sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Mensagem Para o Fim de Ano

 





    Querido Pai Oxalá,

    Poderosa força, Senhor de todos os Orixás.
    Mestre do tempo passado, presente e futuro.

    Ao findar esse ano, venho humildemente lhe agradecer por todas as
bençãos recebidas de ti.

    Agradeço também pelo raiar do dia,
pelas flores que embelezaram nossos caminhos,
pelo Sol que nos aqueceu,
pelas chuvas que nos refrescaram,
pelo vento que nos levou as indecisões,
pelas águas que nos mataram a sede,
pelo pão que nos matou a fome.

    Agradeço também Senhor,
pela dor que passei que me ensinou a ser mais forte,
pelos obstáculos em meus caminhos que me ensinaram a ter calma para
deles desviá-los,
pelas lágrimas perdidas fazendo assim lavar minhas angústias,
por tudo que pedi e recebi, e por tudo que implorei e não recebi pois
não era de meu merecimento,
agradeço pelos amigos que me acompanharam por todo ano, e agradeço
pelos possíveis inimigos que tu tiraste de meu caminho,
agradeço a sabedoria de me fazer ouvir um problema de alguém que
buscava uma ajuda,
e agradeço as palavras que me conduziste a falar, mesmo duras, a
aqueles que não deram valor as bençãos que o Senhor os concedeu.

    A ti Pai Oxalá, todos os Orixás e todas as Entidades de Luz,
ofereço tudo que fiz neste ano.

    Tudo que passou por minhas mãos,
as coisas que pude construir com elas,
o trabalho realizado,
as palavras ditas,
a caridade cedida.

    Querido Pai Oxalá,
nesse instante lhe entrego todas as pessoas,
que comigo percorreram tantos caminhos em prol da caridade.

    Lhe entrego também os novos e antigos amigos,
os que de alguma forma se aproximaram de mim, me trazendo luz.

   Entrego em suas mãos os irmãos  que estão tão perto,
e também os que estão tão distantes, mas mesmo assim rompem fronteiras
para nos iluminar com sua luz.

    Também peço sua proteção Querido Senhor,
para aqueles que me estenderam as mãos na hora de uma duvida de
caminhada,
e também para aqueles que pediram minhas mãos num momento de
desespero.

    Agradeço por cada segundo de respostas dada quando me senti
perdido em algum fato,
e agradeço a luz que o Senhor me acendeu a cada hora que eu achava que
algo não tinha saída.

    Também gostaria, além de lhe agradecer Senhor, lhe pedir perdão.

    Perdão pelas palavras mal usadas,
pelo tempo que perdi em coisas que não eram necessárias,
pelo dinheiro gasto em coisas supérfluas,
pela falta de entendimento com fatos que achei irrelevante,
pela falta de paciência com pessoas que eu achava que não merecia
atenção.

    Perdão pela oração não passada a quem necessitava,
ou pela oração que não fiz no momento que era para ser feita.

    Perdão pelo momento que deixei um irmão necessitado de uma palavra
esperando, tentando buscar uma própria palavra a meus problemas.

    Perdão por não ter agradecido o suficiente, e ter pedido mais do
que eu precisava.

    Perdão por achar que as vezes meus problemas eram maiores dos que
os apresentados por meus semelhantes.

    Perdão pelas reclamações de um dia chuvoso, ou pelo mal humor de
um dia muito quente.

    Perdão por não ter posto em prática dia a dia a minha missão de
rezar por um irmão necessitado.

    Perdão por não me lembrar que temos semelhantes morrendo de fome
por todo o mundo, enquanto fazemos nossas refeições.

    Querido Pai de todos nós,
a ti entrego meu novo ano.

    Ano esse que não sabemos que chegaremos ao final,
que não sabemos o que passaremos,
que não sabemos quantos sorrisos daremos,
quantas lágrimas perderemos,
quantas orações faremos,
quantos pedidos seremos merecedores,
quantos obstáculos passaremos,
e quantas vezes mais nos ajoelharemos
para de novo pedir e pedir sem agradecer.

    Portanto Pai Oxalá,
hoje desejo te pedir já agradecendo,
para mim, meus amigos e a todos de bom coração,
muita paz e amor,
a felicidade sem lágrimas,
a prudência e a fortaleza,
a sabedoria e a lucidez,
o otimismo e a bondade,
a luz e a caridade.

    Peço que feche meus ouvidos para toda falsidade,
e minha boca a palavras mentirosas ou egoístas.

    Peço que eu seja luz a quem está na escuridão,
estradas abertas a quem busca um caminho,
paz a quem está em desespero,
esperança a quem perdeu a fé.

    Me faça assim Senhor, por todo esse ano que se inicia,
para que eu possa levar seu nome,
podendo assim criar uma corrente de paz, fraternidade, caridade, fé e
amor.

    Querido Oxalá,
a meus amigos que leem essa mensagem,
encham de sabedoria, paz e amor,
para que assim essa corrente já comece a crescer,
por todo novo ano,
por toda a vida.

Feliz ano novo a todos os irmãos Umbandistas ou não!

Que Pai  Oxalá, todos os Orixás e todas as Entidades de Luz abençoe a todos, não só nesse novo ano, mas também por toda a eternidade.

Que assim seja!


Carlos de Ogum


sábado, 21 de dezembro de 2013

SAUDAÇÃO A PAI OXALÁ

     SAUDAÇÃO A PAI OXALÁ.

     Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no
Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do
panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando
porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na
agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma
de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa
versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ.
     Esta relação de importância advém de a organização de divindades
africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do
comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da
organização familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos
caminhos para uma mesma questão. Para um mesmo problema, orixás
diferentes propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo
social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra
não. A jurisprudência africana nesse sentido prefere conviver com os
opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, Ogum faz
isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.
     Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é
hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por
representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família
tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para
igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás
confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos
outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos,
as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes,
merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava
ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico,
neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá
pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a
metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a
medicina - e assim por diante.
     Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo
superior aos outros (o que não está implícito como poder, mas sim
merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da colonização
européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos
católicos, passo considerado decisivo para os mentores e ideólogos que
tentavam adaptá-los à sociedade onde eram obrigados a viver, baseada
em códigos a eles completamente estranhos. A repressão pura e simples
era muito eficiente nestes casos, mas não bastava. Eram constantes as
revoltas. Em alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor
saída, e tentaram convencer os negros que seus Orixás também tinham
espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as
mesmas, apenas com outros nomes.

     Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da
quase obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao
realizá-los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas
mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta
questão, não negamos as funções únicas e importantíssimas de Oxalá
perante a mitologia iorubá.

É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de
todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no
sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de
todas as cores.
     Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos
cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado
num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum
que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás
e dos seres humanos.

     Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu
ELEDÁ (primeiro Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓ (adjutores
auxiliares do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas
dependendo da orientação da cúpula espiritual dirigente do terreiro.

     Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás,
excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que
tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum
como seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu
pai.
     O seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres,
aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé
individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de
religiosidade.
     Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá.

     Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é
o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional.
     Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na
Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
     Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. No
Candomblé, Apresenta-se de duas maneiras: moço - chamado Oxaguiam, e
velho - chamado Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o
do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô. A cor
de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, do de Oxalufam é
somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira. Oxalá é
considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os
Orixás do Panteão Africano. É calmo, sereno, pacificador, é o criador,
portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações.

     A vibração de Oxalá habita em cada um de nós, e em toda parte de
nosso corpo, porém velada pela nossa imperfeição, pelo nosso grau de
evolução. É o Cristo interior, e, ao mesmo tempo, cósmico e universal;
O que jamais deixou sem resposta ou sem consolo um só coração humano,
cujo apelo chegasse até ele. O que procura, no seio da humanidade,
homens capazes de ouvir a voz da sabedoria e que possam responder-lhe,
quando pedir mensageiros para transmitir ao seu rebanho: "Estou aqui;
enviai-Me".

OXALÁ É JESUS ?

     A imagem de Jesus Cristo é figura obrigatoriamente em lugar de
honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local
elevado, geralmente destacada com iluminação intencionalmente
preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua
volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o "filho
dileto de Deus entre os homens"; entretanto, permanece, no íntimo
desse sincretismo, a herança da tradição africana: "Jesus foi um
enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens"; Oxalá
coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes de que Jesus o
fosse.

     Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de
praticar a caridade, isto é, dando com a direita para, com a esquerda,
receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que
os conduzirá ao seu Divino Mestre.


CARACTERÍSTICAS

Cor:
Branca

Fio de Contas:
Contas e Missangas brancas e leitosas. Firmas Brancas.

Ervas:
Tapete de Oxalá(Boldo), Saião, Colônia, Manjericão Branco, Rosa
Branca, Folha de Algodoeiro, Sândalo, Malva, Patchouli, Alfazema,
Folha do Cravo, Neve Branca, Folha de Laranjeira.(Em algumas casas:
poejo, camomila, chapéu de couro, coentro, gerânio branco, arruda,
erva cidreira, alecrim do mato,hortelã, folhas de girassol, agapanto
branco, aguapé (golfo de flor branca), alecrim da horta, alecrim de
tabuleiro, baunilha, camélia, carnaubeira, cravo da índia), fava
pichuri, fava de tonca, folha de parreira de uva branca, maracujá
(flores), macela, palmas de jerusalém, umbuzeiro, salsa da praia)

Símbolo:
Estrela de 5 pontas. (Em algumas casas, a Cruz)

Pontos da Natureza:
Praias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, etc...

Flores:
Lírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor, as rosas de
preferência sem espinhos.

Essências:
Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de
laranjeira.

Pedras:
Diamante, cristal de rocha, pérolas brancas.

Metal:
Prata (Em algumas casas: platina, ouro branco).

Saúde:
Não tem área de saúde específica, pois abrange todo nosso corpo e
nosso espírito.

Planeta:
Sol.

Dia da Semana:
Todos, especialmente a Sexta-Feira.

Elemento:
Ar

Chakra:
Coronário

Saudação:
Exê Uêpe Babá

Bebida:
Água mineral, ou vinho branco doce ou vinho tinto doce.

Animais:
Pomba Branca, Caramujo, coruja branca

Comidas:
Canjica, Acaçá, Mungunzá.

Número:
10 (Oxalufã), 8 (Oxaguiã).

Data Comemorativa:
25 de Dezembro

Sincretismo:
Jesus. (Oxaguiã, Menino Jesus de Praga; Oxalufã, Senhor do Bonfim)

Incompatibilidades:
Vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor vermelha, cachaça,
bichos escuros. Lâminas (Oxalufã)

ATRIBUIÇÕES:
     As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o
amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve
suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo
desenfreado dos espíritos encarnados.


AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ

     Os filhos de Oxalá, são pessoas tranqüilas, com tendência à
calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem
que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos,
mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários,
mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários
como adjutores (ajuntós).

     São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito,
limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser
respeitados.
     Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que
impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si
mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.

     Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm
certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão
errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um
problema.

     No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) a tendência se traduz em ranzinzice
e intolerância, enquanto no Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor
pelo debate e pela argumentação.
     Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a
ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem
(escrita ou falada) seja o ponto fundamental.

     Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte
majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não
na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem
tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa
maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a
ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus
ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.

Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar
despertar em seu interior a alegria pelas coisas que o cerca e tentar
ceder à sua natural teimosia.


COZINHA RITUALÍSTICA

Canjica:

Canjica branca (sem aquele olhinho escuro e mal cozida). Colocar em
tigela de louça branca. Cobrir com Algodão, Folhas de Saião ou Claras
em Neve. Podendo colocar um cacho de uva branca por cima de tudo.
Regar com mel

Acaçá:

Cozinhar 1/2 kg de Farinha de Milho branca, como um angu ou mingau.
Deixe esfriar um pouco, e faça bolinhos. Em algumas casas se põe, às
colheradas, em folhas de bananeira passada ao fogo e enrola-se.
Serve-se depois de frio.

Obs. 1) Quando colocar esta oferenda, coloque na frente de seu altar
com um copo de água na parte de cima, uma vela de 7 dias a direita, 3
ramos de trigo a esquerda e na parte de baixo encima de um pano branco
coloque um pãozinho cortado em três pedaços, deixe até acabar a vela
de 7 dias e veras que criara uma penugem de bolor nos Acaçá, sinal que
seu pedido e sua fé foi bem aceita, despache tudo em um jardim ou
campo florido.

Obs. 2) Já existe à venda no mercado a chamada "farinha de acaçá", que
é a canjica branca já moída, o que facilita enormemente a confecção do
acaçá de Oxalá.


Mungunzá:

Escolha 1/2 kg de canjica branca (sem aquele olhinho escuro) e ponha
de molho na véspera. No dia seguinte, ponha para cozinhar com água e
sal. Quando a canjica começar a amaciar, adicione o leite ralo de 2
cocos, junte o açúcar, misture e, se preciso, ponha mais sal.
Acrescente os cravos-da-índia e a canela. Desmanche o creme de arroz
em leite de coco puro e junte ao mungunzá para engrossar o caldo do
mesmo. Sirva em pratos fundos, como sopa.

Também se faz agrado com uma mesa de frutas, que não podem ter
espinhos farpas ou fiapos, como por exemplo: manga, abacaxi,
carambola, cajá-manga, etc.



LENDAS DE OXALÁ


Aguas de Oxalá.

     Aproximava-se o dia em que seria realizado no reino de Oyó, a
época das comemorações em homenagem a Xangô, Rei de Oyó, onde todos os
Orixás foram convidados, inclusive Oxalufã. Antes de rumar a Oyó,
Oxalufã consultou seu babalawo a fins de saber como seria a jornada, o
babalawo lhe disse: leve três mudas de roupas brancas, pois Exú irá
dificultar seus caminhos. E Oxalufã partiu sozinho. O adivinho
aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e
sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no
caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria
uma forma de não perder a vida.
     Caminhando pela mata encontrou Exú tentando levantar um tonel de
Dendê as costa e pediu-lhe ajuda, Oxalufã prontamente lhe ajudou mas
Exú, propositalmente derramou o dendê sobre Oxalufã e saiu. Oxalufã
banhou-se no rio, trocou de roupa e continuou sua jornada. Mas adiante
encontrou-se novamente com Exú, que desta vez tentava erguer um saco
de carvão a costas e pediu a Oxalufã que lhe auxiliasse, novamente
Oxalufã lhe ajudou e Exú repetiu o feito derramando o carvão sobre
Oxalufã, banhando-se no rio e trocando de roupa, Oxalufã prosseguiu
sua jornada a Oyó, próximo já a Oyó, encontrou com Exú novamente
tentado erguer um tonel de melado e a estória se repetiu. Nos campos
de Oyó, Oxalufã encontrou com um cavalo fugitivo dos estábulos de
Xangô, e resolveu devolver ao dono, antes de chegar a cidade, foi
abordado pelos guardas que julgaram-no culpado pelo furto.
     Maltrataram e prenderam Oxalufã. Ele, sempre calado, deixou-se
levar prisioneiro. Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do
Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda
seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o
reino. Desesperado Xangô resolveu consultar um babalawô para saber o
que acontecia e o babalawô lhe disse: a vida está aprisionada em seus
calabouços, um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por
um crime que não cometera. Com essa resposta, Xangô foi até a prisão e
lá encontrou Oxalufã todo sujo e mal tratado. Imediatamente o levou ao
palácio e lá chamou todos os Orixás onde cada um carregava um pote com
água da mina. Um a um os Orixás iam derrubando suas águas em Oxalufã
para lavá-lo. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco.
E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso,
respeitosamente, pedir perdão a Oxalufã. Xangô vestiu-se também de
branco e nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as
festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalufã e todo o povo
saudava Xangô.


Lenda da Criação.

     Oxalá, "O Grande Orixá" ou "O Rei do Pano Branco". Foi o primeiro
a ser criado por Olorum, o deus supremo. Tinha um caráter bastante
obstinado e independente.
     Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o poder de
sugerir (àbà) e o de realizar (àse). Para cumprir sua missão, antes da
partida, Olorum entregou-lhe o "saco da criação". O poder que lhe fora
confiado não o dispensava, entretanto de submeter-se a certas regras e
de respeitar diversas obrigações como os outros orixás. Uma história
de Ifá nos conta como. Em razão de seu caráter altivo, ele se recusou
fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exú, antes de iniciar sua
viagem para criar o mundo.

     Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu
òpá osorò ou paxorô, cajado para fazer cerimônias. No momento de
ultrapassar a porta do Além, encontrou Exé, que, entre as suas
múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os
dois mundos. Exé descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as
oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa.
Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso senão o de furar
com seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido
refrescante dele escorreu: era o vinho de palma. Ele bebeu-o ávida e
abundantemente. Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava e caiu
adormecido. Veio então Odudua, criado por Olorum depois de Oxalá e o
maior rival deste. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe o "saco
da criação", dirigiu-se à presença de Olorum para mostrar-lhe o seu
achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olorum
exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar o
mundo!" Odudua saiu assim do Além e encontrou diante de uma extensão
ilimitada de água.
     Deixou cair a substância marrom contida no "saco da criação". Era
terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das
águas. Aí, ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta
começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas.
     Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez
mais, o que em iorubá se diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome
da cidade de Ilê Ifé. Odudua aí se estabeleceu, seguido pelos outros
orixás, e tornou-se assim o rei da terra.
     Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco da
criação". Despeitado, voltou a Olorum. Este, como castigo pela sua
embriaguez, proibiu ao Grande Orixá, assim como aos outros de sua
família, os orixás funfun, ou "orixás brancos", beber vinho de palma e
mesmo usar azeite-de-dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a
tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele,
Olorum, insuflaria a vida.
     Por essa razão, Oxalá também é chamado de Alamorere, o
"proprietário da boa argila".
     Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério
a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia, os
homens saiam de suas mãos contrafeitas, deformdas, capengas,
corcundas. Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos
e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos. Todas
as pessoas que entram nessas tristes categorias são-lhe consagradas e
tornam-se adoradoras de Oxalá.


Como Oxalá se Tornou o Pai da Criação.

     Iemanjá, a filha de olokum, foi escolhida por olorum para ser a
mãe dos orixás. como ela era muito bonita, todos a queriam para
esposa; então, o pai foi perguntar a orumilá com quem ela deveria
casar. orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada
pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma
pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. na manhã
seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por
orumilá para marido de iemanjá. os candidatos assim fizeram; no dia
seguinte, o cajado de oxalá estava coberto de flores brancas, e assim
ele se tornou pai dos orixás.


Como Oxalá Aprendeu a Produzir a Cor Branca.

     Certa vez, quando os orixás estavam reunidos, oxalá deu um tapa
em exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante exu se
levantou, já curado. Então oxalá bateu em sua cabeça e exu ficou anão;
mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois oxalá sacudiu a cabeça de
exu e ela ficou enorme; mas exu esfregou a cabeça com as mãos e ela
ficou normal. A luta continuou, até que exu tirou da própria cabeça
uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de
oxalá. oxalá se esfregou, como exu fizera, mas não voltou ao normal;
então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre exu, que ficou
dócil e lhe entregou a cabaça, que oxalá usa para fazer os brancos.


Saravá Pai Oxalá!!!

Meu pai Oxalá, és tudo na criação. Igual teu poder não há, me cura, me
dá tua mão.

Pai Oxalá nunca te deixará só. Confie nele sempre.

Que a luz de pai Oxalá nos abençoe, nos proteja da escuridão, que o
seu sagrado manto nos cubra, que seu cajado nos console.

Exê Uêpe Babá!!!

Carlos de Ogum.





Oração a Oxalá.

Oxalá! Divina manifestação do Bem,
Senhor da perfeita Sabedoria e do Bendito Amor,
Vós que recebei o poder do supremo Doador
para tudo e todos.

Protegei-nos das ciladas ilusórias do mundo enganador,
Despertai-nos para a realidade da vida imortal,
Sois a imaculada irradiação do Altíssimo,
Vosso nome é só mavioso e compassivo,
que nos guia; com ternura e esperança,
para a Aruanda # Cidade de Luz.

Ai de nós empedernidos, na mais grosseira materialidade,
Afogados em sentimentos inferiores,
Rogamos contritos pela salvação da nossa consciência.

Junto a Vós, trilharemos por caminhos iluminados,
Porque sois a divina pureza, acolhedora e misericordiosa.

Santo Nome, envolvei-nos em sentimentos fraternos de real amor, a fim
de chegarmos até Vós,

Oxalá ! Tende pena de nós, tende compaixão,
Nos proteja nessa nossa missão.

Que assim seja!





sábado, 14 de dezembro de 2013

ORIXÁ REGENTE DO ANO DE 2014

   Orixá Regente do Ano de 2014.

    Findando o ano de 2013, já nos preparamos de uma maneira
esperançosa para o novo ano que está para chegar.

    Como todo ano, muitos de nós ficamos interessados ou apenas
curiosos em saber qual será ou serão os  Orixás que vão reger o novo
ano.

    Como todo ano é feito, o nosso amado Preto Velho Rei Congo, jogou
seus búzios, e nos revelou essa informação, sendo ela confirmada pelos
queridos também Pretos Velhos, Pai Antero e Vovô Benedito da Calunga.

    Portanto, repasso a informação que nos foi divulgada.

    No ano de 2014 o Orixá regente será Pai Xangô, que regerá
intensamente por todo ano, sendo acompanhado pela vibração intensa de
Mãe Oxum.

    Também, terá a presença de Iansã que juntamente regerá até meados
do mês de junho, pois como juntamente com Obaluaiê, Iansã vibrou no
ano de 2013, mesmo sendo Obaluaiê quem regeu intensamente.

    Resumindo, e respondendo a pergunta mais simplesmente, ao ser
perguntado qual Orixá vai reger o ano de 2014, diremos apenas, Pai
Xangô,, que será o Orixá dominante desse ano.

    Sendo assim, o ano será bom para quem tem causas judiciais,
podendo findar causas antigas que estão enroladas pela morosidade da
justiça.

    Também será um bom ano para "concurseiros" e estudantes em geral. Se
perseverarem de verdade poderão chegar a seus objetivos.

    Ano agradável para união familiar, e também para mulheres que
pretendem engravidar.

    Esperamos que todos os amigos entrem com muita fé nas vitórias
pessoais nesse próximo ano.

    Que Pai Xangô, Mãe Oxum e Mãe Iansã abram os caminhos de todos nós
e que todos Orixás e todas as Entidades de Luz nos protejam por todo
ano de 2014.

Carlos de Ogum.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Saudação a Mamãe Oxum


                           SAUDAÇÃO A OXUM

     Nome de um rio em Oxogbô, região da Nigéria, em Ijexá. É ele
considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação
entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada
como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto
seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água
semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente
lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de
Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e
presentes de seus filhos-de-santo.

     Oxum domina os rios e as cachoeiras, imagens cristalinas de sua
influência: atrás de uma superfície aparentemente calma podem existir
fortes correntes e cavernas profundas.

     Oxum é conhecida por sua delicadeza. As lendas adornam-na com
ricas vestes e objetos de uso pessoal Orixá feminino, onde sua imagem
é quase sempre associada a maternidade, sendo comum ser invocada com a
expressão "Mamãe Oxum". Gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado
à vaidade, perfumes, etc.

     Filha predileta de Oxalá e Yemanjá. Nos mitos, ela foi casada com
Oxossi, a quem engana, com Xangô, com ogum, de quem sofria maus tratos
e xangô a salva.
     Seduz Obaluaiê, que fica perdidamente apaixonado, obtendo dele,
assim, que afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum é considerada
unanimente como uma das esposas de xangô e rival de Iansã e Obá.

Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro (na África seu metal era o
cobre), riqueza e do amor, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida
pela jovialidade e beleza.

À Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a
fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. A maternidade é sua
grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade para
engravidar, é à Oxum que se pede ajuda. Oxum é essencialmente o Orixá
das mulheres, preside a menstruação, a gravidez e o parto.

Desempenha importante função nos ritos de iniciação, que são a
gestação e o nascimento. Orixá da maternidade, ama as crianças,
protege a vida e tem funções de cura.

     Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de
vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a
realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.

     Fecundidade e fertilidade são por extensão, abundância e fartura
e num sentido mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das idéias,
despertando a criatividade do ser humano, que possibilitará o seu
desenvolvimento. Oxum é o orixá da riqueza - dona do ouro, fruto das
entranhas da terra. É alegre, risonha, cheia de dengos, inteligente,
mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-sábia, generosa e
compassiva, nunca se enfurecendo. Elegante, cheia de jóias, é a rainha
que nada recusa, tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos
iorubá: aquela que comanda as mulheres na cidade, arbitra litígios e é
responsável pela boa ordem na feira.

     Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se
dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a
responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação até o momento
do parto, onde Iemanjá ampara a cabeça da criança e a entrega aos seus
Pais e Mães de cabeça. Oxum continua ainda zelando pelas crianças
recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.

     É o orixá do amor, Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter
seus favores, provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam
oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo para satisfazer sua
vaidade. Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características
específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem negra
e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade. O
orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para
conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da
fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar
seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em
seu caminho. Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a
ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Seu maior desejo, no
entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos, assumindo
tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este
orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto,
como a frágil e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para
ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos, Oxum é,
sobretudo a deusa do amor.

     O Orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua
cena, pois ela deve ser a única capaz de centralizar as atenções. Na
arte da sedução não pode haver ninguém superior a Oxum. No entanto ela
se entrega por completo quando perdidamente apaixonada afinal o
romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana
brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para
refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto à divina mãe que
concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus
atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não
por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como a canção
diz: "gente é pra brilhar", mas Oxum é o próprio brilho em orixá.

     A face de Oxum é esperada ansiosamente por sua mãe, que para
engravidar leva ebó (oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de
Iemanjá ao ver sua filhinha sangrar logo após nascer. Para curá-la a
mãe mobiliza Ogum, que recorre ao curandeiro Ossãe, afinal a primeira
e tão querida filha de Iemanjá não podia morrer. Filha mimada, Oxum é
guardada por Orumilá, que a cria.

     Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre
a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá
é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas - mas
nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de
Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a
idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que
arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora,
pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos,
afastando-se da unidade familiar básica.

     Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher
que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo
em que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua
responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês.Começa
antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no
seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus
domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada
pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão místico
Iorubano.

Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos
abertos - é dos poucos Orixás Iorubás que absolutamente não gosta da
guerra. Tudo que sai da boca dos filhos da Oxum deve ser levado em
conta, pois eles têm o poder da palavra, ensinando feitiços ou
revelando presságios. Desempenha importante papel no jogo de búzios,
pois à ela quem formula as perguntas que Exú responde.

     No Candomblé, quando Oxum dança traz na mão uma espada e um
espelho, revelando-se em sua condição de guerreira da sedução. Ela se
banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias e pulseiras, tudo
isso num movimento lânguido e provocante.



CARACTERÍSTICAS

Cor:
Azul (Em algumas casas: Amarelo).

Fio de Contas:
Cristal ou leitosas azul. (Em algumas casas: Amarelo).

Ervas:
Colônia, Macaçá, Oriri, Santa Luzia, Oripepê, Pingo D'água, Agrião, Dinheiro em Penca, Manjericão Branco, Calêndula,Narciso; Vassourinha, Erva de Santa Luzia, e
Jasmim (Estas últimas três não servem para banhos) (Em algumas casas: Erva Cidreira, Gengibre, Camomila, Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de Ouro, Manjericona,
Erva Sta. Maria).

Símbolo:
Coração ou cachoeira.

Pontos da Natureza:
Cachoeira e rios (calmos).

Flores:
Lírio, rosa amarela..

Essências:
Lírio, rosa.

Pedras:
Topázio (amarelo e azul).

Metal:
Ouro

Saúde:
Órgãos reprodutores (femininos), coração.

Planeta:
Vênus (Lua).

Dia da Semana:
Sábado.

Elemento:
Água.

Chakra:
Umbilical (Frontal).

Saudação:
Aieieu (ou Ora Ieiêô).

Bebida:
Champanhe.

Animais:
Pomba Rola. e Canário.

Comidas:
Omolocum. Ipeté. Quindim (Em algumas casas: banana frita, moqueca de
peixe e pirão feito com a cabeça do peixe)

Número:
5

Data Comemorativa:
8 de dezembro.

Sincretismo:
Nossa Senhora Da Conceição, Nossa Senhora De Aparecida, Nossa Senhora
De Fátima, Nossa Senhora De Lourdes, Nossa Senhora Das Cabeças, Nossa
Senhora De Nazaré.

Incompatibilidades:
abacaxi, barata.

Qualidades:
Apará, Ijimum, Iápondá, Ifé, Abalu, Jumu, Oxogbo, Ajagura, Yeye Oga,
Yeye Petu, Yeye Kare, Yeye Oke, Yeye Oloko, Yeye Merin, Yeye Àyálá,
Yeye Lokun, Yeye Odo


 ATRIBUIÇÕES:

     Ela estimula a união matrimonial, e favorece a conquista da
riqueza espiritual e a abundância material. Atua na vida dos seres
estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.


As CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUM:

     Os filhos de Oxum amam espelhos, jóias caras, ouro, são
impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar
da vestimenta, do cabelo e, as mulheres, da pintura.

     As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram
perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a
beleza.
     Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir a filha de Oxum
como o pesquisador da religião africana, o francês Pierre Verger, que
escreveu: "o arquétipo de Oxum é das mulheres graciosas e elegantes,
com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que
são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais
reservadas que as de Iansã. Elas evitam chocar a opinião publica, á
qual dão muita importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora,
escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão
social".

     Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o
destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa
denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem
cautelosamente. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e
uma ambição bastante marcante.
     Os filhos de Oxum têm tendência para engordar; gostam da vida
social, das festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção
do sexo oposto.
     O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma
vida sExual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã
ou Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre
perseguido pelo sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidoso,
elegante, sensual e gosta de mudanças, podendo ser infiel. Despertam
ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.

     Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem
muito de alguém que não eles próprios, mas sua facilidade para a
doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres
mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e
companheiras.
     São muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranqüilos,
emotivos, normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro.

     O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem
que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da
calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas tudo que
não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio
de meandros.

     Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia
persistente, porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente.
Pode vir a ser interesseiro e indeciso, mas seu maior defeito é o
ciúme. Um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de
Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos
tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar
os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem
informações em troca.
     É muito desconfiado e possuidor de grande intuição que muitas
vezes é posta à serviço da astúcia, conseguindo tudo que quer com
imaginação e intriga. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente
um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento
do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu
leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, por isso mesmo,
são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente
delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

     Entretanto, ás vezes, parecem esquecer um objetivo que antes era
tão importante, não se importando mais com o mesmo. Na realidade,
estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias.

Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora
uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque
feminino de bondade

COZINHA RITUALÍSTICA

Omolocum

     Feijão fradinho cozido, passado no azeite de dendê com salsa
picada e camarão seco também picado ou ralado. Coloca-se em tigela de
louça branca, acrescentando de ovos cozidos por cima.

Com canjica branca.

     Canjica branca cozida em água pura sem sal e feijão fradinho
cozido em água pura sem sal. Coloca-se, numa tigela de louça branca,
uma camada de canjica, uma camada de feijão fradinho e, por cima, 3
ovos cozidos cortados em rodelas.


LENDAS DE OXUM


Como Oxum Conseguiu Participar Das Reuniões Dos Orixás Masculinos.

       Logo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões
das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não
poder participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu
poder e sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando
as fontes, tornando assim a terra improdutiva. Olorum foi procurado
pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de
tudo que faziam e deliberavam nas reuniões. Olorum perguntou a eles se
Oxum participava das reuniões, foi quando os Orixás lhe disseram que
não. Explicou-lhes então, que sem a presença de Oxum e do seu poder
sobre a fecundidade, nada iria dar certo. Os Orixás convidaram Oxum
para participar de seus trabalhos e reuniões, e depois de muita
insistência, Oxum resolve aceitar. Imediatamente as mulheres
tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram
resultados positivos. Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), título
conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres
da cidade.

Como Oxum Criou O Candomblé.

     Foi de Oxum a delicada missão dada por Olorum de religar o orum
(o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência
dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais
conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los
para receber os deuses em seus corpos. Juntou as mulheres, banhou-as
com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de Ecodidé (um
pássaro sagrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas,
seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para
receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos
atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos humanos estava
inventado o Candomblé.


Oxum É Destemida Diante Das Dificuldades Enfrentadas Pelos Seus

1. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança
com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir
os instrumentos para a agricultura. Assim a cidade fica livre da fome
e miséria.

2. Oxum enfrenta o perigo quando Olorum, Deus supremo, ofendido pela
rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca
e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum
voa até o deus maior levando um ebó, para suplicar ajuda. No caminho
ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho
Oxalufã e as crianças que encontra. Mesmo tornando-se abutre pelo
calor do sol, que lhe queima, enegrecendo as penas, ela alcança a casa
de Olorum. E consegue seu objetivo pela comoção de Olorum.

3. Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum
vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é
adorada por Oxalá.

4. Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olorum para que ele
ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá.

5. E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala,
grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a
querida Oiá.


A Riqueza De Oxum.

     Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto
pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para
conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a
fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna
desejada para então se calar. E assim Oxum torna-se "senhora de tanta
riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá feminino) jamais o fora".

Os Amores De Oxum.

       Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é
capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado.
     Ela livra seu querido Oxossi do perigo e entrega-lhe riqueza e
poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu.
     Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor:
Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido
por ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois
irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e
conquistá-la. Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve
ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa
comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor.
Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está
sempre atenta para manter-se a mais amada.


Como Oxum Conseguiu O Segredo Do Jogo De Búzios.

     Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exú
e este não queria lhe revelar. Oxum foi procurá-lo. Ao chegar perto do
reino de Exú, este desconfiado perguntou-lhe o que queria por ali, que
ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada. Ela então o desafia
a descobrir o que tem entre os dedos. Exú se abaixa para ver melhor e
ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exú o
cega e arde muito. Exú gritava de dor e dizia; - Eu não enxergo nada,
cadê meus búzios? Oxum fingindo preocupação, respondia: - Búzios?
Quantos são eles? - Dezesseis, respondeu Exú, esfregando os olhos. -
Ah! Achei um, é grande! - É Okanran, me dê ele. - Achei outro, é
menorzinho! - É Eta-Ogundá, passa pra cá...
     E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de
búzios, Ifá o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da
Oxum, resolveu-lhe dar também o poder do jogo e dividí-lo com Exú.

Conta-nos outra lenda, que para aprender os segredos e mistérios da
arte da adivinhação, Oxum, foi procurar Exú. Exú, muito matreiro,
falou à Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para
tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú durante sete anos,
passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a
ensinaria.

     E, assim foi feito, durante sete anos Oxum foi aprendendo a arte
da adivinhação que Exú lhe ensinará e conseqüentemente, cumprindo seu
acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os
sete anos, Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência em
comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá. Em um belo dia,
Xangô que passava pelas propriedades de Exú, avistou aquela linda
donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de
pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Oxum. Foi-se
a tal ponto que Xangô, viu-se completamente apaixonado por aquela
linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em
seu lindo castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o convite, pois lhe
fazia muito bem a companhia de Exú. Xangô então irritado e
contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua companhia,
aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de imediato
sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as
regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de
convivência. Chegando nas terras de Xangô, Exú foi surpreendido por um
canto triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de
Oyó, da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua
prisão e permanência na cidade do Rei. Exú, esperto e matreiro,
procurou a ajuda de Orumilá, que de pronto agrado lhe cedeu uma poção
de transformação para Oxum desvencilhar-se dos domínios de Xangô. Exú,
através da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal
poção. Oxum tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma
linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de
Exú para sua morada.

    Saravá a Linda Mamãe Oxum.

Aieieu Oxum.



    Carlos de Oxum



  Oração a Oxum


Orá Aieieu Oxum!

Salve dourada Senhora da pele de ouro, Benditas são suas águas.
e essas mesmas águas lavam meu ser,
        e me livram do mal.

                                 Oxum,
                       Divina Rainha, bela Orixá,
                  Venha a mim caminhando na lua cheia.
                        Traga Mãe, em suas mãos,
                      Os lírios do amor e da paz.
                Torne-me doce, sedutora, suave, como és.

                     Mamãe Oxum, me proteja, Orixá.
                Que o amor seja constante em minha vida.
                  Que eu possa amar a tudo que existe.
              Me proteja contra as mandingas e feitiçarias.

                    Dê a mim o néctar da sua doçura.

                   e que eu consiga (faça o pedido).

                              Mãe de ouro,
                          da beleza e do amor,
                       Senhora do mais puro Axé,
               Valha-me hoje e sempre.

Que assim Seja.

Saravá doce Mãe Oxum.

Aieieu Oxum



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

SAUDAÇÃO A IANSÃ

        SAUDAÇÃO A IANSÃ.

     Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura
das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa
terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome
de Oiá. É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo
da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais
tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm
participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco
cultuados no Candomblé.

Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de
Santa Bárbara. Iansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo
raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas
principalmente porque Iansã é uma das mais apaixonadas amantes de
Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome
da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e,
conseqüentemente, da tempestade.

     Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando
incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua
espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu
amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que
exterioriza sua cólera.

     Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente
pelos iorubás, é a divindade de um rio conhecido internacionalmente
como rio Níger, ou Oiá, pelos africanos, isso, porém, não deve ser
confundido com um domínio sobre a água.

     A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras
personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se
aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois
está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes
lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está
sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.

     É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a
multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao
mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim
nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis,
seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em
qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a
picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.

     Foi esposa de Ogum e, posteriormente, a mais importante esposa de
Xangô. é irrequieta, autoritária, mas sensual, de temperamento muito
forte, dominador e impetuoso. É dona dos movimentos (movimenta todos
os Orixás), em algumas casas é também dona do teto da casa, do Ilê.

       Iansã é a Senhora dos Eguns (espíritos sem luz) , os quais
controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim - seu instrumento
litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um cavalo
atado a um cabo de osso, madeira ou metal.

     É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaiê, para aquele
espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a
ser percorrido por aquela alma. Comanda também a falange dos
Boiadeiros.

     Duas lendas se formaram, a primeira é que Iansã não cortou
completamente relação com o ex-esposo e tornou-se sua amante; a
segunda lenda garante que Iansã e Ogum, tornaram-se inimigos
irreconciliáveis depois da separação.

     Iansã é a primeira divindade feminina a surgir nas cerimônias de
cultos afro-brasileiros.
     Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do
ciúme. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura,
que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax.
Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase
estou apaixonado, tem a presença e a regência de Iansã, que é o orixá
que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes
os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o
ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão
propriamente dita. É a falta de medo das conseqüências de um ato
impensado no campo amoroso. Iansã rege o amor forte, violento.



CARACTERÍSTICAS

Cor:
Coral (amarelo)

Fio de Contas:
Coral (marrom, bordô, vermelho, amarelo)

Ervas:
Cana do Brejo, Erva Prata, Espada de Iansã, Folha de Louro (não serve para banho), Erva de Santa Bárbara, Folha de Fogo, Colônia, Mitanlea, Folha da Canela, Peregum
amarelo, Catinga de Mulata, Parietária, Para Raio (Catinga de mulata, Cordão de frade, Gerânio cor-de-rosa ou vermelho, Açucena, Folhas de Rosa Branca)

Símbolo:
Raio (Eruexim -cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo)

Pontos da Natureza:
Bambuzal

Flores:
Amarelas ou corais

Essências:
Patchouli

Pedras:
Coral, Cornalina, Rubi, Granada

Metal:
Cobre

Planeta:
Lua e Júpiter

Dia da Semana:
Quarta-feira

Elemento:
Fogo

Chacra:
Frontal e cardíaco

Saudação:
Eparrei Oiá

Bebida:
Champanhe

Animais:
Cabra amarela, Coruja rajada

Comidas:
Acarajé (Ipetê, Bobó de Inhame)

Número:
9

Data Comemorativa:
4 de dezembro

Sincretismo:
Sta. Bárbara, Joana d'arc.

Incompatibilidades:
Rato, Abóbora.

Qualidades:
Egunitá, Onira, Balé, Oya Biniká, Seno, Abomi, Gunán, Bagán, Kodun,
Maganbelle, Yapopo, Onisoni, Bagbure, Tope, Filiaba, Semi, Sinsirá,
Sire, Oya Funán, Fure, Guere, Toningbe, Fakarebo, De, Min, Lario,
Adagangbará.

ATRIBUIÇÕES:

     Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um
de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e
consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de
evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta
da evolução.


AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IANSÃ:

     Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Está sempre
chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido. Sempre a sua
palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não
admite ser contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não
gosta de dialogar. Em estado normal é muito alegre e decidido.
Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros,
gritos e choro. Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de
preconceito. Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando
fica tentado por uma aventura. Em seus gestos demonstra o momento que
está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não
tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito aberto. É leal e
objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a
impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social.

       Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à
guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes
e dramáticas ao cotidiano repetitivo.

     Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos,
agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca
de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos
filhos de Ogum, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas,
achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão
todos os problemas.

     São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas
figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor
ou por um ideal. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com
que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de
eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado
momento de sua vida.

     Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de
pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava
enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais
radical ainda que a anterior.

     São de Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque
de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de
um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar
uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos,
aspectos particulares de sua vida.

     Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente
diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas, a longo
prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus
objetivos e pretensões.
     Têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular,
pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem
terminar mais inesperadamente ainda. Se mostram incapazes de perdoar
qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado.
Enfim, seu temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras
amorosas extraconjugais múltiplas e freqüentes, sem reserva nem
decência, o que não as impede de continuarem muito ciumentas dos seus
maridos, por elas mesmas enganados. Mas quando estão amando
verdadeiramente são dedicadas a uma pessoa são extremamente
companheiras.
     Todas essas características criam uma grande dificuldade de
relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são
alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando
contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo
direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos
menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que
segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento
forte e arrasador.
     Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos
escolhidos ara seu círculo mais íntimo.


COZINHA RITUALÍSTICA

Ipetê

     Cozinhe inhames descascados em água pura sem sal. Frite, a
seguir, os inhames cozidos e cortados em rodelas no azeite de dendê e
separe. No próprio azeite que usou para a fritura, coloque o camarão
seco descascado e picado e salsa, de modo a fazer um "molho". Coloque
os inhames fritos num prato e regue-os com esse "molho".


Acarajé

     Na véspera, ponha o feijão fradinho de molho. No dia seguinte,
ele estará bem inchado. Descasque o feijão - grão por grão - retirando
o olho preto, e passe na chapa mais fina da máquina de moer carne.
Bata bastante para que a massa fique leve, isto é, até arrebentarem
bolhas. Tempere com sal e a cebola ralada. Ponha uma frigideira no
fogo com azeite de dendê e aí frite os acarajés às colheradas (com uma
colher das de sopa), formando, assim, os bolinhos. Depois de fritos,
reserve-os e prepare o molho: soque juntos a cebola, os camarões
secos, as pimentas e o dente de alho. Depois de tudo bem socado e
triturado, refogue em uma xícara de azeite de dendê. Sirva os acarajés
abertos com o molho, tudo bem quente.

Bobó de inhame

     Cozinhe os inhames com a casca e deixe-os escorrer para que
fiquem bem enxutos. Amasse-os. Ponha o azeite de dendê numa panela,
junte os camarões secos, a cebola, o alho, o gengibre, a pimenta e uma
colherinha de sal. Refogue bem. Acrescente os camarões frescos,
inteiros, e refogue mais um pouco. Junte o inhame amassado como um
purê pouco a pouco, às colheradas, mexendo sempre. Cozinhe até
endurecer.


LENDAS DE IANSÃ


Iansã Passa a Dominar o Fogo:

     Xangô enviou-a em missão na terra dos baribas, a fim de buscar um
preparado que, uma vez ingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas
pela boca e pelo nariz. Oiá, desobedecendo às instruções do esposo,
experimentou esse preparado, tornando-se também capaz de cuspir fogo,
para grande desgosto de Xangô, que desejava guardar só para si esse
terrível poder.

Como os chifres de búfalo vieram a ser utilizados no ritual do culto de
Oià-Iansã:

     Ogum foi caçar na floresta. Colocando-se à espreita, percebeu um
búfalo que vinha em sua direção. Preparava-se para matá-lo quando o
animal, parando subitamente, retirou a sua pele. Uma linda mulher
apareceu diante de seus olhos, era Iansã. Ela escondeu a pele num
formigueiro e dirigiu-se ao mercado da cidade vizinha. Ogum apossou-se
do despojo, escondendo-o no fundo de um depósito de milho, ao lado de
sua casa, indo, em seguida, ao mercado fazer a corte à mulher-búfalo.
Ele chegou a pedi-la em casamento, mas Oiá recusou inicialmente.
Entretanto, ela acabou aceitando, quando de volta a floresta, não mais
achou a sua pele. Oiá recomendou ao caçador a não contar a ninguém
que, na realidade, ela era um animal. Viveram bem durante alguns anos.
Ela teve nove crianças, o que provocou o ciúme das outras esposas de
Ogum. Estas, porém, conseguiram descobrir o segredo da aparição da
nova a mulher. Logo que o marido se ausentou, elas começaram a cantar:
'Máa je, máa mu, àwo re nbe nínú àká', 'Você pode beber e comer (e
exibir sua beleza), mas a sua pele está no depósito (você é um
animal)'.

Oiá compreendeu a alusão; encontrando a sua pele, vestiu-a e, voltando
à forma de búfalo, matou as mulheres ciumentas. Em seguida, deixou os
seus chifres com os filhos, dizendo: 'Em caso de necessidade, batam um
contra o outro, e eu virei imediatamente em vosso socorro.' É por essa
razão que chifres de búfalo são sempre colocados nos locais
consagrados a Iansã.

As Conquistas de Iansã:

  Iansã percorreu vários reinos, foi paixão de Ogum, Oxaguian, Exu,
Oxossi e Logun-Edé. Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do
guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada.
Em Oxogbô, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o
escudo. Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e
aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu
o deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se
transformar naquele animal (com a ajuda da magia aprendida com Exu).
Seduziu o jovem Logun-Edé e com ele aprendeu a pescar. Iansã partiu,
então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir seus mistérios
e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução.
Porém, Obaluaiê resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início,
Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e aprendeu a
conviver com os Eguns e controlá-los. Partiu, então, para Oyó, reino
de Xangô, e lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis, e
aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do
trovão, Iansã aprendeu muito mais, aprendeu a amar verdadeiramente e
com uma paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio
e deu a ela o seu coração.


Iansã Ganha de Obaluaiê o Poder Sobre os Mortos:

     Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava
acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não
podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou
espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do
Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu
rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos
festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou, mas ninguém se
aproximava dele, nenhuma mulher quis dançar com ele.
     Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a
triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que
ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança,
brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas
ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de
palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas
de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas,
que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças,
transformara-se num jovem belo e encantador.
     O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaiê ficou mais do que
contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o
seu reino. Iansã então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a
todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no
ar o eruexim (o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro
mundo). Iansã tornou-se Iansã de Balé, a rainha dos espíritos dos
mortos, a condutora dos eguns, rainha que foi sempre a grande paixão
de Obaluaiê.

Iansã - Orixá dos Ventos e da Tempestade !!!

     Oxaguiam (Oxalá novo e guerreiro) estava em guerra, mas a guerra
não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ogum fazia
as armas, mas fazia lentamente. Oxaguiam pediu a seu amigo Ogum
urgência, Mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito
demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo.
Tanto reclamou Oxaguiam que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar
Ogum a apressar a fabricação. Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de
Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado
derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ogum pode fazer muitas armas e
com as armas Oxaguiam venceu a guerra. Oxaguiam veio então agradecer
Ogum. E na casa de Ogum enamorou-se de Oiá. Um dia fugiram Oxaguiam e
Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde
Oxaguiam voltou à guerra e quando precisou de armas muito
urgentemente, Oiá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de
Oxaguiam, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum. E seu
sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiam da de
Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e
tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor. E o povo se
acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de
vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação
das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum. Tão forte que às
vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores,
arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de
Oiá e o povo chamava a isso tempestade.

    Saravá a linda Iansã!!!

Eparrei Oiá!

Carlos de Ogum.





 Oração a Iansã.

Saravá Iansã a grande guerreira.

Orixá do raio e do vento, que ajuda com sua energia vencer as lutas e
as dificuldades.
Saravá Senhora Rainha dos ventos, proteja a todos nós.
Oyá Deusa do rio Niger, senhora dos ventos e das tempestades.

Coloco em tuas mãos, minhas ações na luz de tua luz, eu te consagro
todos os minutos e horas desse dia, meus trabalhos, minhas
preocupações, meus desejos, os meus lazeres são teus.

Daí-me hoje a tua luz poderosa, para que eu compreenda todo bem que
preciso fazer e tenha força para não ceder o mal que tenta bater em
minha porta.

Que eu consiga ser mais fraterno, mais irmão, mais compreensivo e
capaz de perdoar.

Dirija meus passos no caminho do bem e do amor, e hoje mais que ontem
todos nós possamos contar com sua orientação, com a tua benção, com o
teu amor.

Com tua espada haveremos de cortar as demandas dos invejosos, dos
falsos, dos inimigos, dos olhos grandes, que necessitam enxergar a
verdade.

Dando conformação àqueles que sofrem, com a força dos teus raios, nós
te pedimos, que acenda a chama da vida dos que estão desenganados, de
a eles força para continuar lutando na cura de seus males.

Saravá Iansã majestosa Senhora, a vossa proteção em vosso louvor em
brado unidos saudamos.


Eparrei Oiá!