegarmos a nossos objetivos, sempre com muito amor, fé, caridade, saúde, paz, e proteção ao nosso bem maior, a nossa vida.

 

Que assim seja!

 

Carlos de Ogum

 

OBS.: Caso desejarem saber seus Orixás de Coroa, entrem em contato conosco através do E-mail:

contato.umbandayorima@gmail.com

(esse endereço é exclusivo para esse objetivo).

sábado, 21 de agosto de 2021

INCORPORAÇÃO FORA DO TERREIRO DE UMBANDA

 

 


 

    Por muitos anos venho observando algo que é um tanto incômodo para quem é um verdadeiro umbandista e que leva a religião com a seriedade que se deve levar. Às vezes pode parecer aos olhos de pessoas leigas que o fato que vamos mencionar não tem tanta importância, contudo tem sim uma grande importância e será sobre esse fato que vamos escrever hoje, e esse fato que tanto incomoda os umbandistas que levam a religião a sério é o da incorporação de ditos médiuns fora de um ambiente preparado para tal manifestação.

 

    Já me deparei com centenas de consulentes que tem o mesmo enredo, ou seja, estava em casa, ou estava na casa de um amigo, ou de um parente qualquer e do nada veio uma Entidade dar-lhes uma consulta.

 

    Devemos entender primeiramente que toda e qualquer Entidade de Luz tem como regra respeitar acima de tudo as leis da Umbanda e não haver incorporação fora de um terreiro de Umbanda é uma dessas regras, portanto, certamente as Entidades de Luz não estariam ali naquele ponto de mistificação do suposto médium incorporado.

 

    Vindo desse princípio que já sabemos que as Entidades de Luz não incorporariam em um médium fora do terreiro de Umbanda, buscamos em nossa compreensão o que poderia estar acontecendo quando o médium diz que está com a sua Entidade naquele local não assentado para tal manifestação, nesse caso podemos imaginar algumas situações, tais como:

 

- O Médium poderia estar realmente bem intencionado em auxiliar o próximo, contudo não está preparado para tal.

 

- O médium não está bem intencionado e sabe que dessa forma estaria prejudicando ainda mais o semelhante.

 

- O médium estaria tomado pelo vício de sentimento da vaidade, e estaria ali enganando ao seu semelhante e a si próprio.

 

- O médium estaria tomado pela obsessão de espíritos Zombeteiros, e estaria sendo usado para roubar energia de seu semelhante e assim energizar esses espíritos obsessores.

 

- O médium se utiliza de seu orgulho e de seu ego para demonstrar as pessoas leigas que ele tem um falso poder de trazer suas supostas Entidades na hora e no local que desejar, e com isso crê que realmente tem tal Entidade a seu dispor.

 

    Esses exemplos acima são apenas alguns que poderíamos citar em meio de tantos outros exemplos desastrosos para uma suposta incorporação fora de terreiro por médiuns mistificadores.

 

    Agora vamos frisar apenas a boa intenção, vamos pressupor que o médium realmente esteja preocupado com algum fato de seu semelhante, e que deseja auxiliar a esse semelhante, porém ainda esteja faltando algum tempo para a Gira acontecer, e esse médium mistifica uma suposta incorporação em algum local que não seja adequado para tal realização, poderemos dizer que a intenção é muito boa, pois esse médium está buscando uma maneira de auxiliar seu semelhante, porém nem toda boa intenção é sinal de um bom resultado, pois na verdade já tivemos inúmeros relatos de tentativas de auxilio a um semelhante necessitado de ajuda espiritual, pois na ânsia de tentar ajudar esse médium buscou a incorporação fora de uma casa de Umbanda, e o resultado foi desastroso, tanto para o consulente quanto para o médium em questão.

 

    E quando casos assim acontecem, algumas pessoas podem dizer que o médium não estava preparado, ou que as Entidades desse médium não tinha força suficiente para tal gesto, na verdade não é bem assim, pois o fato é que o local não adequado para tal manifestação, ou que está sem assentamento e firmamento, deixa portas abertas a diversas outras manifestações obsessoras que certamente vão aproveitar a oportunidade para se energizar com as energias alheias. Então muitos desses médiuns que não compreendem esses fatos vão tentar argumentar que tem uma fé inabalável, que as Entidades deles são extremamente fortes, nesse ponto sem dúvida alguma, porém devemos entender que não só as Entidades de Luz tem sua força, pois espíritos obsessores, escravizadores, trevosos, como Kiumbas, Eguns e Zombeteiros também tem sua força, uma força voltada para o mal, mas sim, tem suas forças, e sendo assim podem atacar um local que não esteja protegido com os assentamentos e firmamentos adequados.

 

    Vamos refletir um pouco, se fosse algo tão simples a incorporação fora de um terreiro de Umbanda, se fosse para ter essa incorporação na casa do consulente ou mesmo dentro de sua própria casa, então qual a necessidade em termos os terreiros? realmente não haveria motivo algum.

 

    Sabemos que os terreiros tem sua tronqueira muito bem assentada e firmada, da mesma forma se tem o Gongá; sem dizer que no terreiro temos as correntes formadas, com seus médiuns preparados, e claro todos firmados antes de qualquer Gira.

 

    Se temos tudo isso detalhado dentro de um terreiro, que é sempre passado e repassado pelo Zelador de Santo, que com sua experiência não deixa passar nenhum detalhe, e se esse Zelador de Santo é auxiliado tanto por uma Yakekerê, um Babakekerê, uma Dagã, ou por outros diversos auxiliares que estão ali para deixar tudo a contento para termos uma Gira tranquila, firme e segura, simplesmente que no terreiro que é o lugar para as incorporações verdadeiras e seguras, sem riscos de obsessão para o consulente e para o próprio médium, fazendo assim que o atendimento aconteça dentro das regras e leis da Sagrada Umbanda.

 

    Para finalizar esse texto, vamos colocar os males que podem surgir quando um médium não se atenta na importância de não entregar a sua mente, seu corpo e sua mediunidade para uma incorporação fora de um terreiro de Umbanda, mesmo sendo dentro de uma boa intenção.

 

    Vamos imaginar a quantidade de Falanges de espíritos trevosos, sofredores, Zombeteiros, Kiumbas, Eguns e de baixo grau de espiritualidade que acompanharão tanto o médium, quanto o consulente, e logicamente ficarão embutidos como vermes dentro dos lares utilizados para tais manifestações errôneas, e isso trará para ambos diversas sensações desagradáveis, como dores sem causa aparente, mal estar, doenças diversas, raiva, ociosidade, desarmonias, depressões, misérias, isso certamente não tardará a surgir.

 

    E as suas Entidades vão deixar de lhe ajudar?

 

    Na verdade não, elas estarão tentando lhe auxiliar de toda e qualquer forma, porém quando um médium desavisado tenta esse tipo de trabalho espiritual, e com isso traz tantas manifestações contrárias, as Entidades tem que lutar intensamente para afastar todas essas obsessões, e como o médium está se utilizando de seu livre arbítrio para tais supostas incorporações, ele estaria dando muito mais espaço para diversos tipos de espíritos de baixo teor espiritual, trazendo mais e mais, portanto as Entidades tem um trabalho extremo, acima do imaginável para tentar proteger o médium, o próprio consulente, e quem mais estiver em volta daquele ambiente sujo espiritualmente, e como vêm do livre arbítrio do médium, as Entidades devem pela lei da Umbanda respeitar, e só resta a elas tentar afastar o máximo possível desses obsessores, contudo o número é tão estrondoso que não haveria como afastar todas elas sem um assentamento para auxiliar, e por esse motivo que os terreiros têm a Tronqueira onde os Exús e as Pombos Giras trabalham, a Casa das Almas, onde temos o Orixá Omulú e sua Falange para afastar Eguns, o Gongá onde é firmado cada um dos médiuns trabalhadores daquela Gira junto as suas Entidades, a seus Anjos de Guarda e a seus Orixás.

 

    Agora sabemos a importância de não incorporarmos fora de um local adequado, sabemos que a responsabilidade de fazer o certo ou errado em uma incorporação é do médium, pois é o médium que abre as portas de sua casa, ou da casa do consulente, ou mesmo da vida de ambos para essas energias de obsessores, pois não basta apenas acender vela a seu anjo de guarda, ou mesmo para seu Povo de Esquerda, pois dentro de um terreiro os assentamentos são muito mais complexos, e o ambiente de uma casa de Umbanda foi feito para isso, trabalhar com o desconhecido, com os desencarnados, com as Entidades de Luz, e nossa residência de morada é para encarnados, para podermos ter tranquilidade e paz, apenas para encarnados.

 

    Resumindo, manifestações de Entidades de Luz e todo outro tipo de incorporação é para se limitar dentro de um terreiro, a consulta a quem necessita é para ser feita dentro de uma casa de Umbanda, e a única exceção a essa regra seria se o consulente estiver totalmente impossibilitado de se locomover, e nesse caso somente médiuns extremamente desenvolvidos mediunicamente, e nesse caso se dá a preferência a um Babalaô, um Babalorixá, a um Babakekerê, ou a uma Yakekerê, e esses sempre acompanhados de uma Dagã ou um Ebâmi, caso contrário, se caso não tem um desses médiuns disponíveis para tal trabalho, um médium mais antigo da casa poderá então fazer, porém com autorização do seu Zelador de Santo e tendo um pré firmamento dentro de um terreiro.

 

    Se não for dessa maneira não é para ser feito, pois caso contrário é mistificação, falta de preparo, ou vaidade do médium, e é justamente isso que faz regressar todo tipo de desenvolvimento mediúnico, médium vaidoso, mistificador e sem preparo.

 

    Portanto, respeitar essa regra da Umbanda é respeitar suas Entidades, os Orixás de sua Coroa, a si próprio, a seus consulentes e a própria Umbanda.

 

    Lembre-se, o médium não é detentor da verdade e não tem certeza se vai resolver os problemas de seu consulente fora das regras e leis da Umbanda.

 

    Respeite seus irmãos de fé e respeite o terreiro que lhe acolheu, e acima de tudo respeite as suas Entidades de Luz e seus Orixás de Coroa.

 

Carlos de Ogum

 

OBS.: Para quem deseja saber seus Orixás de Coroa ou seu Exú de frente através dos Búzios, entrem em contato conosco através do endereço de e-mail:

 

contato.umbandayorima@gmail.com

 

    Passaremos todas as informações do que se faz necessário.

sábado, 24 de julho de 2021

AMIGO EXÚ, ELE CAMINHOU COMIGO

 



 

Tenho um amigo fiel,

que pelas noites me acompanha e me protege,

sua força me encanta e me encoraja,

sua luz ilumina meus passos na escuridão.

 

Ele transita comigo por todas as encruzilhadas pelas quais passos e que já passei,

ao meu lado, foi, e é amigo e conselheiro,

em minha frente, um escudo de força suprema,

em minhas costas, poderoso protetor,

ouviu o que meus ouvidos não conseguiram ouvir,

respondeu o que minha boca não poderia responder,

com uma força vigorosa, dentro do meu merecimento, me livrou dos males da noite,

buscou me livrar do veneno das línguas venenosas,

do julgo de quem carrega tantos erros quanto eu,

me fez despertar de meus pesadelos,

me guiou pelo caminho do trabalho e da conquista,

não me pediu marafo,

não me pediu vela,

não exigiu fumo,

não desejou nada,

para também ser amigo de meus amigos.

 

Buscou transformar o erro em acerto,

o acerto em nunca errar,

abateu com uma pedra,

o desatino de um destino que não me pertencia,

sempre foi minha companhia nos momentos de solidão, não me deixando chorar sozinho.

 

Extremamente rápido e certeiro,

buscou Oxalá quando me faltou paz,

clamou a Ogum o auxílio para todas as guerras enfrentadas,

avisou a Oxum que meu coração transformava-se em pedra,

mostrou a Xangô quando fui injustamente julgado,

chamou por Oxóssi quando me faltou o alimento,

pediu a Iemanjá que lavasse minha alma,

para equilibrar meu Ori chamou por Iansã quando me viu beirando o abismo,

solicitou saúde a Obaluaiê quando se deparou com minha doença,

se ajoelhou aos pés de Nanã quando eu sofria pela solidão,

buscou entendimento com Omulú quando eu chorava por uma perda,

junto com os Pretos Velhos luta contra meus obsessores,

no reino dos Caboclos buscou caminhos pelo meu descarrego,

em trabalho com os Malandros me protegeu nas estradas da vida,

se juntando com os Boiadeiros me livrou dos Eguns,

com a força dos Ciganos me devolveu a sorte boa,

em trabalhos com os Erês me abriu portas para caminhos melhores,

com auxilio das Pombos Giras afastou de mim todos os Kiumbas.

 

Quando batem na minha cara, quem dá a outra face é Exú.

 

Saúdo a Energia impetuosa que transita em todos os espaços,

água nas estradas para esfriar os caminhos a serem percorridos,

ventos nas montanhas para mostrar o destino a ser tomado,

passos firmes e cabeça erguida,

segui com Exú, Sigo e Seguirei.

 

Quando tropeço, uma gargalhada ecoa no ar,

é Mestre Exú que vem chegando,

fazendo questão de me mostrar,

que ele está ali para me auxiliar,

e buscando assim me ensinar,

que o mundo dá muitas voltas,

para o tempo governar.

 

Salve todos os Exús, Laroiê, Exú é Mojubá!

 

(Postagem baseada em um texto de um autor desconhecido)

 

Carlos de Ogum

 

OBS.: Para quem deseja saber seus Orixás de Coroa ou seu Exú de frente através

dos Búzios, entrem em contato conosco através do endereço de e-mail:

 

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domingo, 20 de junho de 2021

CONHECENDO A LINHA E FALANGE DOS MALANDROS NA UMBANDA (PARTE 3)




    Nesse terceiro texto que falaremos da Linha e Falange dos Malandros na Umbanda, vamos frisar o modo de trabalho em si, a força espiritual, entre outras coisas ligadas as essas Entidades de Luz divinas e maravilhosas da Umbanda.

 

    Mas antes de iniciarmos gostaria de frisar que estamos falando de um modo bem resumido sobre os Malandros, pois como já foi dito anteriormente na primeira parte dessas postagens, teríamos que fazer dezenas de textos para expressar tudo que significa essas Entidades para a religião de Umbanda, para os umbandistas e apreciadores da religião.

 

    Como já foi dito nos textos anteriores, essa é uma das Falanges e Linhas mais buscadas, queridas e conhecidas nos Terreiros de Umbanda, e expressamos resumidamente na primeira e segunda partes desse texto, que pode ser encontrada clicando nos links abaixo.

 

*Conhecendo a Linha e Falange dos Malandros (parte 1).

 

*Conhecendo a Linha e Falange dos Malandros (parte 2).

 

    Como já disse em outras oportunidades, muitos consulentes vão as Giras de Umbanda para conversarem com essa Falange de Entidades carismáticas, brincalhonas, sorridentes, de uma capacidade de trabalho espiritual sem igual, porém por serem essas Entidades dessa forma tão chamativas, muitos consulentes as vezes se esquecem que estão lidando com uma grande Entidade de Luz da religião de Umbanda, e falam com elas como se estivessem falando com um amigo qualquer na porta de um bar.

 

    Portanto quando estamos na frente de uma dessas Entidades de Luz da linha dos Malandros, é muito bom que reflitamos, pois essas Entidades estão no trabalho espiritual de uma forma merecida, que eles próprios buscaram, e assim a Misericórdia Divina deu-lhes esse recurso em forma de benção, para trabalhares em prol da sua própria evolução e também em nosso favor e auxilio. Com essa visão seria o mais correto que os consulentes não adotassem o modo de julgamento sem uma reflexão anterior, um julgamento de que sendo essas Entidades bastantes carismáticas, isso não dará a liberdade ao consulente de pedir-lhes algum mal, ou um trabalho de magia negativa ou coisa parecida, assim da mesma forma, os Médiuns que trabalham com uma dessas Entidades de Luz em sua Coroa, não podem acreditar que por terem uma Entidade da linha dos Malandros, esses Médiuns possam dar vazão aos seus impulsos menos nobres, de caráter pessoal, começando a utilizar palavreados chulos, bebendo em demasia, acreditando que seria assim a representatividade dessas Entidades de Luz, fazendo aquilo que está acostumado a fazer e a ser, e por falta de caráter faz dentro de um Terreiro de Umbanda, e assim usa o pretexto de que quem está fazendo isso seria a Entidade, o Malandro. Portanto se algum Médium deseja fazer essas peças teatrais, se embebedar, falar coisas chulas, faça por ele mesmo, mas nunca faça isso utilizando o nome da Entidade, pois certamente uma Entidade de Luz da linha dos Malandros, ou qualquer outra Entidade de Luz da Umbanda não faz isso nunca.

 

    Devemos manter em nossa mente que os Malandros são espíritos a serviço da luz que vem nos guiar, nos orientar, nos auxiliar de várias maneiras, e se eles tem essa possibilidade de trabalho, certamente  essa Entidade é alguém muito mais elevado espiritualmente que um encarnado, portanto precisamos nos conduzir com muito mais honra, com muito mais respeito, com muito mais devoção e com extrema gratidão as nossas Entidades de Umbanda, para darmos continuidade a nossa evolução, portanto precisamos estar no Terreiro, assim como em qualquer templo religioso, de alma limpa, de corpo presente, estarmos por inteiro, sem pensamentos errôneos.

 

    A linha dos Malandros demonstram Entidades de Luz simples, leais e verdadeiras, porém se algum consulente ou Médium crê que possam enganá-los, certamente serão desmascarados sem a menor cerimônia na frente de qualquer pessoa ou local, pois os Malandros não toleram a maldade, a injustiça ou a tentativa de enganação.

 

    Muitas casas de Umbanda, Terreiros ou Templos, adotam as vestes de um Malandro quando incorporados em seus Médiuns, a tradicional camisa listrada, camisa de seda ou alguns com terno e gravata, nas cores branca e vermelho, muitos ainda utilizam chapéus no estilo Panamá, e outros ainda usam sapatos, podendo ser brancos ou bicolores (branco e preto, branco e vermelho, preto e vermelho), e a tradicional gravata vermelha, em algumas casas também se pode notar que alguns Malandros se utilizam de cartolas, bengalas, porém não necessariamente deverá ter essa roupagem ou apetrechos, podem estar apenas com as vestes brancas tradicionais das Giras de Umbanda, a mesma roupagem que todas as Entidades de Luz se utilizam.

 

    Essas Entidades de Luz são extremamente cordiais e alegres, gostam de conversar, de dançar, de gesticular, porém todos esses movimentos eles estão recolhendo negatividade do ambiente e de seus consulentes, fazendo assim a purificação necessária para um bom trabalho no Terreiro.

 

    Os Malandros podem se envolver com qualquer tipo de assunto e a sua capacidade de resolver esses assuntos espirituais é enorme, trabalham sempre em busca de resultados positivos, dentro do merecimento do consulente.

 

    Seus trabalhos espirituais consistem desde proteção a uma criança que necessite, até quebra de magias negativas, magias negras, proteger e abrir caminhos, tem uma atuação extrema na cura de problemas de cunho espirituais, emocionais, particularmente se forem as ditas chamadas doenças mentais como ansiedade, fobia, depressão, síndrome do pânico, compulsões, esquizofrenia, entre outras, e isso é dessa forma pois o magnetismo da linha dos Malandros é bastante eficaz sobre os distúrbios originários de desequilíbrios do Sentido da Fé.

 

    Devemos perceber algumas diferenças nessa linha no que se consiste trabalhos de atendimento, pois de um modo geral muitos Malandros ao se apresentarem usando seu chapéu, esse chapéu tem uma fita vermelha que envolve a parte acima da aba, porém em outros casos essa fita é de cor branca, que significa que aquela Entidade está atuando na cura de males do corpo e da mente, e usam essa fita pois é o símbolo do curador, ligado a Pai Oxalá.

 

    Falamos de uma forma generalizada da linha dos Malandros, frisamos o nome de Senhor Zé Pilintra, e podemos frisar outras histórias fantásticas dessa Falange, como podemos demonstrar nos links de nosso blog, no qual anexo abaixo:

 

*Senhor Zé Pilintra e sua História.

 

*Malandro Navalha, o Salvador dos Morros.

 

    Para conhecimento, dentro dessa bela linha também temos as manifestações femininas, e as Malandras tem o mesmo jeito peculiar, as mesmas características, a mesma simpatia do que as manifestações masculinas dessa Falange, são vários nomes conhecidos, e entre eles temos Maria Navalha e Maria do Cais, como um dos mais buscados nos terreiros de Umbanda, porém são tantos outros nomes maravilhosos, que deixarei aqui o link de apenas uma das belas histórias dessa linha, uma das mais extraordinárias contadas por uma Entidade do Terreiro de Umbanda Pai Ogum Megê.

 

*História das Malandras Rosa da Estrada e Rosinha da Estrada.

 

    Para entendimento de todos, de uma forma geral os Malandros não são Exús, não fazem parte da linha e Falange dessas Entidades de Luz, os Malandros são Entidades que integram linhas de trabalhos distintas, porém muitos Malandros se manifestam em sessões de esquerda juntamente com os amigos Exús e Pombos Giras, e nessa colocação de trabalho, uma das Entidades da linha dos Malandros que mais é conhecido por trabalhar tanto na linha de esquerda quanto na linha de direita, é o senhor Zé Pilintra, seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma linda Entidade de Luz, peculiar ao extremo, pois na direita ele vem como Malandro, as vezes como Baiano, e podendo vir até como Preto Velho que corta magias negativas, ou pode vir na linha da esquerda como um Exú, e isso pode se dar por causa da enorme flexibilidade, que é uma de suas características principais, sendo assim seja como for ele estará sempre a trabalho em prol do bem, a serviço da luz, assim como os Pretos Velhos, os Exús e tantos outras Entidades belas da Umbanda.

 



 

    E assim fechamos essa terceira parte que falamos da Linha e Falange dos Malandros na Umbanda, friso que foi de uma forma reduzida, pois essas Entidades são tão magnificas que poderíamos postar mais alguns textos sem cansar os leitores, porém com essa terceira parte deixamos bem claro como é a atuação de trabalho, quem são essas Entidades divinas, o modo de serem, e tudo mais, e assim finalizamos essa trilogia.

 

    Salve os Malandros !

 

    Salve a linha e a Falange da Malandragem!

 

Carlos de Ogum

 

 

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