terça-feira, 30 de outubro de 2018 32 comentários

Para Entendimento: A Visão da Umbanda Para o Dia de Finados


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    Como já sabemos o dia de Finados, ou o dia dos Finados, ou mesmo ainda o dia dos mortos, é lembrado no dia 02 de novembro e essa tradição começou há séculos atrás, pois ainda no século II alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram.

    Já no século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade Odilo de Cluny, em 998, pedia aos monges que orassem pelos mortos.

    No século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade há dedicar um dia aos mortos. E no século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1º de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição e podemos tentar buscar esse entendimento verificando Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46. E essa visão e colocação se apóiam em uma prática de quase dois mil anos.

    Na Umbanda temos a mesma teoria da linha Espírita Kardecista, na qual quando se visita um túmulo de um ente querido, estamos manifestando a saudade, respeito e carinho desse ente, pois conforme consta no Livro dos Espíritos, na questão número 320, "a lembrança dedicada aos desencarnados os sensibiliza, conforme sua situação.”

    Porém devemos entender que o Dia de Finados, nada mais é de solene comparado aos demais dias, pois devemos nos apegar a orações a nossos entes, sempre que sentirmos vontade, necessidade, ou saudade.

    O dia de Finados não deve ser visto como um dia de compromisso social ou protocolar. Essa visita ou lembrança deve ser feita com belas intenções, carinho e saudade dos bons momentos, e jamais de uma forma de manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como acontece em muitas situações.

    A homenagem, a visitação ao túmulo não é condenável, assim como nada o é na Religião de Umbanda, pois sempre é respeitado o livre arbítrio de todos, porém a Umbanda tenta demonstrar e conduzir de forma lógica e racional, pois devemos entender que o espírito, agora desencarnado, não se encontra no túmulo ou cemitério, e se caso se encontrar, estará ali de uma forma perdida, nesse caso deveremos buscar ajuda a esse ente para que ele tenha o entendimento e o encaminhamento, porém esses casos somente acontecem aos desencarnados que eram em tempo de encarnados extremamente apegados a matéria e ao corpo físico.

    Devemos buscar entender sempre que os desencarnados necessitam muito de auxilio para o encaminhamento rumo à evolução espiritual, e uma bela forma para fazermos isso não é apenas lembrarmos desses irmãos no dia de finados, mas sim no dia que cremos que há essa necessidade, e isso podemos fazer através da prece, e essa prece pode ser feita em qualquer lugar, em qualquer hora e em qualquer dia. A prece proferida pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo espírito desencarnado.

    A Umbanda também considera o dia de Finados uma data de grande importância por ser o dia em que louvamos um grande e poderoso Orixá, o nosso amado Pai Omulú, o Senhor da Morte e das Transições no Universo Divino.

    Apesar de comemorarmos o dia de Pai Omulú em 17 de dezembro, dia de homenagem a São Lázaro, santo Católico sincretizado com Pai Omulú, louvamos esse divino Orixá também no dia 2 de novembro por ele ser o Orixá que tem a função de levar o espírito quando ocorre o desencarne.

    O dia de finados deve ser respeitado por todos nós, mas sempre voltado a ser mais um dia de orações a nossos entes amados, pois para nós umbandistas, a morte do corpo físico não é o fim da vida, vemos apenas como o fim de um ciclo, ou seja, da passagem encarnatória.

    Após o desencarne do espírito, somos entregues a trabalhadores espirituais, que normalmente estão sobre o comando do Orixá Omulú, para sermos encaminhados a uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumuladas durante a passagem no corpo físico.

    No plano físico, estamos numa esfera neutra ou mista, onde tudo se encontra, sem distinção.

    Porém no plano astral, os seres vivem em realidades dimensionais pertinentes às suas condições emocionais e vibracionais.

    Sabendo desses fatos, logo se o ser vibrar ódio, um lugar com seres odiosos será sua morada. Se vibrar o amor,sua morada será um lugar agradável, pois nós somos aquilo criamos ao nosso redor, e a realidade que desenvolvemos é a que levamos além do pós morte.

    Com essa colocação, devemos ter pleno conhecimento que nada se acabará com o fim da vida física, pois quando o corpo perece isso só é o fim de uma etapa e início de outra, devemos entender que morremos para o mundo físico, porém nascemos para o mundo espiritual, e claro que da mesma forma o contrário acontece, pois quando reencarnamos morremos para vida no plano etérico, e nascemos para o plano físico.

    Portanto, claro que o dia de Finados é muito importante para todos nós demonstrarmos a saudade e o carinho pelos nossos entes, mas a compreensão que desejamos passar é que, não é só no dia de Finados, e sim todos os dias possíveis, para que assim nossos amados que já partiram da vida física, possam ter auxilio na compreensão e da necessidade do entendimento, encaminhamento e evolução espiritual.


Salve nossos desencarnados!


Salve o dia de Finados!


Salve Pai Omulú!


Salve as Santas Almas Benditas!


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Carlos de Ogum

sábado, 20 de outubro de 2018 34 comentários

Banhos de Descarrego e Proteção para serem tomados na semana de: MÃE IANSÃ


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    Continuando os textos sobre os banhos de proteção e descarrego de um determinado Orixá, dentro da semana que homenageamos o mesmo, hoje falaremos da linda e guerreira Mãe Iansã, a maravilhosa Orixá que é homenageada com muito carinho no dia 4 de dezembro.

    Voltamos a esclarecer que esses banhos podem ser feitos por qualquer pessoa que desejar, sendo ela filha do Orixá ou não.

                        BANHO DE DESCARREGO:

    Em uma vasilha grande, colocar 5 litros de água em temperatura ambiente, adicionar um punhado de folhas de morango e macerar bem. Após macerada as folhas, tampar a vasilha e deixar em infusão por 5 horas, coar e, após seu banho higiênico, jogar o banho de Iansã do pescoço para baixo. Faça seus pedidos com coerência e acenda uma vela amarela oferecendo a Mãe Iansã.

As ervas que foram coadas do banho podem ser despachadas em um jardim ou em um rio de água corrente.

          BANHO TANTO PARA PROTEÇÃO QUANTO PARA DESCARREGO

Para fazer esse banho se utiliza os seguintes ingredientes:

Sete litros de água em temperatura ambiente.
Folhas de romã retiradas de três galhos pequenos.

    Coloque a água em uma vasilha, macere as folhas de romã, após maceradas tampar a vasilha, deixar em infusão por 7 horas, coar esse banho e tomá-lo após seu banho normal, jogando-o do pescoço para baixo. Faça seus pedidos com coerência juntamente com orações a Mãe Iansã. Despachar as ervas em um jardim ou em um rio.

                 BANHO PARA PROTEÇÃO E PROSPERIDADE

    Em uma panela grande colocar 7 litros de água para ferver, após fervida colocar os seguintes ingredientes, mexendo sempre em sentido horário com uma colher de pau:

Língua de vaca;
Louro (sete folhas);
Para raio;
Quebra pedra;
Umbaúba.

    Após fervida, apagar o fogo e tapar a panela deixando em infusão por 5 horas. Coar, adicionar mais água e, após seu banho de higiene, jogar esse banho da cabeça aos pés. Fazer seus pedidos com coerência e fazer uma Oração a Mãe Iansã. Despachar os ingredientes coados em um jardim ou em um rio de águas limpas.

   BANHO PARA OS FILHOS DE MÃE IANSÃ QUE ESTÃO EM DESENVOLVIMENTO.
          (PARA ATRAIR A ENERGIA E A VIBRAÇÃO DE MÃE IANSÃ)

Busque separar com antecedência as seguintes ervas e materiais:

Uma bacia de louça branca;
Sete litros de água Mineral;
Cravo da Índia (Sete cravos);
Eucalipto limão;
Flor de São José;
Hortelã;
Manjericão roxo;
Maravilha bonina;
Umbaúba.

    Esse banho deverá ser feito um dia antes de ser utilizado. Pega-se a bacia branca, coloque as ervas na quantidade que desejar e achar necessário, junto a ervas coloque a água mineral bem devagar, comece a macerar com cuidado, enquanto macera as ervas, faça uma oração a Mãe Iansã, pedindo proteção a ela, peça forças dos ventos e dos raios para restabelecer suas forças e energias, trazendo essas forças a sua Coroa.

    Deixe esse banho descansar coberto com um pano branco, e principalmente onde ninguém possa mexer nele, pois esse banho só pode ser manipulado pelo filho que vai utilizá-lo.

    Importante: Esse banho não pode ser fervido, para esquentá-lo, caso desejar que fique em uma temperatura mais agradável, esquente um pouco mais de água em um recipiente não metálico e jogue junto à água do banho e as ervas maceradas no momento que for tomar o banho. Esse banho deve ser jogado da cabeça aos pés, após seu banho normal. Acenda uma vela amarela e faça uma oração a Mãe Iansã.

    As ervas que serão coadas desse banho podem ser despachadas em um jardim, em um rio de águas limpas ou em uma cachoeira.

              BANHO DE PROTEÇÃO AOS FILHOS DE MÃE IANSÃ

    Esse banho deverá ser preparado no dia anterior, pela manhã e deve-se ferver em uma panela sete litros de água. Após fervida adicionar um punhado das seguintes ervas:

Açucena;
Cana do brejo;
Colônia;
Cordão de frade;
Erva de Santa Bárbara;
Erva prata;
Espada de Iansã;
Folha de fogo;
Gerânio vermelho;
Mitanlea;
Para raio;
Parietária;
Peregum amarelo.

    Sempre mexendo em sentido horário e com uma colher de pau por aproximadamente sete minutos. Após esse tempo desligar o fogo, tampar e deixar em infusão por 7 horas. Coar e após seu banho normal, jogar esse banho dos ombros até os pés. As ervas que foram coadas podem ser despachadas em um rio de água corrente ou em um jardim. Desejando, pode acender uma vela amarela e fazer uma oração a Mãe Iansã.


    A fé que estamos dispostos a demonstrar é que faz as firmezas desses banhos, façamos com boas intenções e extremo de fé.


    Salve a nossa linda guerreira Mãe Iansã!


Eparrei Oiá!


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Carlos de Ogum

quarta-feira, 10 de outubro de 2018 73 comentários

A História da Pombo Gira Menina da Calunga



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É Laroiê, é Laroiê.
é na calunga, é no calungá,
é Laroiê, é Laroiê,
que a Pombo Gira Menina é Mojubá.

Na meia noite ela dança,
no meio dia ela vai brincar,
menina linda nos traz esperança,
e no terreiro vai saravar.

Vem da calunga a linda pequenina,
trazendo sua Falange em nome de Oxalá,
ela é a bela Pombo Gira Menina
encantando e iluminando o nosso Gongá.

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    A história da Pombo Gira Menina da Calunga teve seu início no final do século XIX e início do século XX. Sua mãe, uma mulher da vida, a abandonou em uma viela da região, quando a menina tinha apenas sete dias de vida.

    Ela foi encontrada e cuidada por uma cafetina que ganhava a vida negociando as mulheres com trabalhadores vindos da grande expansão industrial da época e nesse ambiente de cabarés e bordéis ela passou sua infância.

    Aos nove anos de idade, por não lhe agradar muito viver e conviver em ambientes assim, a menina, chamada de Laura, nome dado pela cafetina, tinha uma grande vontade de fugir dali, porém não tinha condições e nem sabia como fazer. Ela se sentia presa, triste e assustada, pois sabia que aquela vida de meretriz na qual tinha tanto convívio, uma hora iria chegar para ela, assim como prometera a cafetina, que sempre lhe dizia que entre seus onze e doze anos, ela deveria começar a trabalhar com a prostituição.

    A menina ficava extremamente receosa com tudo aquilo e da mesma forma com que ela desejava uma saída daquela vida, ela desejava a mesma coisa a outras meninas de mais idade e que já estavam atuando como prostitutas, no domínio severo da cafetina.

    E assim dessa forma ela buscava mostrar as moças trabalhadoras da prostituição que a vida escolhida era muito sofrida, que era um acúmulo de cargas negativas, de tristeza, de desespero e que elas sempre iam sofrer sendo "escravas" da senhora dos cabarés e bordéis.

    Muitas dessas meninas ouviam a pequena Laura e refletiam sobre todos os fatos, e após uma grande reflexão, fugiam, retornavam a casa dos pais, buscavam ajuda com familiares e abandonavam os cabarés; quando essas partiam a cafetina ficava com muito ódio e já sabendo sobre as falas da menina Laura, ela a castigava intensamente e dizia que ela era a desgraça de sua vida, pois com seus dizeres as outras meninas, muitas delas estavam abandonando o trabalho de prostituta, fazendo assim com que a cafetina tivesse um grande prejuízo.

    Porém Laura não se importava com as torturas sofridas, ela acreditava estar fazendo o bem tirando as jovens daquela vida de escuridão.

    O tempo passou, e a menina Laura completara onze anos e de um modo vingativo a velha cafetina decidiu que ela deveria se prostituir, deixando a menina desesperada.

    A cafetina então marcou a data do acontecimento e a inocência de Laura seria entregue para o homem que pagasse o maior valor. O assunto se espalhou como fogo em pólvora, entre vielas, cabarés, bares e bordéis, todos falavam sobre a entrega da menina, conhecida como "a filha da cafetina do cabaré". Homens parecendo animais atrás de sua presa bebiam e gargalhavam falando do quanto estavam dispostos a gastar para ter a menina.

    Laura por sua vez chorava, aguardando o dia proposto pela cafetina, sem saber o que fazer para não ter aquele destino tão cruel. E em uma última tentativa de fazer com que a perversa mulher não a vendesse como um objeto qualquer, ela clamou em piedade, buscando tirar dela ao menos um pequeno gesto de carinho para que não a obrigasse a fazer com que sua vida fosse entregue nas mãos de um homem qualquer.
Porém a mulher não tinha piedade, por mais que Laura a implorasse, ela apenas a olhava com desprezo e gargalhando dizia-lhe que a menina havia feito ela perder muitos ganhos e agora ela deveria repor todo o valor perdido com a partida de outras meninas durante os anos em que Laura mostrava os caminhos terríveis da vida em prostituição.

    A cafetina vira as costas para a menina deixando-a ainda mais entristecida e sem um caminho a seguir.

    Voltando a seu quarto ela chora copiosamente chamando a atenção de outras meninas e todas vão até Laura para consolá-la.

    Laura roga ao Pai Maior e dentro de sua oração escuta uma voz doce e serena, dizendo-lhe que é à hora de partir, porém ela não deverá partir sozinha, deveria levar com ela todas as outras meninas de pouca idade que no bordel se encontravam e deveria também aceitar seu destino, pois ela estava destinada a dois caminhos e entre esses dois caminhos tinha que fazer uma escolha: ou se entregava as vontades da cafetina, ou fugiria e se entregava a caridade e ao auxilio as crianças e jovens, que sofriam em desespero assim como ela, porém a segunda opção seria uma entrega eterna e só poderia ser feito se ela estivesse de acordo em ter que partir quando necessário.

    A menina entendeu que ela era especial, tinha um amor grandioso por Deus, amava proteger os mais fracos e sempre buscou fazer o bem e a caridade; se para isso acontecer ela tivesse que partir precocemente, assim seria feito, pensou Laura, com uma maturidade que não condizia com sua pouca idade.

    Decidida em sair do bordel, Laura busca acertar com outras meninas como seria a fuga e assim foi acertado, naquela noite teria o encontro dos homens com a cafetina para o leilão da inocência da menina e essa seria a chance que Laura esperava, pois assim ela fugiria com as outras meninas e se livrariam do domínio da cafetina.

    A noite chegou e com a noite também o encontro dos homens no bordel, onde iriam tentar comprar a inocência de Laura. Todos eles animados, já embebedados, dando gargalhadas e se demonstrando animalizados. Diante deles estava a cafetina sorridente, já esperançosa em saber a quantia que arrecadaria com a negociação da menina Laura.

    Aproveitando o descuido da cafetina, Laura e as meninas fugiram, enquanto havia a negociação entre os homens e a cafetina. Quando a negociação se fez, o homem que adquiriu o direito de ser quem teria a menina pela primeira vez, ordenou que a cafetina trouxesse Laura até ele e assim ela iria fazer, porém ao adentrar no recinto onde deveriam estar às meninas, nada e ninguém foi encontrado

    A cafetina ficou com muito ódio ao perceber a fuga de Laura e das meninas, da mesma forma que o homem que havia pago por Laura.

    Pelas vielas da região, Laura buscava se esconder, da mesma forma as 21 meninas que com ela partiram e assim se tornaram livres, buscando cada uma seu caminho de luz e paz, distante das ordens pecaminosas da cafetina.

    O tempo passou, Laura preste a completar 13 anos de idade já conhecia a dureza das ruas, da fome, do frio, mas nada disso a tirava do caminho da caridade, pois ela buscava sempre fazer o bem, principalmente às crianças abandonadas, que volte e meia encontrava pelas ruas, levando-as a orfanatos ou conventos.

    A cafetina ainda não conformada com a fuga das meninas jurou se vingar e com o auxilio de alguns mercenários e do homem que havia pago por Laura, partiram em busca das meninas, para ou trazê-las de volta, ou ceifar suas vidas.

    Dias se passaram, e os mercenários contratados para encontrar as meninas e Laura corriam por toda a região e com isso foram encontrando as meninas fugidas e uma a uma foram sendo entregues a cafetina.

    E as 21 meninas foram novamente aprisionadas pela velha senhora dos bordéis.

    Laura ao saber do fato ficou arrasada, tinha que retornar ao cabaré e resgatar novamente suas amigas.

    Mas como fazer?

    Então ela percebeu que chegara à hora de se entregar a caridade eterna e foi até o encontro da cafetina no bordel. Lá ela ordena que a velha soltasse todas as meninas e se ela fizesse isso ela se entregaria nas mãos do homem que a comprou e passaria a fazer parte do bordel.

    A cafetina então aceita as condições de Laura, porém em seus olhos se via a maldade e a falsidade embutidas. A troca foi feita e as meninas seriam liberadas após ser constatado o ato com o comprador da inocência de Laura.

    O homem pega Laura pelo braço com violência, arrastando a menina para um dos quartos do local, enquanto a cafetina ordena aos mercenários que matem as outras meninas e só assim ela se sentiria vingada.


    E assim foi feito, uma a uma elas eram levadas aos fundos do local fétido e assassinadas pelos mercenários.

    Laura por sua vez tem uma visão enquanto o homem se preparava para desfrutar do corpo da menina, ela vê as meninas envoltas em poças de sangue, gritos, desesperos e tem a certeza de que a cafetina não tinha cumprido com o combinado entre elas. A menina se apossa de um punhal que o homem trazia consigo e sorrateiramente o esconde com ela, quando o homem chega diante dela, Laura crava o punhal no coração do homem, que com um grito pavoroso cai ao chão já sem vida. A cafetina ouve o som do grito desesperado do homem, corre até o quarto e vê Laura coberta pelo sangue do mesmo. Ela puxa o punhal do coração dele e crava no coração de Laura, que sente uma dor intensa, que vai se acalmando pouco a pouco. Laura sorri e agradece a velha cafetina por sua libertação, agora eterna.


    O pequeno corpo da menina Laura cai ao chão, porém seu espírito continuava na mesma posição, sorridente, um tanto mais tranquila, serena.

    Laura, agora em forma espiritual, abre os braços e diante dela e da cafetina, aparecem os espíritos das vinte e uma meninas assassinadas. As meninas fazem uma roda em volta de Laura e todas gargalhando dançam como se estivessem em uma brincadeira de ciranda.

    A cafetina assustadíssima sai correndo em desespero e vai de encontro com um bonde, que sem ter como parar a atropela deixando o corpo inerte da velha do cabaré no chão, enquanto Kiumbas lutavam entre si para levar o espírito dela para as profundezas, e assim a escravizá-la.

    A menina Laura agora sendo uma Entidade de Luz, ficou conhecida como Pombo Gira Menina da Calunga e trabalha pela e para a caridade em terreiros de Umbanda em uma forma linda, trazendo sempre com ela sua legião de vinte e uma Pombo Giras de semelhante aspecto.

    Ela também é companheira de trabalho do Exú Mirim e juntos com suas falanges penetram onde poucos conhecem. Sua ajuda é muito grande no que se refere à defesa deste ou daquele filho de fé do terreiro, ou mesmo quando algum filho do terreiro pede sua valiosa defesa, para outrem, principalmente se forem os que envolvem crianças, adolescentes e jovens.

    Ela também é companheira de trabalho de Tranca Ruas das Almas e quando esse Exú se manifesta, a Pombo Gira Menina sempre estará presente, incorporada a um médium ou não.

    Que a Pombo Gira Menina da Calunga guarde o caminho de todos nós!

   Laroiê Pombo Gira Menina!

Carlos de Ogum

segunda-feira, 1 de outubro de 2018 48 comentários

Reconhecendo o que são Eguns, Kiumbas e Zombeteiros


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    Muito se fala nos terreiros de Umbanda sobre três personagens bem temidos por todos frequentadores da religião, e esses personagens são conhecidos por Eguns, Kiumbas e Zombeteiros.

    Mas o que são esses seres?

    Qual a diferença de um pelo outro?

    Que males esses espíritos podem fazer a nós, seres encarnados?

    Para nosso entendimento inicial, devemos saber que tanto os Eguns, quanto os Kiumbas, ou mesmo os Zombeteiros são espíritos que já desencarnaram. Isso mesmo, todos são exatamente a mesma coisa nesse ponto de vista, e a diferença entre um e outro é a evolução de cada um deles.

    Cada qual tem seu objetivo próprio, fazendo assim que, com ou sem intenção, atrapalhar a caminhada evolutiva de um encarnado.

    Vamos iniciar falando dos Eguns

    Como sabemos os Eguns são desencarnados, porém esses desencarnados normalmente tiveram uma vida encarnada sem a evolução necessária para terem o entendimento, que devem deixar o plano físico. São apegada a matéria, a vícios terrenos, a entes familiares, e não compreendem muitas vezes o próprio desencarne.

    Esses seres chamados de Eguns ficam perambulando pela vida terrena, tentando ser notados pelos desencarnados, tentando sanar suas dores que acreditam ser carnais, tentando suprir seus vícios.

    Algumas pessoas envolvidas com a espiritualidade pregam e tentam demonstrar que as Entidades de Luz trabalhadoras da Umbanda levam o nome de Eguns, porém isso é totalmente errôneo, pois sabemos que essas Entidades também foram seres encarnados, mas chegaram a um patamar tão grandioso de evolução que se tornaram mensageiros de Deus, ou Anjos trabalhadores em prol da caridade, do amor, da paz e da abertura de caminhos, diferentes dos Eguns, que só fazem prejudicar os encarnados.

    Então para entendimento, as Entidades de Luz nada tem a ver com os Eguns.

    Por muitas vezes alguma Entidade de Luz diz a um consulente que ele pode estar com um encosto de algum Egum, e será necessário fazer algum tipo de trabalho para esclarecer e afastar esse Egum, e certamente isso pode acontecer, pois Eguns muitas vezes são seres um tanto ignorantes, buscam estar próximos a encarnados, principalmente a entes queridos no tempo em que esteve encarnado. Isso trás uma perturbação a esses encarnados, pelo assédio e a baixa vibração de energia desses desencarnados.

    Quando isso ocorre, esses Eguns devem ser esclarecidos e afastados, pois certamente irão trazer diversos dissabores a quem ele está próximo.

    Sabemos que diversas doutrinas se ocupam desse trabalho de busca de entendimento e encaminhamento desses Eguns, e assim fazer com que o desencarnado e o encarnado mantenham sua independência.

    Os Eguns são conhecidos também como vampirizadores, é incitador de vícios, ou seja, ele se energiza desses vícios, sendo assim ele induz  o encarnado a bebida alcoólica, ao fumo e a entorpecentes para sanar os seus próprios vícios, também induz aos encarnados a promiscuidade, levando-os a prostituição.


    Agora falaremos dos Kiumbas

    Os Kiumbas também são espíritos desencarnados, de baixa evolução, aliás mais baixa ainda do que as dos Eguns.

    Os Kiumbas tem as mesmas cargas dos Eguns, fazem tudo da mesma forma, vampirizam do mesmo jeito, tem o mesmo objetivo de atrapalhar a vida dos encarnados, porém tem um fato a mais, os Kiumbas se colocam como superiores aos Eguns, e por muitas vezes os Eguns não tem a compreensão do desencarne por indução dos Kiumbas, que os levam a desevolução ainda maior, fazendo desses Eguns seus escravos, literalmente.

    Os Kiumbas além de se energizar dos vícios, da promiscuidade e da vida não regrada dos encarnados, se energizam do sangue e da carne, ou seja, induzem aos encarnados a entregas e oferendas de orgânicos e assim se refaz energeticamente de uma forma grandiosa.

    Os Kiumbas também trazem desavenças as famílias, induzindo a brigas, desentendimentos, ironia, miséria, desamor, doenças, ódio e vários outros tipos de mazelas.

    Então resumindo os Kiumbas podem ser piores que os Eguns, e da mesma forma que os Eguns, devemos doutrinar, fazer entender e encaminhar esses seres trevosos chamados de Kiumbas.

    Agora falaremos um pouco dos Espíritos Zombeteiros

    Começaremos da mesma forma do que dissemos dos Eguns e dos Kiumbas, ou seja, os Zombeteiros também são espíritos desencarnados, que já tiveram encarnados e se perderam em sua falta de evolução, com seus vícios, maus sentimentos, promiscuidade, etc.

    E como os Eguns e os Kiumbas, os Zombeteiros tem a mesma condição de levar um encarnado a sentimentos tortuosos, a miséria, a doenças físicas e mentais, a tantos dissabores da vida que nem temos como enumerá-las. Mas além de tudo de ruim que um Zombeteiro possa fazer, tem algo que devemos dar extrema atenção, ficarmos atentos sem limites, pois é um fato que pode fazer com que um encarnado entre em desgraça completa. O Zombeteiro tem o poder de fingir, mentir, mistificar, se fazer passar por uma Entidade de Luz, e esse Zombeteiro se utiliza dos nomes das Entidades de Luz sem o menor receio, sem respeito algum, e literalmente tomando o lugar dessa Entidade de Luz na coroa de um médium.

    E por que isso é tão grave?

    É grave porque esse Zombeteiro está induzindo, a um ou vários consulentes, a fazerem caminhos errados dentro da espiritualidade, para que assim esse Zombeteiro se energize com esses erros.

    Médiuns não desenvolvidos, tomados por vaidade, pela falta de caridade, pelo desamor com a Umbanda, pela falta de responsabilidade com as pessoas que buscam auxílio, se tornam armas nas mãos desses Zombeteiros, pois eles tomam a coroa desse médium, utilizam os nomes de Entidades de Luz, induzem a consulentes a fazerem oferendas sem sentido lógico, se demonstram propicios a fazer trabalhos não aceitos dentro da Umbanda, como amarrações amorosas, fechamentos de caminhos, destruição de famílias e lares.

    Portanto devemos ficar muito atentos com essas colocações dentro de um terreiro de Umbanda, pois se sabemos que a religião é voltada ao amor e a caridade, não devemos acreditar em médiuns que aceitam esses tipos de pedidos, devemos literalmente desconfiar, não nos entregar a essa indução, e nos afastar, pois certamente após esses Zombeteiros tomarem sua confiança, irão tentar tomar sua alma, levando-os a desevolução profunda, podendo trazer todo tipo de males, como miséria, doenças, vícios, e até o suicídio, no qual é o objetivo maior  desses Zombeteiros, pois assim o encarnado se transforma em um Egum, e por consequência será escravizado por um Kiumba, e esse Kiumba irá buscar formas de energias para ele e para dividir com o Zombeteiro.

    Portanto uma coisa puxa a outra, então devemos ter o máximo de atenção com nossos pedidos, nossos sentimentos, nossos passos, e atenção sempre redobrada quando vamos visitar um terreiro no qual não conhecemos profundamente as intenções de seus médiuns.

    Então atenção sempre aos detalhes, as mudanças de personalidade e as más intenções.


    Que Pai Oxalá, todos os Orixás e todas as Entidades de Luz nos afastem dos Eguns, Kiumbas e Zombeteiros.

    Que assim seja!

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Carlos de Ogum

 
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