sábado, 27 de abril de 2013 11 comentários

As Sete Linhas


    Para entender um pouco mais a Umbanda devemos conhecer as linhas ou vibrações. Uma linha ou vibração, equivale a um grande exército de espíritos que rendem obediência a um "Chefe". Este "Chefe" representa para nós um Orixá e cabe a ele uma grande missão no espaço.

     Vejamos quais são as Sete Linhas da Umbanda:

1. Linha De Oxalá ( Ou Orixalá )
2. Linha De Yemanjá
3. Linha De Xangô
4. Linha De Ogum
5. Linha De Oxossi
6. Linha De Yori (Ibeiji)
7. Linha De Yorimá (Almas)

Estes nomes são sagrados e ancestrais e nomeiam os sete Orixás Maiores da Umbanda.
Estes Orixás Planetários são os sete espíritos mais elevados do planeta, e nunca encarnaram aqui.
     Os Orixás Maiores não incorporam, eles têm funções de governo planetário. Cada um deles estende suas vibrações e ordenações a mais sete entidades denominadas Orixás Menores e estas, cada uma para mais sete inferiores e assim por diante.

     Veja como se organiza uma linha:

Categoria
Quantidade
Grau
Denominação
Orixá Maior
1
-

Orixá Menor
7
(1º Grau)
Chefe de Legião
Orixá Menor
49
(2º Grau)
Chefe de Falange
Orixá Menor
343
(3º Grau)
Chefe de Sub-Falange
Guia
2401
(4º Grau)
Chefe de Grupamento
Protetor
16807
(5º Grau)
Chefe Integrante de Grupamento
Protetor
117649
(6º Grau)
Sub Chefe de Grupamento
Protetor
823543
(7º Grau)
Integrante de Grupamento
Tabela 1

     A cada grau que a hierarquia vai descendo a quantidade de entidades vai se multiplicando por sete, pois cada entidade, dentro de sua hierarquia delega ordenações para mais sete.


LINHAS, LEGIÕES E FALANGES

     Cada linha compõe-se de sete legiões, tendo cada legião o seu chefe. Cada legião divide-se em sete grandes falanges, que por sua vez também tem um chefe e cada falange divide-se em sete sub-falanges e assim por diante, obedecendo a um critério lógico.

Agora apresentaremos as linhas e seus Orixás com os seus respectivos chefes de legiões.

OXALÁ (ou ORIXALÁ): (ORI ==> Luz, Reflexo; XA ==> Senhor, Fogo; LÁ ==> Deus, Divino)
Portanto, A LUZ DO SENHOR DEUS
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Oxalá:
CABOCLO URUBATÃO DA GUIA
representante da vibração espiritual
Caboclo Guaracy
intermediário para Ogum
Caboclo Guarani
intermediário para Oxossi
Caboclo Aymoré
intermediário para Xangô
Caboclo Tupy
intermediário para Yorimá
Caboclo Ubiratan
intermediário para Yori
Caboclo Ubirajara
intermediário para Yemanjá


OXOSSI: (OX ==> Ação ou Movimento; O ==> Círculo; SSI ==> Viventes da Terra)
Portanto, A POTÊNCIA QUE DOUTRINA, O CATEQUIZADOR DE ALMAS
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Oxossi:
CABOCLO ARRANCA-TOCO
Representante Da Vibração Espiritual
Caboclo Araribóia
Intermediário Para Ogum
Caboclo Arruda
Intermediário Para Oxalá
Caboclo Cobra-Coral
Intermediário Para Xangô
Caboclo Tupinambá
Intermediário Para Yorimá
Cabocla Jurema
Intermediário Para Yori
Caboclo Pena-Branca
Intermediário Para Yemanjá


OGUM: (OG ==> Glória, Salvação; AUM ==> Fogo, Guerreiro)
Portanto, O GUERREIRO CÓSMICO PACIFICADOR, O FOGO DA GLÓRIA
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de:
CABOCLO OGUM DILÊ
representante da Vibração Espiritual
Caboclo Ogum Matinata
intermediário para Oxalá
Caboclo Ogum Rompe-Mato
intermediário para Oxossi
Caboclo Ogum Beira-Mar
intermediário para Xangô
Caboclo Ogum De Malé
intermediário para Yorimá
Caboclo Ogum Megê
intermediário para Yori
Caboclo Ogum Yara
intermediário para Yemanjá



XANGÔ: (XA ==> Senhor, Dirigente; ANGÔ ==> Raio, Alma)
Portanto, O SENHOR DIRIGENTE DAS ALMAS
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Xangô:
CABOCLO XANGÔ KAÔ
representante da vibração espiritual
Caboclo Xangô Pedra-Branca
intermediário para Oxalá
Caboclo Xangô Agodô
intermediário para Oxossi
Caboclo Xangô Sete Montanhas
intermediário para Ogum
Caboclo Xangô Sete Cachoeiras
intermediário para Yori
Caboclo Xangô Pedra-Preta
intermediário para Yorimá
Caboclo Xangô Sete Pedreiras
intermediário para Yemanjá


YORIMÁ: (YO ==> Potência, Ordem, Princípio; RI ==> Reinar, Iluminado; MÁ ==> Lei, Regra)
Portanto, PRINCÍPIO OU POTÊNCIA REAL DA LEI
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Yorimá:
PAI GUINÉ
representante da vibração espiritual
Pai Tomé
intermediário para Oxalá
Pai Joaquim
intermediário para Oxossi
Pai Benedito
intermediário para Ogum
Vovó Maria Conga
intermediário para Xangô
Pai Congo D'aruanda
intermediário para Yori
Pai Arruda
intermediário para Yemanjá


YORI: (YO => Potência, Ordem, Princípio; RI => Reinar, Iluminado; ORI => Luz, Esplendor)
Portanto, POTÊNCIA DOS PUROS OU DA PUREZA
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Yori:
TUPANZINHO
representante da vibração espiritual
Ori
intermediário para Oxalá
Damião
intermediário para Oxossi
Yari
intermediário para Ogum
Doum
intermediário para Xangô
Cosme
intermediário para Yorimá
Yariri
intermediário para Yemanjá


YEMANJÁ: (YE => Mãe, Princípio Gerante; MAN => O Mar, A Água, Lei das Almas; YÁ => Matriz, Maternidade)
Portanto, A SENHORA DA VIDA
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Yemanjá:
CABOCLA YARA
representante da vibração espiritual
Cabocla Estrela Do Mar
intermediário para Oxalá
Cabocla Indaiá
intermediário para Oxossi
Cabocla Do Mar
intermediário para Ogum
Cabocla Iansan
intermediário para Xangô
Cabocla Nanã Burukun
intermediário para Yorimá
Cabocla Oxum
intermediário para Yori

1 - Linha de Oxalá
     Essa linha representa o princípio, o incriado, o reflexo de Deus, o verbo solar. É a luz refletida que coordena as demais vibrações. As entidades dessa linha falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação. Seus pontos cantados são verdadeiras invocações de grande misticismo, dificilmente escutados hoje em dia, pois é raro assumirem uma "Chefia de Cabeça".

2 - Linha de Iemanjá
     Essa linha é também conhecida como Povo d'Água. Iemanjá significa a energia geradora, a divina mãe do universo, o eterno feminino, a divina mãe na Umbanda.
As entidades dessa linha gostam de trabalhar com água salgada ou do mar, fixando vibrações, de maneira serena. Seus pontos cantados têm um ritmo muito bonito, falando sempre no mar e em Orixás da dita linha.

3 - Linha de Xangô
     Xangô é o Orixá que coordena toda lei Kármica, é o dirigente das almas, o Senhor da balança universal, que afere nosso estado espiritual. Resumindo, Xangô é o Orixá da Justiça. Seus pontos cantados são sérias invocações de imagens fortes e nos levam sempre aos seus sítios vibracionais como as montanhas, pedreiras e cachoeiras.

4 - Linha de Ogum
     A vibração de Ogum é o fogo da salvação ou da glória, o mediador de choques consequentes do karma. É a linha das demandas da fé, das aflições, das lutas e batalhas da vida. É a divindade que, no sentido místico, protege os guerreiros. Os Caboclos de Ogum gostam de andar de um lado para outro e falam de maneira forte, vibrante e em suas atitudes demonstram vivacidade. Suas preces cantadas traduzem invocações para a luta da fé, demandas, batalhas, etc.

 5 - Linha de Oxossi
     A vibração de Oxossi significa ação envolvente ou circular dos viventes da Terra, ou seja, o caçador de almas, que atende na doutrina e na catequese. Suas entidades falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos. Seus pontos cantados traduzem beleza nas imagens e na música e geralmente são invocações às forças da espiritualidade e da natureza, principalmente as matas.

6 - Linha de Yori
     Essas entidades, altamente evoluídas, externam pelos seus cavalos, maneiras e vozes infantis de modo sereno, às vezes um pouco vivas. Quando no plano de protetores, gostam de sentar no chão e comer coisas doces, mas sem desmandos. Seus pontos cantados são melodias alegres e algumas vezes tristes, falando muito em Papai e Mamãe de céu e em mantos sagrados.


7 - Linha de Yorimá
         Também chamada de Linha das Almas, essa linha é composta dos primeiros espíritos que foram ordenados a combater o mal em todas as suas manifestações. São os Orixás Velhos, verdadeiros magos que velando suas formas kármicas, revestem-se das roupagens de Pretos-Velhos ensinando e praticando as verdadeiras "mirongas".
Eles são a doutrina, a filosofia, o mestrado da magia, em fundamentos e ensinamentos. Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação através de sua fumaça.
     Seus fluídos são fortes, porque fazem questão de "pegar bem" o aparelho e o cansam muito, principalmente pela parte dos membros inferiores, conservando-o sempre curvo. Falam compassado e pensam bem no que dizem. Raríssimos os que assumem a Chefia de Cabeça, mas são os auxiliares dos outros "Guias"- o seu braço direito. Os pontos cantados nos revelam uma melodia tristonha e um rítmo mais compassado, dolente, melancólico, traduzindo verdadeiras preces de humildade.


OS GUIAS E AS LINHAS

     Os Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, que fazem parte da chamada Corrente Astral de Umbanda, trabalham dentro de uma das Sete Linhas de Umbanda: Orixalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Yorimá, Yori e Yemanjá.

     Os Caboclos que trabalham nos terreiros são das seguintes Linhas: Orixalá (estes não incorporam, somente passam vibrações), Ogum, Oxossi, Xangô e Yemanjá;
     Os Pretos-Velhos são da Linha de Yorimá;
      E as Crianças da Linha de Yori.

     Como descrito na "Tabela 1", a linha se divide hierarquicamente em vários graus.

     Nos terreiros, em geral trabalha-se com Protetores de 5º, 6º e 7º Grau. Para se trabalhar com Guia (4º Grau) é exigida muita experiência e devoção por parte do médium. Raras (praticamente impossíveis) são as incorporações de Orixás Menores (1º, 2º e 3º Grau), que necessitam de um médium muitíssimo preparado, corrente mediúnica segura, um terreiro limpo no físico, astral e mental, e ausência de obsessores até mesmo vindo da assistência. É impossível a incorporação de Orixás Maiores.

     Os espíritos militantes da Umbanda só usam os mesmos nomes dos seus Chefes Principais, até quando são do 4º Grau, quer dizer, até quando são Guias (Chefes de Grupamento). Daí para baixo, até 7º Grau não seguem esta regra, variando seus nomes mas tendo a mesma ligação afim.

    Portanto duvide de alguém que lhe diga que está incorporado com uma Entidade de 4º grau. Em terreiros não preparados, ou médiuns tomado pela vaidade tendem muito a esses acontecimentos.

Carlos de Ogum.

terça-feira, 23 de abril de 2013 35 comentários

Saudação a Pai Ogum No Seu Dia



OGUM.

     Divindade masculina iorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
     A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo iorubá. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após ter sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.
     É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. É filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro, na verdade foi Ogum quem deu as armas de caça à Oxossi. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.
     A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.
     Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.
     Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, porque fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
     Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
     Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.
     Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
     É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
     É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.
     É o dono do Obé (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção).
     Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exú. Se Exú é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode  e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.
     Uma frase muito dita no Candomblé, e que agrada muito Ogum, é a seguinte: "Bi omodé bá da ilè, Kí o má se da Ògún". (Uma pessoa pode trair tudo na Terra Só não deve trair Ogum).


CARACTERÍSTICAS:

Cor:
Vermelha (Azul Rei) (Em algumas casas também o verde)

Fio de Contas:
Contas e Firmas Vermelhas Leitosas

Ervas:
Peregum(verde), São Gonçalinho, Quitoco, Mariô, Lança de Ogum, Coroa de Ogum, Espada de Ogum, Canela de Macaco, Erva Grossa, Parietária, Nutamba, Alfavaquinha, Bredo, Cipó Chumbo.(Em algumas casas: Aroeira, Pata de Vaca, Carqueja, Losna, Comigo Ninguém Pode, Folhas de Romã, Flecha de Ogum, Cinco Folhas, Macaé, Folhas de Jurubeba)

Símbolo:
Espada. (Também, em algumas casas: ferramentas, ferradura, lança e escudo)

Pontos da Natureza:
Estradas e Caminhos (Estradas de Ferro). O Meio da encruzilhada pertence a Ogum.

Flores:
Crista de Galo, cravos  e palmas vermelhas.

Essências:
Violeta

Pedras:
Granada, Rubi, Sardio. (Em algumas casas: Lápis-Lazúli, Topázio Azul)

Metal:
Ferro (Aço e Manganês).

Saúde:
Coração e Glândulas Endócrinas

Planeta:
Marte

Dia da Semana:
Terça-Feira

Elemento:
Fogo

Chacra:
Umbilical

Saudação
Ogum Iê, Patacori Ogum

Bebida:
Cerveja Branca

Animais:
Cachorro, galo vermelho, Cavalo

Comidas:
Cará, feijão mulatinho com camarão e dendê. Manga Espada

Número:
2

Data Comemorativa:
23 de Abril (13 de Junho)

Sincretismo:
São Jorge. (Santo Antônio na Bahia)

Incompatibilidades:
Quiabo

Qualidades:
Tisalê, Xoroquê, Ogunjá, Onirê, Alagbede, Omini, Wari, Erotondo, Akoro Onigbe.


ATRIBUIÇÕES:

     Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.
     Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
     Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM:

     Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.
     Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.
     São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
     As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.
     Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.
     A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro.
É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger.
Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.
     Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.
     É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.
     Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.


COZINHA RITUALÍSTICA:

Cará com Dendê e Mel
Lave um inhame em sete águas (sete vezes), depois coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Com uma faca (obé), bem afiado, corte-o na vertical. Na banda do lado esquerdo se passa dendê e na do lado direito mel.

Paliteiro de Ogum
Cozinhe um Cará com casca e tudo. Coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Espete palitos de Mariô por toda a superfície. Pode regar com dendê ou mel.

Feijão Mulatinho
Cozinhe o feijão mulatinho (ou cavalo) e tempere-o com cebola refogada no dendê, coloque em um alguidar e enfeite com 7 camarões fritos no dendê.


LENDAS DE OGUM:

Como Ogum Virou Orixá

     Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
     Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê e matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
     Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
     Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma. Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.


Lenda de Ogum Xoroquê

       Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.

Uma observação:

    "Para entendimento gostaria de deixar frisado que as lendas dos
Orixás, assim como todas as lendas não tem conteúdo de realidade,
portanto um Orixá em hipótese alguma deverá ser visto dentro da religião
como um ser humano e sempre como uma força da natureza."



Ogum dá ao homem o segredo do ferro. (lenda)

     Na Terra criada por Oxalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossãe, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossãe, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
     Por muito tempo os Orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com
os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum.  Ogum é o senhor do ferro para sempre.

Ogum livra um pobre de seus exploradores. (lenda)

     Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construía. Um dia esse homem foi a um babalawo, que o mandou fazer um ebó na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ogum, foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ogum e caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ogum aceitou e satisfez-se com o ebó. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortúnios. Ogum mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro (mariwo), e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada
casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogum destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destruído até o chão. E assim se fez. Ogum destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mariwo.

Ogum chama a Morte para ajudá-lo numa aposta com Xangô. (lenda)

     Ogun e Xangô nunca se reconciliaram. Vez por outra  digladiavam-se nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram, os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ogum propôs a Xangô uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse.  Xangô fez alguns gracejos, Ogum revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente. Ogum propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem.
Quem juntasse mais, ganharia. e quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.
     Ogum deixou Xangô e seguiu para a casa de Iansã, solicitando-lhe que pedisse a Iku (a morte) que fosse à praia no horário que tinha combinado com Xangô. Na manhã seguinte, Ogum e Xangô apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Xangô cantarolava sotaques jocosos contra Ogum. Ogum, calado, continuava a coleta. O que Xangô não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Xangô soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku.  À noite Ogum procurou Xangô, mostrando seu espólio. Xangô, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta.



    "A força de um guerreiro não se encontra no ataque, mas sim na resistência. Salve meu pai Ogum."

    Carlos de Ogum.


Oração à Ogum.

Eu andarei vestido e armado com as armas de Ogum para que meus inimigos,
tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me
vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem
o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo
amarrar.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina
graça. Virgem de Nazaré me cubra com o seu manto sagrado e divino,
protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua
divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades
e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso Ogum , em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas
poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e
que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem submissos
a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino
Espírito Santo.


Que assim seja, amém!

Patacori Ogum, Ogum nhe.



segunda-feira, 22 de abril de 2013 5 comentários

Palavras do Grande Chico Xavier - "Que Eu Nunca Perca"


Que Deus não permita que eu perca o romantismo, mesmo eu sabendo que as rosas não falam.
Que eu não perca o otimismo, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.
Que eu não perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é em muitos momentos, dolorosa.
Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos,mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.
Que eu não perca a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.
Que eu não perca a vontade de amar,mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim.
Que eu não perca a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos.
Que eu não perca a garra, mesmo sabendo que a derrota e perda são dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a razão, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o sentimento de justiça, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu forte abraço, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos.
Que eu não perca a beleza e a alegria de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma.
Que eu não perca o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigirá esforços incríveis para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de doar este enorme amor que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.
Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno.

E acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa.

Pois...

A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor!

                                                                                                          — Chico Xavier


Enviado por: Priscila de Omulú.

domingo, 21 de abril de 2013 5 comentários

Palavras do Grande Chico Xavier


“Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo. Se não quiser chorar, não chore; Se não conseguir chorar, não se preocupe; Se tiver vontade de rir, ria; Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão; Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me; Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam; Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo… E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: “Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!” Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu. “Ser seu amigo, já é um pedaço dele…

— Chico Xavier


Colaboração da Apaixonada Pela Umbanda e Pelo Espiritismo: Aninha 
sexta-feira, 19 de abril de 2013 12 comentários

Conhecendo os Orixás


UM POUCO DE HISTÓRIA:

     Na aurora de sua civilização, o povo africano mais tarde conhecido pelo nome de iorubá, chamado de nagô no Brasil e lucumi em Cuba, acreditava que forças sobrenaturais impessoais, espíritos, ou entidades estavam presentes ou corporificados em objetos e forças da natureza. Tementes dos perigos da natureza que punham em risco constante a vida humana, perigos que eles não podiam controlar, esses antigos africanos ofereciam sacrifícios para aplacar a fúria dessas forças, doando sua própria comida como tributo que selava um pacto de submissão e proteção e que sedimenta as relações de lealdade e filiação entre os homens e os espíritos da natureza.
     Muitos desses espíritos da natureza passaram a ser cultuados como divindades, mais tarde designadas orixás, detentoras do poder de governar aspectos do mundo natural, como o trovão, o raio e a fertilidade da terra, enquanto outros foram cultuados como guardiões de montanhas, cursos d'água, árvores e florestas. Cada rio, assim, tinha seu espírito próprio, com o qual se confundia, construindo-se em suas margens os locais de adoração, nada mais que o sítio onde eram deixadas as oferendas.
Um rio pode correr calmamente pelas planícies ou precipita-se em quedas e corredeiras, oferecer calma travessia a vau, mas também mostra-se pleno de traiçoeiras armadilhas, ser uma benfazeja fonte de alimentação piscosa, mas igualmente afogar em suas águas os que nelas se banham. Esses atributos do rio, que o torna ao mesmo tempo provedor e destruidor, passaram a ser também o de sua divindade guardiã. Como cada rio é diferente, seu espírito, sua alma, também tem características específicas.
Muitos dos espíritos dos rios são homenageados até hoje, tanto na África, em território iorubá, como nas Américas, para onde o culto foi trazido pelos negros durante a escravidão e num curto período após a abolição, embora tenham, com o passar do tempo, se tornado independentes de sua base original na natureza.

     O contato entre os povos africanos, tanto em razão de intercâmbio comercial como por causa das guerras e domínio de uns sobre outros, propiciou a incorporação pelos iorubás de divindades de povos vizinhos, como os voduns dos povos fons, chamados jejes no Brasil, entre os quais se destaca Nanã, antiga divindade da terra, e Oxumarê, divindade do arco-íris. O deus da peste, que recebe os nomes de Omulu, Olu Odo, Obaluaê, Ainon, Sakpatá e Xamponã ou Xapanã, resultou da fusão da devoção a inúmeros deuses cultuados em territórios iorubá, fon e nupe. As transformações sofridas pelo deus da varíola, até sua incorporação ao panteão contemporâneo dos orixás, mostra a importância das migrações e das guerras de dominação na vida desses povos africanos e seu papel na constituição de cultos e conformação de divindades.

     Dentro da cultura do Candomblé, o Orixá é considerado a existência de uma "vida passada na Terra", na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.  Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás, pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.
     Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.

O QUE É ORIXÁ?

     O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza.  A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos químicos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes planetas.

     Um dado característico do exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias. Vivendo no planeta Terra, o homem convive com Leis desde sua origem e evolução, Leis que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação, dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia energética o planeta entraria no caos.

     O fogo, o ar, a terra e a água são os elementos primordiais que, combinados, dão origem a tudo que nossos corpos físicos sentem, assim como também são constituintes destes corpos.

     Acreditamos que esses elementos e suas ramificações são comandados e trabalhados por Entidades Espirituais que vão desde os Elementais (espíritos em transição atuantes no grande laboratório planetário), até aos Espíritos Superiores que inspecionam, comandam e fornecem o fluido vital para o trabalho constante de CRIAR, MANTER e TRANSFORMAR a dinâmica evolutiva da vida no Planeta Terra.

     A esses espíritos de alta força vibratória chamamos ORIXÁS, usando um vocábulo de origem Yorubana. Na Umbanda são tidos como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza. São conhecidos em outras partes do mundo como "Ministros" ou "Devas", espíritos de alta  vibração evolutiva que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.

     O uso de uma palavra que significa "dono da cabeça" (ORI-XÁ) mostra a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam.
Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções.  Além dos espíritos amigos que se empenham em  nossa vigilância e auxílio morais, contamos com um espírito  da natureza, um Orixá pessoal que cuida do equilíbrio energético, físico e emocional de nossos corpos físicos.

     Nós, seres espirituais manifestando-se em corpos físicos, somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento do nascimento. Quando nossa personalidade (a personagem desta existência) começa a ser definida, uma das energias elementais predomina - e é a que vai definir, de alguma forma, nosso "arquétipo".

     Ao Regente dessa energia predominante, definida no nosso nascimento (concepção), denominamos de nosso Orixá pessoal, "Chefe de Cabeça", "Pai ou Mãe de Cabeça", ou o nome esotérico "ELEDÁ".   A forma como nosso corpo reage às diversas situações durante esta encarnação, tanto física quanto emocionalmente, está ligada ao "arquétipo", ou à personalidade e características emocionais que conhecemos através das lendas africanas sobre os Orixás.  Junto a essa energia predominante, duas outras se colocam como secundárias, que na Umbanda denominamos de "Juntós", corruptela de "Adjuntó", palavra latina que significa auxiliar, ou ainda, chamamos de "OSSI" e "OTUM", respectivamente na sua ordem de influência.
     Quando um espírito vai encarnar, são consultados os futuros pais, durante o sono, quanto à concordância em gerar um filho, obedecendo-se à lei do livre arbítrio.
Tendo os mesmos concordado, começa o trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará no veículo físico. Esta tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza, sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa, fornecendo a essa forma as energias necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja vida. A partir desse processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente àquela vibração original. Assim surge o ELEDÁ desse novo ser encarnado, que é a força energética primária e atuante do nascimento.

     Nesse período, os Elementais trabalham incessantemente, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião até formar todas as camadas materiais do corpo humano,  que são moldadas até nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.

     Após o nascimento, essa força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do espírito sobre a forma material até que seja
adquirida sua personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio. A partir daí essa energia passa a atuar de forma mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe, contudo, a forma e energia material pela contínua manutenção e transformação, no sentido de manter-lhe a existência.

     A cada reencarnação, de acordo com nossas necessidades evolutivas e carmas a serem cumpridos, somos responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes nossos corpos, podemos contar com o auxílio de um Espírito da Natureza, um Orixá protetor.  É normalmente quem se aproxima do médium quando estes invocam seu Eledá.
Em todos os rituais de Umbanda, de modo especial nas Iniciações, a invocação dessa força é feita para todos os médiuns quando efetuam seus Assentamentos, meio de atração, para perto de si, da energia pura do seu ELEDÁ energético e das energias auxiliares, ou "OSSI" e "OTUM.

     Eledá, Ossi e Otum formam a Tríade do Coronário do médium na Umbanda.


AFINIDADES

     Os filhos de fé não recebem influências apenas de um ou dois orixás. Da mesma forma que nós não ficamos presos à educação e à orientação de um pai espiritual, não ficamos também sob a tutela de nosso orixá de frente ou adjuntó.
     Freqüentemente recebemos influências de outros orixás (como se fossem professores, avós, tios, amigos mais próximos na vida material). O fato de recebermos estas influências, não quer dizer que somos filhos ou afilhados desses orixás; trata-se apenas de uma afinidade espiritual.
     Uma pessoa, às vezes, não se dá melhor com uma tia do que com uma mãe? Assim também é com os orixás. Podemos ser filhos de Ogum ou Oxum e receber mais influências de Xangô ou Iansã. Posso ser filho de Obaluaiê e não gostar de trabalhar com entidades que mais lhe dizem respeito (linha das almas), preferindo trabalhar com entidades de cachoeiras.
     O importante é que nos momentos mais decisivos de nossas vidas, suas influências benéficas se façam presentes, quase sempre uma soma de valores e não apenas e individualmente, a característica de um único orixá.

ORIXÁS - ELEMENTOS PRIMORDIAIS E SUAS RAMIFICAÇÕES


Orixá: Oxalá.
Elemento: Ar
Ramificação: Ar
Cor: Branco
Saudação: Epa babá

Orixá: Iemanjá:
Elemento: Água
Ramificação: Salgada
Cor: Branco / Azul
Saudação: Odô Yá

Orixá: Nanã
Elemento: Água
Ramificação: Chuva
Cor: Roxo
Saudação: Saluba Nanã

Orixá: Oxum
Elemento: Água
Ramificação: Doce, Cachoeiras
Cor: Azul
Saudação: Ora Yeyê-ô

Orixá: Oxumarê
Elemento: Água
Ramificação: Evaporação
Cor: Verde e Amarelo
Saudação: Arrobobô

Orixá: Ogum
Elemento: Fogo
Ramificação: Ígneo
Cor: Vermelho
Saudação: Ogum Yê

Orixá: Ibeji
Elemento: Fogo
Ramificação: Purificador
Cor: Rosa e Azul
Saudação: Oni Ibejada

Orixá: Xangô
Elemento: Fogo
Ramificação: Elétrico
Cor: Marrom
Saudação: Kaô Cabecile

Orixá: Iansã
Elemento: Fogo
Ramificação: Emoções
Cor: Amarelo
Saudação: Eparrei Oyá

Orixá: Oxossi
Elemento: Terra
Ramificação: Fauna
Cor: Verde
Saudação: Okê Arô

Orixá: Ossãe
Elemento: Terra
Ramificação: Flora
Cor: Verde e Branco
Saudação: Euê-a

Orixá: Obaluaiê/Omulú
Elemento: Terra
Ramificação: Transformação
Cor: Branco e Preto
Saudação: Atotô

Os Elementais.

     Entre esses espíritos de atuação dentro do campo vibratório dos Orixás de comando, encontramos aqueles que trabalham mais perto de nossa realidade, relacionando-se de forma estreita com os elementos: são os ELEMENTAIS.  São os grandes artífices e alquimistas que nos oferecem as pedras, as folhas, as flores, a água, as forças da natureza. Eles estão, muito perto de nós, atuando também nos trabalhos dos Guias e da própria Umbanda como um todo.

Lendas sobre os Elementais para refletir:

     Os Elementais se apresentam com forma semelhante à humana. De acordo com a variação de consciência e emoção produzem mudanças em sua coloração e até mesmo em sua forma.  Usam seu corpo astral e quando necessário, até materializam seu veículo etéreo.  A forma astral, de acordo com revelação e depoimento de videntes, consiste numa aura esférica multicolorida energética. O veículo etérico dessas entidades é que lhes permite um senso de individualidade.  Nas épocas de crescimento, germinação e desenvolvimento dos vegetais, a vitalidade e atividade desses seres aumenta pelo contato maior com o mundo físico, tornando-os mais visíveis aos médiuns videntes, quando não se materializam temporariamente, dançando e brincando como seres humanos.

No elemento Terra:
* Nas florestas, por exemplo temos as Dríades, ligadas ao campo vibratório de Oxossi, possuem cabelos compridos e luminosos, são de rara beleza e trabalham diretamente nas árvores.
* Os Gnomos das árvores trabalham dentro do duplo etérico das mesmas.
* As Fadas manipulam a clorofila das plantas, estabelecendo a multiplicidade dos matizes e fragrância das flores, formando as pétalas e brotos. Estão associadas à vida das células da relva e outras plantas.
* Os Duendes que cuidam da sua fecundidade, das pedras e metais preciosos e semi-preciosos.


No elemento Água:
* Encontramos as Sereias que ficam perto dos Oceanos, rios e lagos, de forma graciosa e energética.
* Nas cachoeiras estão as Ondinas, que muito ajudam nos trabalhos de purificação realizados pela Umbanda nas cachoeiras.

No Elemento Ar:
* Os Silfos que estão sob a regência de Oxalá. Como as Fadas, se apresentam com asas, movimentando-se com extrema rapidez.

No Elemento Fogo:
* As Salamandras são elementais do FOGO.  Se apresentam como correntes de energia ígnea, que se precipitam, sem se afigurarem como seres humanos. Atuam nas energias ígneas solar e do fogo em geral.




OS 7 RAIOS DOS ORIXÁS:

1º Raio
Orixá: Oxalá
Regência: regente do elemento ar.

2º Raio
Orixá: Iemanjá
Regência: regente das águas salgadas

Orixá: Nanã
Regência: regente das águas das chuvas

3º Raio
Orixá: Ogum
Regência: regente do fogo na forma intrínseca

Orixá: Ibeji
Regência: regente do fogo como energia mágica

4º Raio
Orixá: Oxossi
Regência: regente das matas (fauna e flora)

Orixá: Ossãe
Regência: regente das folhas (ervas) medicinais

5º Raio
Orixá: Xangô
Regência: regente do fogo elétrico e energético

Orixá: Iansã
Regência: regente do fogo psíquico

6º Raio
Orixá: Oxum
Regência: regente das águas doces

Orixá: Oxumarê
Regência: regente das águas em evaporação

7º Raio
Orixá: Obaluaiê/Omulú
Regência: regente do elemento terra


     Estes são os Raios dos Orixás de Umbanda, comandantes das energias criadoras, mantenedoras e transformadoras dos elementos da natureza, tendo sob seus comandos legiões de espíritos de várias vibrações evolutivas dentro de seu Raio.  Eles realizam o milagre da vida e distribuem essa energia no corpo da magia, para os locais que delas necessitam, para ajuda e fortalecimento dos espíritos encarnados e desencarnados.

     As 7 Linhas dos Trabalhadores Espirituais de Umbanda, não devem ser confundidas com os Sete Raios de que estamos tratando, uma vez que estas Linhas são dos Regentes planetários das energias da natureza.


CLASSIFICAÇÃO DOS ORIXÁS NA UMBANDA:

1º)        Orixás Virginais = Recebem do supremo Espírito Reino Virginal
2º)        Orixás Causais = Aferem karma causal
3º)        Orixás Refletores = Coordena Energia - Massa
4º)        Orixás Originais = Recebem dos três as vibrações universais
5º)        Orixás Supervisores = Supervisiona as leis universais
6º)        Orixás Intermediários = Senhores dos tribunais solares do Universo Astral
7º)        Orixás Ancestrais = Senhores de toda a hierarquia planetária

* Todos os Orixás Ancestrais são subordinados à Jesus Cristo que é o tutor máximo da Terra.
* Os Orixás Ancestrais são os que conhecemos na Umbanda.

     Entre os espíritos que atuam dentro da vibração energética do nosso Eledá, é escolhido um para nos acompanhar mais de perto, seja pela afinidade com o ser encarnado ou pelo simples desejo de acompanhar esse espírito na sua caminhada encarnatória. No caso de médiuns, normalmente este espírito é aquele que incorpora quando invocada a vibração do Orixá principal.

     Os Orixás, dentro do culto Umbandista não são incorporados. O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os falangeiros dos Orixás, espíritos de grande luz que vem trabalhar sob as Ordens de um Orixá. Os Falangeiros incorporam em seus "cavalos" e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá.


     Orixás cultuados na Umbanda:
     Oxalá, Ibeiji, Obaluayê/Omulú, Ogum, Oxossi, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã, Oxum.

     Outros Orixás:
     Exu, Obá, Ewa, Logun-edé, Iroko, Ossãe, Oxumarê, Tempo, Orumilá, Ifá.



     Os orixás: Exu, Obá, Ewa, Logun-edé, Iroko, Ossãe, Oxumarê, Tempo, Orumilá, Ifá e Ibeiji não formam a Tríade do Coronário dos médiuns na Umbanda.

    Para entendimento: Os Orixás de cabeça de cada pessoa é determinado pelo instante da concepção. Resumindo para melhor entendimento.

Os orixás são deuses africanos que correspondem a força da Natureza. As características de cada Orixá os aproxima dos seres humanos. Cada orixá tem ainda seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravidão, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na imagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente. Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos - água, terra, fogo e ar.

Abaixo descrevo o sincretismo de cada Orixá cultuado na Umbanda.

Oxalá: Jesus Cristo.
Ogum: São Jorge
Oxossi: São Sebastião
Obaluaiê/Omulú: São Roque, São Lázaro
Xangô: São Pedro, São Gerônimo
Oxum: Nossa Senhora da Conceição
Iemanjá: Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos Navegantes
Iansã: Santa Bárbara.
Nanã Buroquê: Nossa Senhora Santana
Ibeiji: São Cosme e São Damião

Orixá é força, luz, caminhos, destino, Orixá é fé e amor. Orixás não ficam de costas aos seus filhos nós somos seus filhos eternamente.

    Salve todos os Orixás, salve os Orixás que reinam sua coroa.

Peço a benção a meus Orixás de coroa: Pai Ogum, Mãe Oxum e Pai Xangô.

Carlos de Ogum.

quarta-feira, 17 de abril de 2013 1 comentários

Arte dos Fãs de Umbanda - Talita Sousa

Ogum - Talita Sousa

Iemanjá - Talita Sousa
    

Ciganos - Talita Sousa

terça-feira, 16 de abril de 2013 4 comentários

As Religiões Afro-Brasileiras


    Muitas pessoas confundem as crenças das religiões Afro-brasileiras pelas coincidências de alguns ritos, por ouvirem falar de tal religião ou simplesmente por incluírem todas num mesmo termo como "macumba" ou "feitiçaria" pela falta de informação ou interesse em tentar conhecer cada uma delas.

    Todas as religiões Afro-brasileiras tem seu encanto e suas particularidades, e como uma religião deverão ser respeitadas, pois independente de seus ritos e suas pregações, o caminho sempre é o mesmo, chegar a ser merecedor da benção do pai maior, seja ele conhecido por Deus, Zambi, Olorum ou qualquer nomenclatura que leve.

    Portanto abaixo descrevo essas religiões Afro-brasileiras:

TORÉ:

     O Toré é uma dança que inclui também práticas religiosas secretas, às quais só os índios têm acesso. O objetivo ritual do Toré é a comunicação com os encantos ou encantados, que vivem no reino da jurema ou juremá, referência à bebida feita com a casca da raiz da juremeira. Quanto à dança propriamente dita, ela assume características diferentes em cada comunidade. Eles dançam em círculos, em sentido anti-horário, fazendo e desfazendo sucessivas espirais. O grupo dança formando quatro filas, que fazem variadas coreografias, criando movimentos de rara beleza. O ritual, que começa por volta das 21h e vai até as 3h da manhã, é uma dança coletiva acompanhada por cânticos e pelo som de chocalhos feitos de cabaças. O que mais impressiona no Toré é a força com que todos pisam o chão, de forma ritmada, juntos, como se fossem uma só pessoa.


PAJELANÇA:

     Durante o ritual terapêutico, o pajé reza e fuma ao mesmo tempo, baforando a fumaça do tabaco sobre o corpo do doente. Enquanto isto sustenta em uma das mãos o maracá, cujo ruído assinala a aproximação do espírito. O pajé pode alcançar o transe fumando e hiperventilando continuamente, o que lhe provoca visões que lhe direcionam para compreender os atos estranhos que se sucedem na aldeia, ou para predizer sucessos e insucessos.
     A pajelança é um ato-ritual de cura, levada á cabo por vários pajés. Nestas ocasiões eles se reúnem para fins curativos ou cuidar da realização de um feitiço que beneficie todas as comunidades participantes do evento.
     A crença da pajelança é assentada na figura do encantamento, ou seja, é um culto à encantaria. Encantados são os seres invisíveis que habitam as florestas, o mundo subterrâneo e aquático, regiões conhecidas como "encantes". Os pajés servem de instrumentos para a ação dos encantados. Para tornar-se pajé, o indivíduo precisa ter um dom de nascença ou "de agrado" (adquirido).


O CATIMBÓ:

     A Jurema é uma árvore que floresce no agreste e na caatinga nordestina; da casca de seu tronco e de suas raízes se faz uma bebida mágico-sagrada que alimenta e dá força aos encantados do "outro-mundo". É também essa bebida que permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá residem.
     O Catimbó, envolve como padrão a ingestão da bebida feita com partes da Jurema, o uso ritual do tabaco, o transe de possessão por seres encantados, além da crença  em um mundo espiritual onde as entidades residem.

     Para seus adeptos, o mundo espiritual tem o nome de Juremá  e é composto por reinados, cidades e aldeias. Nestes Reinos e Cidades residem os encantados: os Mestres e os Caboclos. "Cada aldeia tem três 'mestres'. Doze aldeias fazem um Reino com 36 'mestres'. No reino há cidades, serras, florestas, rios. Quanto são os Reinos? Sete, segundo uns. Vajucá, Tigre, Candindé, Urubá, Juremal, Fundo do Mar, e Josafá. Ou cinco, ensinam outros. Vajucá, Juremal, Tanema, Urubá e Josafá".

     Troncos da planta são assentados em recipientes de barro e simbolizam as cidades dos principais mestres das casas. Estes troncos, juntamente com as princesas e príncipes, com imagens de santos católicos e de espíritos afro-ameríndios, maracas e cachimbos, constituirão as Mesas de Jurema. Chama-se Mesa o altar junto ao qual são consultados os espíritos e onde são oferecidas as obrigações que a eles se deva.
     As princesas são vasilhas redondas de vidro ou de louça dentro das quais são preparadas a bebida sagrada e, em ocasiões especiais, onde são oferecidos alimentos ou bebidas aos encantados. Os príncipes são taças ou copos, que normalmente estão cheios com água e eventualmente com alguma bebida do agrado da entidade.

Os Habitantes do Juremá:

     Duas categorias de entidades espirituais tem seus assentamentos nas mesas de Jurema, os Caboclos e os Mestres.
     Os Caboclos são identificados como entidades indígenas que trabalham principalmente com a cura através do conhecimento das ervas, dão passes e realizam benzeduras com ervas e folhagens. São associados às correntes espirituais mais elevadas, as que trabalham para o bem, mas que também podem ser perigosas quando usados contra alguém. Por isso são muito temidos.
     Uma outra categoria de entidades que recebem culto na Jurema é a dos Mestres. Os mestres são descritos como espíritos curadores de descendência escrava ou mestiça. Pessoas que, quando em vida, possuíam  conhecimento de ervas e plantas curativas. Por outro lado, algo trágico teria acontecido e eles teriam morrido, se "encantando", podendo assim voltar para "acudir" os que ficaram "neste vale de lágrimas". Alguns deles se iniciaram nos mistérios e "ciência" da Jurema antes de morrer. Outros adquiriram esse conhecimento no momento da morte, pelo fato desta ter acontecido próximo a um espécime da árvore sagrada.
     O símbolo dos mestres é o cachimbo ou "marca", cujo poder está na fumaça que tanto mata como cura, dependendo se a fumaçada é "às esquerdas" ou "às direitas". Essa relação com a "magia da fumaça" é expressa nos assentamentos dos mestres, onde sempre se encontra presente "rodias" de fumo de rolo, nos cachimbos e nas toadas.
     As marcas são gravadas nos cachimbos, e indicam as vitórias alcançadas pelo mestre que o usa. Quando em terra, os mestres já chegam embriagados e falando embolado. São brincalhões, falam palavrões, mas são respeitados por todos. Dançam tendo como base o ritmo dos Ilus e a letra das toadas. Como oferendas, recebem a cachaça, o fumo, alimentos preparados com crustáceos e moluscos diversos. Com essas iguarias, agrada-se e fortifica-se os mestres. A bebida feita com a entrecasca do caule ou raiz da Jurema e outras ervas de "ciência" (Junça, Angico, Jucá, entre outras) acrescidas à aguardente, é, entretanto, a maior fonte de força e "ciência", para estas entidades.
     Também trabalham no Catimbó as Mestras. Tais mestras são peritas nos "assuntos do coração", são elas que dão conselhos as moças e rapazes que queiram casar-se.

Juremação:

     Muitos juremeiros dizem que "um bom mestre já nasce feito"; contudo alguns ritos são utilizados para "fortificar as correntes" e dar mais conhecimento mágico-espiritual aos discípulos. O ritual mais simples, porem de "muita ciência" é o conhecido como "juremação", "implantação da semente", ou "Ciência da Jurema". Este ritual consiste em plantar no corpo do discípulo, por baixo de sua pele, uma semente da árvore sagrada. Existem três procedimentos para isso. Em um primeiro, o próprio mestre promete ao discípulo e após algum tempo, misteriosamente, surge a semente em uma parte qualquer do corpo. Um segundo procedimento é aquele em que o líder religioso realiza um ritual especial, onde dá a seus afilhados a semente e o vinho de Jurema para beber. Após este rito, o iniciante deve abster-se de relações sexuais por sete dias consecutivos, período em que todas as noites ele deverá ser levado em sonhos, por seus guias espirituais, para conhecer as cidades e aldeias onde aqueles residem. Ao final deste período, a semente ingerida deverá reaparecer em baixo de sua pele. Num terceiro procedimento, o juremeiro implanta a semente da Jurema, através de um corte realizado na pele do braço.

Reuniões e Festas

     Uma "Mesa" pode ser aberta "pelas direitas" ou "pelas esquerdas". Nas abertas "pelas direitas", só as entidades mais elevadas devem se fazer presentes. Incorporadas elas dão passes, receitam banhos de ervas e defumações.
     Quando se abre uma mesa "pelas esquerdas" qualquer tipo de entidade espiritual pode vir. Os trabalhos não precisam, necessariamente, visar o mal de alguém, contudo, aberto os trabalhos por este lado da "ciência", já é possível devolver aos inúmeros inimigos, que estão sempre a espreita, os males que estes possam estar fazendo.
     Orações e saudações feitas, canta-se para abrir a "mesa" e chamar os guias. Em algumas casas estes dão sua presença, afirmando que protegerão seus discípulos durante a realização dos trabalhos. Subindo o último Índio ou Caboclo, é o momento de todos, exceto o juremeiro-mor, se prostrarem de joelhos no chão e pedir ao Juremá licença para entrar em seus domínios; é que os "Senhores Mestres" já vem chegando...
     Os discípulos pedem benção aos Juremeiros mais velhos na casa. Saúdam com bençãos a Mesa da Jurema e os artefatos dos Mestres. A Jurema é dita aberta. Os Senhores Mestres começam a chegar.
     É o momento das consultas que sempre têm clientela certa. Momento onde coisas sérias são tratadas com irreverência, sem que no entanto percam a gravidade e o apresso dos  mestres e mestras, sempre prontos a ajudar a seus afilhados. Nos casos mais graves, entretanto, o mestre logo marca um dia mais conveniente, onde poderá realizar "trabalhos em particular". É assim que o mestre traz os recursos financeiros necessários para a manutenção da casa de culto e do seu discípulo. Quando os Mestres se vão, chegam as Mestras.

O CANDOMBLÉ:

     O Candomblé é uma religião de origem africana, com seus rituais e (em algumas casas) sacrifícios; através dos rituais é que se cultuam os Orixás.
     O Candomblé é dividido em nações, que vieram para o Brasil na época da escravidão.
     São duas nações com suas respectivas ramificações:

     Nação Sudanesa: Ijexá, Ketu, Gêge, Mina-gêge, Fom e Nagô
     Nação Bantu: Congo, Angola-congo, Angola.

     Desde muito cedo, ainda no século XVI, constata-se na Bahia a presença de negros bantu, que deixaram a sua influência no vocabulário brasileiro (acarajé, caruru, amalá, etc.). Em seguida verifica-se a chegada de numeroso contingente de africanos, provenientes de regiões habitadas pelos daomeanos (gêges) e pelos iorubás (nagôs), cujos rituais de adoração aos deuses parecem ter servido de modelo às etnias já instaladas na Bahia.
     Os navios negreiros transportaram através do Atlântico, durante mais de 350 anos, não apenas mão-de-obra destinada aos trabalhos de mineração, dos canaviais e plantações de fumo, como também sua personalidade, sua maneira de ser e suas crenças.
     As convicções religiosas dos escravos eram entretanto, colocadas às duras penas quando aqui chegavam, onde eram batizados obrigatoriamente "para salvação de sus almas" e  deviam curvar-se às doutrinas religiosas de seus "donos".

     Primeiros Terreiros de Candomblé

     A instituição de confrarias religiosas, sob a ordem da Igreja Católica, separava as etnias africanas. Os negros de Angola formavam a Venerável Ordem Terceira do Carmo, fundada na igreja de Nossa Senhora do Rosário do Pelourinho. Os daomeanos reuniam-se sob a devoção de Nosso Senhor Bom Jesus das Necessidades e Redenção dos Homens Pretos, na Capela do Corpo Santo, na Cidade Baixa. Os nagôs, cuja maioria pertencia a nação Ketu, formavam duas irmandades: uma de mulheres, a de Nossa Senhora da Boa Morte, outra reservada aos homens, a de Nosso Senhor dos Martírios.
     Através dessas irmandades (ou confrarias), os escravos ainda que de nações diferentes, podiam praticar juntos novamente, em locais situados fora das igrejas, o culto aos Orixás.
     Várias mulheres enérgicas e voluntariosas, originárias de Ketu, antigas escravas libertas, pertencentes à Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte da Igreja da Barroquinha, teriam tomado a iniciativa de criar um terreiro de candomblé chamado Iyá Omi Asé Airá Intilé, numa casa situada na ladeira do Berquo, hoje visconde de itaparica.
     As versões sobre o assunto são controversas, assim como o nome das fundadoras: Iyalussô Danadana e Iyanasso Akalá segundo uns e Iyanassô Oká, segundo outros.
     O terreiro situado, quando de sua fundação, por trás da Barroquinha, instalou-se sob o nome de Ilê Iyanassô na Avenida Vasco da Gama, onde ainda hoje se encontra, sendo familiarmente chamado de Casa Branca de Engenho Velho, e no qual Marcelina da Silva (não se sabe se é filha carnal ou espiritual de Iyanassô) tornou-se a mãe-de-santo após a morte de Iyanassô.
     O primeiro "toque" deste candomblé foi realizado num dia de Corpus Christi e o Orixá reverenciado foi Oxossi.

CANDOMBLÉ DE CABOCLO:

     O Candomblé, ao desembarcar no País com os escravos, encontrou aqui um outro culto de natureza mediúnica, chamado "Pajelança", praticado pelos índios nativos em variadas formas. Em ambos os cultos havia a comunicação de Espíritos.
     Com o tempo, alguns terreiros começaram a misturar os rituais do Candomblé com os da Pajelança, dando origem a um outro culto chamado "Candomblé de Caboclo". Naturalmente, os Espíritos que se manifestavam eram os de índios e negros, que o faziam com finalidades diversas.
     A exemplo de toda nossa cultura, o candomblé de caboclo é um a miscigenação de europeus, africanos e ameríndios, uma verdadeira mistura de crenças e costumes que suas entidades trazem em suas passagens pela terra conforme suas falanges ou linhas que se dividem em Caboclos de Pena, a linha só há índios brasileiros, Caboclo de couro que pertence a linha dos homens que lidavam com gado, marujos que são aqueles que viviam no mar e outras como os famosos baianos que é a linha que representa o trabalhador nordestino que padeceu nos sertões brasileiros, assim como falange de Zé Pilintra que a história conta que foi um "malandro" injustiçado que se tornou encantado. Estes últimos são mais comuns nos cultos de umbanda da a região sudeste do país.

     Influências Ketu, Gêge, Catolicismo, Ameríndia:

     Usam dentro da ritualística o gongá ou peiji (palavra de origem indígena que quer dizer altar), onde misturam imagens de todos os tipos: santos da Igreja Católica, pretos-velhos, crianças, índios, sereias, etc.
     Trazem do Candomblé as festividades que louvam os Orixás e utilizam os atabaques (ilus); no lugar das sessões realizam as giras. A vestimenta é igual à do Candomblé; usam roncó, camarinha, feitura e na saída ocorre a personificação do Orixá (o médium sai com a vestimenta do Orixá); utilizam sacrifício (matança) de animais.
     Nas sessões normais os caboclos utilizam cocares, arcos, flechas e no que se refere aos trabalhos, o nome dado é "Mandinga".
     Utilizam o ipadê ou padê, exigência dos Exús; os cântigos são denominados orikis e misturam cântigos em português e em iorubá.


OMOLOCÔ:

     Influências: Angola, Congo, Ketu, Gêge, Catolicismo, Ameríndia.
     Também denominado de Umbanda Mista, Umbanda Cruzada, Umbanda Traçada.
     É o mais próximo da Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas; segundo pesquisadores, este Candomblé estaria em transição para a Umbanda.



QUIMBANDA:

     A lei de Quimbanda tem um chefe supremo, a quem chamam de "Maioral da Lei de Quimbanda", entidade esta que se entende diretamente com os chefes das Sete Linhas da Lei de Umbanda, aos quais presta obediência, recebendo e acatando ordens de São Miguel Arcanjo, por intermédio deles.
     Divide-se a Lei de Quimbanda da mesma forma que a Lei de Umbanda, isto é em Sete Linhas e as subdivisões também são feitas de modo igual à outra. E desta forma temos:

Linha das Almas
Chefe Omulum
povo dos cemitérios.

Linha dos Caveiras
Chefe João Caveira

Linha de Nagô
Chefe Gererê
povo de Ganga (Encruzilhadas)

Linha de Malei
Chefe Exú Rei
povo de Exú (Encruzilhadas)

Linha de Mossurubi
Chefe Caminaloá
Selvagens africanos (zulús, cafes)

Linha de Caboclos Quimbandeiros
Chefe Pantera Negra
Selvagens Americanos

Linha Mista
Chefe Exú da Campina ou Exú dos Rios
Composta de espíritos de várias raças

     Os espíritos desta ultima linha (Mista), se comprazem na prática do mal, como todos os componentes das outras linhas, porém, agem indiretamente, isto é, arregimentam espíritos sofredores, desconhecedores do estado espiritual em que se encontram, para colocá-los junto da pessoa ou grupo de pessoas a quem desejam fazer o mal, provocando assim, no indivíduo, moléstias diversas, pelo contato fluídico desses espíritos com o perispírito da vítima. Geralmente, verifica-se que o espírito atuante transmite às vítimas as moléstias de que era portador, quando ainta preso a matéria, na Terra.
     Os espíritos das outras Linhas da Lei de Quimbanda são astutos, egoístas, sagazes, persistentes, interesseiros, vingativos, etc.; porém, agem diretamente e se orgulham das "vitórias"obtidas. Muitas vezes praticam o bem e o mal, a troco de presentes nas encruzilhadas, nos cemitérios, nas matas, no mar, nos rios, nas pedreiras e nas campinas.
     Os médiuns de Magia Negra são também interesseiros e só trabalham a troco de dinheiro ou de presentes de algum valor.
     Entre todos os espíritos Quimbandeiros, os mais conhecidos, são os Exús, porque os exércitos deles são enormes e poderosos. Agem em todos os setores da vida na Terra e, dessa forma, são conhecidos os nomes de muitos chefes de Falanges e Legiões.
     Ex: Exú Veludo, Exú Tiriri, Exú Mirim, Exú da Campina, Pombo-Gira, etc.
     Todos os espíritos da lei de Quimbanda possuem luz vermelha sendo que o chamado "Maioral", possui uma irradiação de luz vermelha tão forte que nenhum de nós suportaria sua aproximação.
     Existe a necessidade da existência desses espíritos quimbandeiros. É através deles que pagamos nossas faltas, sofrendo a conseqüência de nossas maldades e erros. São eles portanto, os agentes incumbidos de concorrer para as nossas provações, consoante as faltas do passado, ou mesmo do presente. São os Senhores do Carma.


UMBANDA (RAMIFICAÇÕES):

     Hoje, temos varias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
     Alguns exemplos dessas ramificações são:
     "Umbanda tradicional" - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes";
     "Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos";
     "Umbanda Branca e/ou de Mesa" - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária;
     "Umbanda Esotérica" - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";
     "Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;
     Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.

    Para entendimento qual seria a procedência da palavra "macumba", que vulgarmente é dado a alguns ritos das religiões Afro-brasileiras, é algo bem simples, "MACUMBA" é uma árvore do continente Africano, no qual as pessoas dessa região por acreditarem que seria uma árvore sagrada, fazia em torno dela seus ritos religiosos, suas danças tradicionais que hoje é visto em várias denominações das religiões Afro-brasileiras. Também dessa árvore se fazia um instrumento musical de tamanho médio de uns 40 centímetros com o formato e aparência do "reco-reco" que conhecemos, e as pessoas que tocavam esse instrumento eram chamados de "macumbeiros". Eles tocavam esses instrumentos para cadenciar as danças nos rituais ao pé da bela árvore sagrada "macumba", e ai a ligação entre a religião e o nome da árvore, e também o nascimento errôneo do termo "macumba" para os ritos religiosos dado pelas pessoas sem informação.

Respeitar todas as religiões é estar sempre respeitando o Pai Supremo.

Carlos de Ogum.
sábado, 13 de abril de 2013 7 comentários

O Que é a Umbanda


Vejamos o que nos diz o Aurélio:

Verbete: umbanda
[Do quimb. umbanda, 'magia'.] S. m.
1. Bras. Forma cultual originada da assimilação de elementos religiosos afro-brasileiros pelo espiritismo brasileiro urbano; magia branca.

UMBANDA é religião!

Se dentro da Umbanda conseguimos nos religar com Deus, conseguimos tirar o véu que cobre nossa ignorância da presença de Deus em nosso íntimo, então podemos chamar nossa fé de Religião.  Como mais uma das formas de sentir Deus em nossa vida, a Umbanda cumpre a função religiosa de nos levar à reflexão sobre nossos atos, sobre a urgência de reformularmos nosso comportamento aproximando-o da prática do Amor de Deus.
A Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, baseada no culto aos Orixás e seus servidores: Crianças, Caboclos, Preto-velhos e Exus. Estes grupos de espíritos estão na Umbanda "organizados" em linhas: Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem específicas, mas todas subordinadas às forças da natureza que os regem, os ORIXÁS.
Na verdade a Umbanda é bela exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso é uma religião totalmente brasileira.
Mas, torna-se imperioso, antes de ocuparmo-nos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que precipitaram o surgimento, na 1ª década do século XX, da mesma. Em 1500, quando os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já habitada por nativos. Os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias, denominaram a estes aborígines de índios.
Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convivência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam ali por motivos pouco nobres.
    O relacionamento, até então pacífico, começa a se desmoronar como um castelo de areia. São inescrupulosamente escravizados e forçados a trabalhar na novel lavoura.
Reagem, resistem, e muitos são ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz desembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são despejados também na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos físicos e morais, e até a subtração da própria vida.
Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade, desencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como encarnados, estes espíritos lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos.
Além disso, muitas das crianças índias e negras, eram mortas, quando meninas (por não servirem para o trabalho pesado), quando doentes, através de torturas quando aprontavam suas "artes" e com isso perturbavam algum senhor. Algumas crianças brancas, acabavam sendo mortas também, vítimas da revolta de alguns índios e negros.
Juntando-se então os espíritos infantis, os dos negros e dos índios, acabaram formando o que hoje, chamamos de: Trilogia Carmática da Umbanda. Assim, hoje vemos esses espíritos trabalhando para reconduzir os algozes de outrora ao caminho de Deus.
A igreja católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, investiu covardemente para eliminar as religiosidades negra e índia. Muitas comitivas sacerdotais são enviadas, com o intuito "nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos.
A necessidade de preservar a cultura e a religiosidade, fez com que os negros associassem as imagens dos santos católicos aos seus Orixás, como forma de burlar a opressão religiosa sofrida naquela época, e assim continuar a praticar e difundir o culto as forças da natureza, a esta associação, deu-se o nome de "Sincretismo religioso".
O candomblé iorubá, ou jeje-nagô, como costuma ser designado, congregou, desde o início, aspectos culturais originários de diferentes cidades iorubanas, originando-se aqui diferentes ritos, ou nações de candomblé, predominando em cada nação tradições da cidades ou região que acabou lhe emprestando o nome: queto, ijexá, efã. Esse candomblé baiano, que proliferou por todo o Brasil, tem sua contrapartida em Pernambuco, onde é denominado xangô, sendo a nação egba sua principal manifestação, e no Rio Grande do Sul, onde é chamado batuque, com sua nação oió-ijexá (Prandi, 1991). Outra variante ioruba, esta fortemente influenciada pela religião dos voduns daomeanos, é o tambor-de-mina nagô do Maranhão. Além dos candomblés iorubas, há os de origem banta, especialmente os denominados candomblés angola e congo, e aqueles de origem marcadamente fom, como o jeje-mahim baiano e o jeje-daomeano do tambor-de-mina maranhense.
Os anos sucedem-se. Em 1888 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e a desgraça do homem branco, reflexo do período escravocrata. No campo astral, os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes. O catolicismo, religião de predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores". Os Senhores da Luz (Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíritos de boa vontade, que quisessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no Brasil.
Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hierarquia, bases, funções, atributos e finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras.  No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, àquela época, capital federal e centro sócio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.
A formação histórica do Brasil incorporou a herança de três culturas : a africana, a indígena e a européia. Este processo foi marcado por violências de todo o tipo, particularmente do colonizador em relação aos demais. A perseguição se deveu a preconceitos e a crença da elite brasileira numa suposta alienação provocada por estes cultos nas classes populares.
No início do século XX, o choque entre a cultura europeizada das elites e a cultura das classes populares urbanas, provocou o surgimento de duas tendências religiosas na cidade do Rio de Janeiro. Na elite branca e na classe média vigorava o catolicismo ; nos pobres das cidades (negros, brancos e mestiços) era grande a presença de rituais originários da África que, por força de sua natureza e das perseguições policiais, possuíam um caráter reservado.
Na segunda metade deste século, os cultos de origem africana passaram a ser frequentados por brancos e mulatos oriundos da classe média e algumas pessoas da própria elite. Isto contribuiu, sem dúvida, para o caráter aberto e legal que estes cultos vêm adquirindo nos últimos anos.
Esta mistura de raças e culturas foi responsável por um forte sincretismo religioso, unificando mitologias a partir de semelhanças existentes entre santos católicos e orixás africanos, dando origem ao Umbandismo.
Ao contrário do Candomblé, a Umbanda possui grande flexibilidade ritual e doutrinária, o que a torna capaz de adotar novos elementos. Assim o elemento negro trouxe o africanismo (nações); os índios trouxeram os elementos da pajelança; os europeus trouxeram o Cristianismo e o Kardecismo; e, posteriormente, os povos orientais acrescentaram um pouco de sua ritualística à Umbanda. Essas cinco fontes criaram o pentagrama umbandista:


    Os seguidores da Umbanda verdadeira só praticam rituais de Magia Branca, ou seja, aqueles feitos para melhorar a vida de determinada pessoa, para praticar um bem, e nunca de prejudicar quem quer que seja. Os espíritos da Quimbanda (Exus) podem, no entanto, ser invocados para a prática do bem, contanto que isso seja feito sem que se tenha que dar presentes ou dinheiro ao médium que os recebe, pois o objetivo do verdadeiro médium é tão somente a prática da caridade.

    Algumas casas de Umbanda homenageiam alguns Orixás do Candomblé, como por exemplo: Oxumarê, Ossãe, Logun-Edé. Mas os mesmos, na Umbanda, não incorporam e nem são orixás regentes de nenhum médium.
    Nós temos os nossos guias de trabalho e entre eles existe aquele que é o responsável pela nossa vida espiritual e por isso é chamado de guia chefe, normalmente é um caboclo, mas pode ser em alguns casos um preto-velho.


Aspectos Dominantes do Movimento Umbandista:

1. Ritual, variando pela origem.

2. Vestes, em geral brancas.

3. Altar (Gongá ou Congá) com imagens católicas, pretos velhos, caboclos, Boiadeiro e
Crianças (Ibeijada ou Erê).

4. Sessões espíritas, formando agrupamentos em pé, em salões ou
terreiro.

5. Desenvolvimento normal em corrente.

6. Bases; africanismo, kardecismo, indianismo, catolicismo, orientalismo.

7. Serviço social constante nos terreiros.

8. Finalidade de cura material e espiritual.

9. Magia branca.

10. Batizados, consagrações e casamentos.


    Ritual:

    A Umbanda não tem, infelizmente, um órgão centralizador, que a nível nacional ou estadual, dite normas e conceitos sobre a religião ou possa coibir os abusos. Por isso cada terreiro segue um ritual próprio, ditado pelo guia chefe do terreiro, o que faz a diferenciação de ritual entre uma casa e outra. Entretanto, a base
de todo terreiro tem que seguir o principio básico do bom senso, da honestidade e do desinteresse material, além de pregar, é claro, o ritual básico transmitido através dos anos pelos praticantes.

    O mais importante, seria que todos pudessem encontrar em suas diferenças de culto, o que seria o elo mais importante e a ele se unissem. Tal elo é a Caridade!
    Não importa se o atabaque toca, ou se o ritmo é de palmas, nem mesmo se não há som. O que importa é a honestidade e o amor com que nos entregamos a nossa religião.


    A Umbanda é uma Religião, e como uma Religião temos que seguir os preceitos do Pai Maior, sendo chamado de Deus, Zambi ou outra nomenclatura qualquer, isso não importa, o que importa é ser fiel a esses preceitos, amando, respeitando e sendo caridoso com quem vem ao nosso encontro em busca de uma ajuda espiritual.

    Ame essa linda Religião!


Carlos de Ogum.
 
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