SAUDAÇÃO A PAI OXALÁ.
Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no
Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do
panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando
porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na
agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma
de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa
versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ.
Esta relação de importância advém de a organização de divindades
africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do
comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da
organização familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos
caminhos para uma mesma questão. Para um mesmo problema, orixás
diferentes propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo
social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra
não. A jurisprudência africana nesse sentido prefere conviver com os
opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, Ogum faz
isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.
Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é
hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por
representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família
tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para
igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás
confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos
outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos,
as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes,
merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava
ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico,
neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá
pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a
metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a
medicina - e assim por diante.
Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo
superior aos outros (o que não está implícito como poder, mas sim
merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da colonização
européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos
católicos, passo considerado decisivo para os mentores e ideólogos que
tentavam adaptá-los à sociedade onde eram obrigados a viver, baseada
em códigos a eles completamente estranhos. A repressão pura e simples
era muito eficiente nestes casos, mas não bastava. Eram constantes as
revoltas. Em alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor
saída, e tentaram convencer os negros que seus Orixás também tinham
espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as
mesmas, apenas com outros nomes.
Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da
quase obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao
realizá-los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas
mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta
questão, não negamos as funções únicas e importantíssimas de Oxalá
perante a mitologia iorubá.
É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de
todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no
sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de
todas as cores.
Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos
cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado
num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum
que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás
e dos seres humanos.
Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu
ELEDÁ (primeiro Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓ (adjutores
auxiliares do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas
dependendo da orientação da cúpula espiritual dirigente do terreiro.
Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás,
excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que
tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum
como seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu
pai.
O seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres,
aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé
individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de
religiosidade.
Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá.
Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é
o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional.
Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na
Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. No
Candomblé, Apresenta-se de duas maneiras: moço - chamado Oxaguiam, e
velho - chamado Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o
do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô. A cor
de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, do de Oxalufam é
somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira. Oxalá é
considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os
Orixás do Panteão Africano. É calmo, sereno, pacificador, é o criador,
portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações.
A vibração de Oxalá habita em cada um de nós, e em toda parte de
nosso corpo, porém velada pela nossa imperfeição, pelo nosso grau de
evolução. É o Cristo interior, e, ao mesmo tempo, cósmico e universal;
O que jamais deixou sem resposta ou sem consolo um só coração humano,
cujo apelo chegasse até ele. O que procura, no seio da humanidade,
homens capazes de ouvir a voz da sabedoria e que possam responder-lhe,
quando pedir mensageiros para transmitir ao seu rebanho: "Estou aqui;
enviai-Me".
OXALÁ É JESUS ?
A imagem de Jesus Cristo é figura obrigatoriamente em lugar de
honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local
elevado, geralmente destacada com iluminação intencionalmente
preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua
volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o "filho
dileto de Deus entre os homens"; entretanto, permanece, no íntimo
desse sincretismo, a herança da tradição africana: "Jesus foi um
enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens"; Oxalá
coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes de que Jesus o
fosse.
Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de
praticar a caridade, isto é, dando com a direita para, com a esquerda,
receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que
os conduzirá ao seu Divino Mestre.
CARACTERÍSTICAS
Cor:
Branca
Fio de Contas:
Contas e Missangas brancas e leitosas. Firmas Brancas.
Ervas:
Tapete de Oxalá(Boldo), Saião, Colônia, Manjericão Branco, Rosa
Branca, Folha de Algodoeiro, Sândalo, Malva, Patchouli, Alfazema,
Folha do Cravo, Neve Branca, Folha de Laranjeira.(Em algumas casas:
poejo, camomila, chapéu de couro, coentro, gerânio branco, arruda,
erva cidreira, alecrim do mato,hortelã, folhas de girassol, agapanto
branco, aguapé (golfo de flor branca), alecrim da horta, alecrim de
tabuleiro, baunilha, camélia, carnaubeira, cravo da índia), fava
pichuri, fava de tonca, folha de parreira de uva branca, maracujá
(flores), macela, palmas de jerusalém, umbuzeiro, salsa da praia)
Símbolo:
Estrela de 5 pontas. (Em algumas casas, a Cruz)
Pontos da Natureza:
Praias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, etc...
Flores:
Lírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor, as rosas de
preferência sem espinhos.
Essências:
Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de
laranjeira.
Pedras:
Diamante, cristal de rocha, pérolas brancas.
Metal:
Prata (Em algumas casas: platina, ouro branco).
Saúde:
Não tem área de saúde específica, pois abrange todo nosso corpo e
nosso espírito.
Planeta:
Sol.
Dia da Semana:
Todos, especialmente a Sexta-Feira.
Elemento:
Ar
Chakra:
Coronário
Saudação:
Exê Uêpe Babá
Bebida:
Água mineral, ou vinho branco doce ou vinho tinto doce.
Animais:
Pomba Branca, Caramujo, coruja branca
Comidas:
Canjica, Acaçá, Mungunzá.
Número:
10 (Oxalufã), 8 (Oxaguiã).
Data Comemorativa:
25 de Dezembro
Sincretismo:
Jesus. (Oxaguiã, Menino Jesus de Praga; Oxalufã, Senhor do Bonfim)
Incompatibilidades:
Vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor vermelha, cachaça,
bichos escuros. Lâminas (Oxalufã)
ATRIBUIÇÕES:
As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o
amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve
suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo
desenfreado dos espíritos encarnados.
AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ
Os filhos de Oxalá, são pessoas tranqüilas, com tendência à
calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem
que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos,
mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários,
mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários
como adjutores (ajuntós).
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito,
limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser
respeitados.
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que
impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si
mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm
certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão
errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um
problema.
No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) a tendência se traduz em ranzinzice
e intolerância, enquanto no Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor
pelo debate e pela argumentação.
Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a
ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem
(escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte
majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não
na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem
tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa
maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a
ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus
ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.
Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar
despertar em seu interior a alegria pelas coisas que o cerca e tentar
ceder à sua natural teimosia.
COZINHA RITUALÍSTICA
Canjica:
Canjica branca (sem aquele olhinho escuro e mal cozida). Colocar em
tigela de louça branca. Cobrir com Algodão, Folhas de Saião ou Claras
em Neve. Podendo colocar um cacho de uva branca por cima de tudo.
Regar com mel
Acaçá:
Cozinhar 1/2 kg de Farinha de Milho branca, como um angu ou mingau.
Deixe esfriar um pouco, e faça bolinhos. Em algumas casas se põe, às
colheradas, em folhas de bananeira passada ao fogo e enrola-se.
Serve-se depois de frio.
Obs. 1) Quando colocar esta oferenda, coloque na frente de seu altar
com um copo de água na parte de cima, uma vela de 7 dias a direita, 3
ramos de trigo a esquerda e na parte de baixo encima de um pano branco
coloque um pãozinho cortado em três pedaços, deixe até acabar a vela
de 7 dias e veras que criara uma penugem de bolor nos Acaçá, sinal que
seu pedido e sua fé foi bem aceita, despache tudo em um jardim ou
campo florido.
Obs. 2) Já existe à venda no mercado a chamada "farinha de acaçá", que
é a canjica branca já moída, o que facilita enormemente a confecção do
acaçá de Oxalá.
Mungunzá:
Escolha 1/2 kg de canjica branca (sem aquele olhinho escuro) e ponha
de molho na véspera. No dia seguinte, ponha para cozinhar com água e
sal. Quando a canjica começar a amaciar, adicione o leite ralo de 2
cocos, junte o açúcar, misture e, se preciso, ponha mais sal.
Acrescente os cravos-da-índia e a canela. Desmanche o creme de arroz
em leite de coco puro e junte ao mungunzá para engrossar o caldo do
mesmo. Sirva em pratos fundos, como sopa.
Também se faz agrado com uma mesa de frutas, que não podem ter
espinhos farpas ou fiapos, como por exemplo: manga, abacaxi,
carambola, cajá-manga, etc.
LENDAS DE OXALÁ
Aguas de Oxalá.
Aproximava-se o dia em que seria realizado no reino de Oyó, a
época das comemorações em homenagem a Xangô, Rei de Oyó, onde todos os
Orixás foram convidados, inclusive Oxalufã. Antes de rumar a Oyó,
Oxalufã consultou seu babalawo a fins de saber como seria a jornada, o
babalawo lhe disse: leve três mudas de roupas brancas, pois Exú irá
dificultar seus caminhos. E Oxalufã partiu sozinho. O adivinho
aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e
sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no
caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria
uma forma de não perder a vida.
Caminhando pela mata encontrou Exú tentando levantar um tonel de
Dendê as costa e pediu-lhe ajuda, Oxalufã prontamente lhe ajudou mas
Exú, propositalmente derramou o dendê sobre Oxalufã e saiu. Oxalufã
banhou-se no rio, trocou de roupa e continuou sua jornada. Mas adiante
encontrou-se novamente com Exú, que desta vez tentava erguer um saco
de carvão a costas e pediu a Oxalufã que lhe auxiliasse, novamente
Oxalufã lhe ajudou e Exú repetiu o feito derramando o carvão sobre
Oxalufã, banhando-se no rio e trocando de roupa, Oxalufã prosseguiu
sua jornada a Oyó, próximo já a Oyó, encontrou com Exú novamente
tentado erguer um tonel de melado e a estória se repetiu. Nos campos
de Oyó, Oxalufã encontrou com um cavalo fugitivo dos estábulos de
Xangô, e resolveu devolver ao dono, antes de chegar a cidade, foi
abordado pelos guardas que julgaram-no culpado pelo furto.
Maltrataram e prenderam Oxalufã. Ele, sempre calado, deixou-se
levar prisioneiro. Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do
Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda
seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o
reino. Desesperado Xangô resolveu consultar um babalawô para saber o
que acontecia e o babalawô lhe disse: a vida está aprisionada em seus
calabouços, um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por
um crime que não cometera. Com essa resposta, Xangô foi até a prisão e
lá encontrou Oxalufã todo sujo e mal tratado. Imediatamente o levou ao
palácio e lá chamou todos os Orixás onde cada um carregava um pote com
água da mina. Um a um os Orixás iam derrubando suas águas em Oxalufã
para lavá-lo. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco.
E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso,
respeitosamente, pedir perdão a Oxalufã. Xangô vestiu-se também de
branco e nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as
festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalufã e todo o povo
saudava Xangô.
Lenda da Criação.
Oxalá, "O Grande Orixá" ou "O Rei do Pano Branco". Foi o primeiro
a ser criado por Olorum, o deus supremo. Tinha um caráter bastante
obstinado e independente.
Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o poder de
sugerir (àbà) e o de realizar (àse). Para cumprir sua missão, antes da
partida, Olorum entregou-lhe o "saco da criação". O poder que lhe fora
confiado não o dispensava, entretanto de submeter-se a certas regras e
de respeitar diversas obrigações como os outros orixás. Uma história
de Ifá nos conta como. Em razão de seu caráter altivo, ele se recusou
fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exú, antes de iniciar sua
viagem para criar o mundo.
Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu
òpá osorò ou paxorô, cajado para fazer cerimônias. No momento de
ultrapassar a porta do Além, encontrou Exé, que, entre as suas
múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os
dois mundos. Exé descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as
oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa.
Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso senão o de furar
com seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido
refrescante dele escorreu: era o vinho de palma. Ele bebeu-o ávida e
abundantemente. Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava e caiu
adormecido. Veio então Odudua, criado por Olorum depois de Oxalá e o
maior rival deste. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe o "saco
da criação", dirigiu-se à presença de Olorum para mostrar-lhe o seu
achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olorum
exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar o
mundo!" Odudua saiu assim do Além e encontrou diante de uma extensão
ilimitada de água.
Deixou cair a substância marrom contida no "saco da criação". Era
terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das
águas. Aí, ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta
começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas.
Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez
mais, o que em iorubá se diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome
da cidade de Ilê Ifé. Odudua aí se estabeleceu, seguido pelos outros
orixás, e tornou-se assim o rei da terra.
Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco da
criação". Despeitado, voltou a Olorum. Este, como castigo pela sua
embriaguez, proibiu ao Grande Orixá, assim como aos outros de sua
família, os orixás funfun, ou "orixás brancos", beber vinho de palma e
mesmo usar azeite-de-dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a
tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele,
Olorum, insuflaria a vida.
Por essa razão, Oxalá também é chamado de Alamorere, o
"proprietário da boa argila".
Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério
a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia, os
homens saiam de suas mãos contrafeitas, deformdas, capengas,
corcundas. Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos
e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos. Todas
as pessoas que entram nessas tristes categorias são-lhe consagradas e
tornam-se adoradoras de Oxalá.
Como Oxalá se Tornou o Pai da Criação.
Iemanjá, a filha de olokum, foi escolhida por olorum para ser a
mãe dos orixás. como ela era muito bonita, todos a queriam para
esposa; então, o pai foi perguntar a orumilá com quem ela deveria
casar. orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada
pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma
pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. na manhã
seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por
orumilá para marido de iemanjá. os candidatos assim fizeram; no dia
seguinte, o cajado de oxalá estava coberto de flores brancas, e assim
ele se tornou pai dos orixás.
Como Oxalá Aprendeu a Produzir a Cor Branca.
Certa vez, quando os orixás estavam reunidos, oxalá deu um tapa
em exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante exu se
levantou, já curado. Então oxalá bateu em sua cabeça e exu ficou anão;
mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois oxalá sacudiu a cabeça de
exu e ela ficou enorme; mas exu esfregou a cabeça com as mãos e ela
ficou normal. A luta continuou, até que exu tirou da própria cabeça
uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de
oxalá. oxalá se esfregou, como exu fizera, mas não voltou ao normal;
então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre exu, que ficou
dócil e lhe entregou a cabaça, que oxalá usa para fazer os brancos.
Saravá Pai Oxalá!!!
Meu pai Oxalá, és tudo na criação. Igual teu poder não há, me cura, me
dá tua mão.
Pai Oxalá nunca te deixará só. Confie nele sempre.
Que a luz de pai Oxalá nos abençoe, nos proteja da escuridão, que o
seu sagrado manto nos cubra, que seu cajado nos console.
Exê Uêpe Babá!!!
Carlos de Ogum.
Oração a Oxalá.
Oxalá! Divina manifestação do Bem,
Senhor da perfeita Sabedoria e do Bendito Amor,
Vós que recebei o poder do supremo Doador
para tudo e todos.
Protegei-nos das ciladas ilusórias do mundo enganador,
Despertai-nos para a realidade da vida imortal,
Sois a imaculada irradiação do Altíssimo,
Vosso nome é só mavioso e compassivo,
que nos guia; com ternura e esperança,
para a Aruanda # Cidade de Luz.
Ai de nós empedernidos, na mais grosseira materialidade,
Afogados em sentimentos inferiores,
Rogamos contritos pela salvação da nossa consciência.
Junto a Vós, trilharemos por caminhos iluminados,
Porque sois a divina pureza, acolhedora e misericordiosa.
Santo Nome, envolvei-nos em sentimentos fraternos de real amor, a fim
de chegarmos até Vós,
Oxalá ! Tende pena de nós, tende compaixão,
Nos proteja nessa nossa missão.
Que assim seja!
Salve nosso pai Oxalá, UÊPE BABÁ!
ResponderExcluirSalve nosso pai Oxalá, Uêpe Babá, que ele continue nos abençoando e nos guiando! Priscila
ResponderExcluirSaravá Pai Oxalá. Epa Babá.
ResponderExcluirRosane Miranda
Querido Amigo Carlos, divino texto
ResponderExcluirPaulo Couto
Salve Pai Oxalá.
ResponderExcluirCris Oliveira
Simplesmente sensacional.
ResponderExcluirClaudia Oliveira
Saravá divino Pai Oxalá
ResponderExcluirJu Medeiros
Saravápai Oxalá. Belo texto Pai
ResponderExcluirPatricia Esteves
Mais um lindo texto explicativo sobre nossos Orixás queridos.
ResponderExcluirEpá Babá
Gustavo Bittencord
Amei. Como sempre explicativo.
ResponderExcluirJoana Curi
Parabéns grande texto. Mais um ensinamento dentro da Umbanda.
ResponderExcluirCristovão Gonçalo
Mais uma maravilha de texto. amo os Orixás, amo esse blog com
ResponderExcluirtanto ensinamento
Kelly Mendes
Divino Pai Oxalá a sua benção.
ResponderExcluirJulia Cristina
Saravá Pai Oxalá. Feliz Natal a todos.
ResponderExcluirMarcio de Oxossi
Parabéns Pai Carlos. Seu blog é muito interessante e explicativo, amo.
ResponderExcluirCatarina Duarte
Que Pai Oxalá nos proteja no ano de 2014.
ResponderExcluirDiogo Carioca
Salve o `Pai dos Orixás. Maravilha de texto meu pai
ResponderExcluirClaudinha Xavier
Exê Uêpe Babá, salve nosso Pai Oxalá.
ResponderExcluirMarcia de Omulú
Saravá o Pai de todos os Pais. Axé axé axé
ResponderExcluirSaravá Pai Oxalá. Que reine na minha vida me dando luz na caminhada junto aos ceus.
ResponderExcluirSalve o mestre dos mestres. Saravá meu Pai Oxalá. Proteção nessa minha caminhada para um momento melhor de minha vida. Sua bençao e sua proteção. Amém. Tadeu Bastos
ResponderExcluirSalve meu Pai Oxalá, grande senhor de minha vida. Obrigado pela paz e o amor determinado a mim e a minha familia.
ResponderExcluirSalve Pai Oxalá. Salve seu dia. Feliz Natal a todos.
ResponderExcluir