segunda-feira, 30 de abril de 2018 69 comentários

Reflexão: Eu Pedi a Ogum...


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    Dentro da Umbanda temos lições extremas, ensinamentos de como sermos e como devemos agir. Porém muitas pessoas que buscam a Umbanda sem saber realmente seus preceitos e suas regras, acreditam que a religião seja uma magia e que em um estalar de dedos, ao bel prazer desses consulentes, as coisas simplesmente acontecem, isso sem o merecimento, sem o desejo de Deus, sem ao menos estar destinado a essas pessoas.

    Mas para a decepção de muitos, a verdade da Umbanda é totalmente diferente, pois só alcançamos algo que esteja dentro de nosso destino, de nosso merecimento e claro, com a benção e o aval de Deus, nosso amado Pai Maior.

    Esses preceitos são passados pelas Entidades de Luz, pelos Orixás e até mesmo por Zeladores de Santo, que não estando incorporados, mas tem dentro de si a honestidade de demonstrar a verdadeira Umbanda, sem interesses pessoais.

    Para ilustrarmos o que estamos tentando dizer, vamos usar um texto, onde a referência são as lições dadas por Pai Ogum a um consulente, que vem a ele pedir algumas bençãos, sem tentar entender sobre os merecimentos, sobre a força de vontade, e sobre o destino.

    Dentro desse texto vamos resumir uma explicação referente às colocações da Umbanda e suas regras, para salientarmos a realidade da religião umbandista e retirar essa falsa colocação que a Umbanda é magia, que em um estalar de dedos tudo pode ser concedido, mesmo sem a aprendizagem, lições e merecimentos, conforme a determinação de Deus.

Então vamos ao texto

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“Eu pedi a Ogum, para fazer meu filho aleijado se tornar completo.
- Ogum disse: não! Seu Espírito é completo, seu corpo é apenas temporário.”

Reflexão: Devemos entender que tudo que passamos ou somos como encarnados são lições, acertos e aprendizagem. Sem esses fatos não teríamos a chance de evolução. Cada um de nós tem que trazer de outras reencarnações, fatos e problemas, sejam eles quais forem, para podermos melhorar em algo que erramos, ou acertar alguma coisa com outro espírito no qual no passado fizemos algo de ruim. Muitas são as formas de acerto e evolução, porém se não aceitarmos essas lições, certamente retornaremos sem evoluir, ou melhorar, ou acertar nossas pendências, e logicamente teremos que retornar da mesma forma em uma próxima reencarnação. Portanto busquemos melhorar sempre, entender as lições de Deus para que possamos crescer espiritualmente.

“Eu pedi a Ogum para fazer meu Espírito crescer.
- Ogum disse: Não! Você deve crescer em si próprio! Mas eu te podarei para que dê frutos.”

Reflexão: Muitas vezes acreditamos estar no caminho correto rumo à evolução. Acreditamos tão fielmente nisso que nos achamos perfeitos, ao ponto de cobrar a Deus, aos Orixás, as Entidades de Luz, que eles nos façam crescer espiritualmente, mesmo estando nós estagnados.
Não entendemos que a cada lição dada, seja ela por uma Entidade de Luz dentro dos terreiros, pelos Orixás na forma de resposta da natureza, ou mesmo por Deus na forma de fatos de nossa existência, são podas de galhos secos, para que assim possamos florescer novamente, frutificar e termos a chance de não morrermos para a espiritualidade.


“Eu pedi a Ogum para me dar felicidade.
- Ogum disse: Não! Eu dou bênçãos; felicidade depende de você.”

Reflexão: Tudo que conseguimos sem nosso esforço pessoal não tem o valor verdadeiro para nossa evolução.
Desejamos a felicidade. Cobramos de Deus essa felicidade. Porém muitas vezes estamos buscando a falsa felicidade, pois acreditamos que ela só vem da forma grandiosa, esplêndida, insuperável.
 Será que isso é a verdadeira felicidade?
Deus nos concede bençãos todos os dias, nos da à luz do Sol, o brilho da Lua e das estrelas, nos envia a chuva que traz a água que mata nossa sede, nos dá nosso alimento, nos dá a chance de nos arrependermos de nossos erros, nos concede o amor divino, nos deu a inteligência, o poder da fé, enfim, tantas bençãos que bastaria um instante de agradecimento de nossa parte, para entendermos que a felicidade já está conosco.


“Eu pedi a Ogum para me dar paciência.
- Ogum disse, Não! Paciência é um subproduto das tribulações; ela não é dada, é aprendida.”

Reflexão: Rogamos ao Pai Maior que nos abençoe com a paciência. Julgamos nossos semelhantes, entramos no rodamoinho da ira, reclamamos por ter que esperar por algo ou por algo não acontecer. Porém não buscamos a compreensão, o entendimento, o domínio de si próprio. Não cultivamos em nós mesmos a sabedoria de aguardar o instante correto das coisas, mesmo sabendo que tudo e todos têm seu momento.
E cobramos, cobramos sem refletir, sem refletir em nada, sem refletir sobre as lições do tempo, da vida, de Deus.
E assim não aprendemos nunca que a paciência é igual uma planta, que para nascer e crescer, a terra deve ser preparada, semeada, adubada, aguada, cuidada, aguardada e amada. E assim é a aprendizagem da paciência, demora o tempo que for preciso e devemos amar aprender essa boa lição e jamais desejá-la sem esforço.

“Eu pedi a Ogum para me livrar da dor.
- Ogum disse: Não! Sofrer te leva para longe do mundo e te traz para perto de mim.”

Reflexão: Devemos entender que a dor é uma forma de crescimento. O sofrimento nos faz elevar nossa fé perdida pelos prazeres do mundo.
Quando temos uma vida facilitada, sem dores, sem perdas, sem fracassos, sem sofrimentos, nós esquecemos que acima de tudo e de todos tem um ser divino, o nosso Pai Maior que é Deus.
Muitas vezes acreditamos sermos superiores a tudo e a todos, fazendo minguar a nossa fé. Não buscamos nos entregar a Deus, não deixamos que seus Anjos e Entidades de Luz nos direcionem para o melhor caminho, não acreditamos que um dia poderemos cair e não termos uma mão para nos levantar.
A dor e o sofrimento não devem ser banidos, devem ser compreendidos, e um dia aprenderemos que a cada momento de dor é um momento de evolução e de acerto, para a busca de uma reencarnação já evoluída sem então precisar passar pela dor novamente.

“Eu pedi a Ogum todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
- Ogum disse: Não! Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas.”

Reflexão: Somos apegados extremamente a bens materiais, a falsos amores, a coisas supérfluas. Acreditamos que tudo isso faz com que a vida seja melhor, mais gratificante, mais excitante. Porém são falsos prazeres que temos e assim colocamos esses falsos prazeres acima de algo muito mais gratificante e divino, que é a própria vida, a grande benção em forma de presente que Deus nos concedeu.
Temos em mente que para melhor apreciar a vida, devemos ser abastados, sempre com os melhores automóveis, as melhores mansões, as melhores grifes, as melhores comidas e bebidas, acompanhados das pessoas mais importantes para assim sermos entregues a uma felicidade extrema. Porém já temos a própria vida e só ela nos dá a possibilidade de podermos apreciar tudo mais e assim sermos gratos a Deus e recebermos bençãos verdadeiras e logicamente alcançar a tão sonhada e apreciada felicidade.

“Eu pedi a Ogum, para retirar os meus vícios.
- Ogum disse: Não! Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles.”

Reflexão: Com o passar de nossa existência como encarnados, trazemos de outras encarnações alguns vícios que por ventura não conseguimos evoluir sobre eles. Também adquirimos novos vícios da mesma forma, ou seja, nos deixando ser tomados pelos maus sentimentos, tais como a inveja, ciúme, ódio, ira, preguiça, enfim, vários e vários sentimentos que crescem em nosso caminho como ervas daninhas.
Também, além desses vícios de sentimentos, temos os vícios ditos físicos, como a bebida alcoólica, o fumo e os entorpecentes, que igualmente nos destrói, nos levando muitas vezes a virarmos farrapos humanos.
Quando com um pouco de consciência desses fatos e em um momento de lucidez diante o desespero, buscamos a Deus e rogamos que ele nos livre desses vícios, porém não nos esforçamos para buscar escapulir deles, ou seja, jogamos a responsabilidade a Deus e não abraçamos essa responsabilidade para nós mesmos.
A conclusão disso é que não estamos lutando contra os obsessores que irradiam esses vícios, estamos apenas buscando uma desculpa para nos enganar e após nos entregarmos novamente a esses vícios, culpar a Deus, pela nossa própria falta de vontade de evoluirmos.
Portanto devemos lutar firmemente contra esses maus atos e maus sentimentos, e buscar isso de uma forma convicta, sem desculpas e sem fraquejar, para que assim possamos nos livrar deles e seguir firmemente para a nossa evolução espiritual.

“Eu pedi a Ogum para me ajudar a amar os outros, como ele me ama.
- Ogum disse: Ah, finalmente você entendeu a idéia.”

Reflexão: O amor é a esperança de um mundo melhor. O dia que aprendermos que nossos erros não devem ser elevados acima do amar e ser amado nos encontraremos verdadeiramente com Deus, nosso Pai Maior.
A Umbanda nos ensina que esse amor que devemos buscar e entender, não é o amor de palavras ao vento, de gestos vazios, de atos interessados.
O amor que devemos espalhar a nossos semelhantes é como o puro amor de Deus, sem cobranças, sem interesses, sem hipocrisia. Deve ser o amor fraternal, de caridade, de fé, de luz, de paz.
Só quando aprendermos a distribuir esse amor divino, é que podemos dizer com toda certeza que estamos preparados para seguir adiante, para os braços do Senhor, para a eternidade, para a evolução pura e verdadeiramente espiritual.

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    E assim podemos demonstrar resumidamente alguns passos que devemos seguir para buscar à tão sonhada evolução espiritual por nós umbandistas.

    E com a luz desse Orixá guerreiro, que me mostra tantos caminhos para que eu chegue verdadeiramente aos braços de Deus, deixo a todos uma frase de nosso irmão Chico Xavier, para reflexão.

"Não somos seres humanos passando por uma vida espiritual, somos seres espirituais passando por uma experiência humana."- (Chico Xavier)

Parem e reflitam!


Obs.: Esse texto foi idealizado no título e subtítulo do original" Eu Pedi a Deus..." (autor desconhecido) e foi colocado de forma para que os filhos de Pai Ogum, busquem o entendimento de evolução. E esse é o motivo de ter sido trocado o original do título e subtítulo. Frisando que o conteúdo do texto é exclusivo do autor desse blog,

www.umbandayorima.blogspot.com.br

Carlos de Ogum

sexta-feira, 20 de abril de 2018 35 comentários

Banhos de Descarrego e Proteção para serem tomados na semana de: PAI OGUM.


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    Hoje falaremos dos banhos de descarrego e de proteção para serem tomados na semana de Pai Ogum, que é comemorado no dia 23 de abril.

    Lembrando, que assim como foi dito nos textos anteriores, os banhos de descarrego e de proteção podem ser tomados por qualquer pessoa, sendo essa pessoa filho ou não do Orixá.

    Sabemos que Ogum é um Orixá ligado a lei na Umbanda, senhor das guerras e da paz, protetor das causas difíceis.

    Ogum é conhecido por jamais abandonar seus filhos em batalhas, e estar sempre buscando proteger esses filhos.

    Agora vamos aos banhos.

                        BANHO DE DESCARREGO:

    Em uma panela grande colocar água, ferver essa água e adicionar uma espada de Ogum, cortada em 7 partes, deixando ferver por uns 5 minutos. Após esse tempo, apagar o fogo e adicionar as seguintes ervas:

Açoita cavalo
Aroeira
Cana de Brejo
Erva tostão
Piri piri

    Deixar essas ervas em infusão até a temperatura ficar agradável ao corpo, coar e jogar esse banho de seus ombros para baixo, logo após ter tomado seu banho normal. Rogue a Ogum pela sua proteção e limpeza, fazendo uma oração, e seus pedidos com coerência.

    As ervas que foram coadas do banho podem ser despachadas em um rio de água corrente, ou em um jardim.


                         BANHO DE PROTEÇÃO:

    Esse banho deve ser preparado com antecedência, pois ele deve ficar em infusão por umas 3 horas, e deve ser feito da seguinte maneira:

    Em uma panela colocar 7 litros de água, adicionar 3 espadas de Ogum, cortadas em 7 partes cada uma, totalizando 21 pedaços. Ferver por 21 minutos, apagar o fogo e adicionar as ervas abaixo:

Arnica
Aroeira
Cabeluda bacuica
Canjerana (Pau santo)
Dragoeiro
Grumixameira
Helicônia

    Deixar em infusão por 3 horas, e após esse tempo, coar, e tomar o banho de proteção jogando dos ombros para baixo, sempre após o seu banho normal. Pode adicionar água quente do chuveiro caso a temperatura esteja abaixo do que você deseja.

    Fazer uma oração a Ogum, pedindo forças para caminhar, e pedindo que seja protegido contra tudo que possa atrapalhar essa caminhada, sendo do mundo de encarnados ou desencarnados.

    As ervas que forem coadas desse banho podem ser despachadas em um jardim, em uma mata ou em um rio de água corrente.

          BANHO TANTO PARA PROTEÇÃO QUANTO PARA DESCARREGO:

    Nesse banho você vai utilizar as seguintes ervas:

Açoita cavalo
Açucena Rajada
Aroeira
Espada de Ogum
Losna

    Picar e macerar bem as ervas adicionar em uma panela grande e colocar 7 litros de água. Deixar essa panela tapada por 7 horas, e após esse tempo levá-la ao fogo para ferver. Após fervida apagar o fogo e deixar em infusão até a temperatura da água ficar agradável ao corpo. Tomar seu banho de higiene, e após coar o banho de descarrego, jogá-lo dos ombros até os pés. Faça uma oração a Ogum, e faça seus pedidos, desde que sejam com coerência.

    As ervas coadas desse banho devem ser jogadas em um rio de água corrente.


                 BANHO PARA PROTEÇÃO E PROSPERIDADE:

    Em uma panela grande colocar cinco litros de água para ferver, após fervida colocar os seguintes ingredientes, mexendo sempre em sentido horário com uma colher de pau:

Aroeira
Canela de Macaco
Cinco folhas
Cipó Chumbo
Coroa de Ogum
Flecha de Ogum
Folha de Romã
Lança de Ogum
Peregum
São Gonçalinho

    Após fervida, apagar o fogo e tapar a panela deixando em infusão por quatro horas. Coar, adicionar mais água, e após seu banho normal jogar esse banho da cabeça aos pés. Fazer seus pedidos com coerência, e fazer uma Oração a Pai Ogum. Despachar os ingredientes coados em um jardim, ou mesmo ainda em um rio de água corrente.

                  BANHO PARA ABERTURA DE CAMINHOS:

    Em uma panela colocar 3 litros de água para ferver. Assim que entrar em ebulição adicionar as seguintes ervas:

7 folhas de peregum verde
um punhado de erva vence tudo
um punhado de erva abre caminho

    Mexa com uma colher de pau no sentido horário, tampar a panela e deixar cozinhar em fogo baixo por mais 7 minutos, desligar o fogo.

    Manter abafado por 4 horas e coar. Adicione mais água às ervas em outro recipiente maior.

    O banho para abertura de caminhos deve ser tomado do pescoço aos pés despejando a água com o fluído das ervas, após o banho higiênico.

    Peça a Ogum para afastar as impurezas e trazer abertura a seus caminhos faça uma oração a Pai Ogum e acenda uma vela branca.

    As ervas coadas do banho podem ser despachadas em uma mata, em um jardim ou em um rio de água corrente.


BANHO PARA OS FILHOS DE OGUM QUE ESTÃO EM DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO:
          (PARA ATRAIR A ENERGIA E A VIBRAÇÃO DE PAI OGUM)

    Separe com antecedência as seguintes ervas e materiais:

bacia de louça branca
Água Mineral
7 espadas de Ogum
Um punhado de aroeira
um punhado de erva vence tudo
Açoita Cavalo
Açucena rajada (somente se utiliza o bulbo)
Arnica erca lanceta
Cana de Macaco
Cana de brejo
Dragoeiro ou Sangue de Dragão
Grumixameira
Guarabu (Pau roxo)
Helicônia
Limão Bravo
Tanchagem

    Esse banho deverá ser feito um dia antes de ser utilizado. Pega-se a bacia branca, coloque as ervas na quantidade que desejar e achar necessário, junto a ervas coloque a água mineral bem devagar, comece a macerar com cuidado.

    Peça proteção a Pai Ogum em forma de uma oração peça a ele que sempre restabeleça sua Coroa quando fraquejar.

    Deixe esse banho descansar, coberto com um pano branco, e principalmente onde ninguém possa mexer nele, pois esse banho só pode ser manipulado pelo filho que vai utilizá-lo..

    Importante: Esse banho não pode ser fervido, para esquentá-lo, caso desejar que fique em uma temperatura mais agradável, esquente um pouco mais de água em um recipiente, e jogue junto à água do banho e as ervas maceradas no momento que for tomar o banho. Esse banho deve ser jogado da cabeça aos pés, após seu banho normal. Acenda uma vela vermelha, e faça uma oração a Ogum.

    Façam sempre esses banhos com boas intenções e com muita fé, assim certamente Pai Ogum estará sempre a seu lado.

    Patacori Ogum!

    Ogum Nhê!


Carlos de Ogum
terça-feira, 10 de abril de 2018 47 comentários

Características de Médiuns com Ogum e Oxum na Coroa

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Na Umbanda sabemos que temos os nossos Orixás de Coroa, e como já falamos antes, podemos saber quais são esses Orixás através de um jogo de Búzios, jogado por alguém preparado e honesto, e só assim poderemos saber realmente. Nada de adivinhações, nada de datas de nascimento, e nada dessas invenções feitas por ai, apenas o tradicional e verdadeiro jogo de Búzios pode dar essa resposta.

    Sabemos também que nossa Coroa forma um triângulo, e em cada ponta desse triângulo temos um Orixá, e logicamente são três, sendo eles o Pai de Coroa, a Mãe de Coroa e o Terceiro Santo.

    Nesse texto vamos nos apegar somente no Pai e Mãe de Coroa, e vermos como os dois vibrando juntos podem formar ou mexer com a personalidade de um filho.

    Hoje pegaremos um médium com Ogum como Pai e Oxum como Mãe, e assim vamos buscar entender a Coroa desse filho tendo esses dois Orixás, frisando que não levaremos em conta o Terceiro Santo, pois se fôssemos levar tudo ficaria ainda mais complexo.

    Primeiro falaremos apenas das características dos filhos de Ogum:

     Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, consequentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo.
São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.

     Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

     São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e ideias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas ideias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.

     As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

     Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele
conseguisse esperar ao menos 24 horas para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

     A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.

     Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado,
persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.

     É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.

     Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.

    Agora falaremos das características dos filhos de Oxum:

     Os filhos de Oxum amam espelhos, jóias caras, ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do cabelo e, as mulheres, da pintura.

     As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza.

     Os filhos de Oxum são mais discretos, como por exemplo os filhos de Iansã, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante.

     Os filhos de Oxum têm tendência para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto.
     O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre perseguido pelo sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidoso, elegante, sensual e gosta de mudanças, podendo ser infiel. Despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.

     Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles próprios, mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e companheiras.
     São muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranquilos,
emotivos, normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro.

     O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros.

     Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente, porém discreta e, na aparência, apenas inconsequente. Pode vir a ser interesseiro e indeciso, mas seu maior defeito é o ciúme. Um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.
     É muito desconfiado e possuidor de grande intuição que muitas vezes é posta à serviço da astúcia, conseguindo tudo que quer com imaginação e intriga. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

     Entretanto, ás vezes, parecem esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando mais com o mesmo. Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias.

Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade


    E agora vamos resumir as características do filho que tem Ogum e Oxum juntos como Pai e Mãe de Coroa:

    Os filhos que tem pais de Coroa assim tem uma divisão de período no qual demonstra claramente qual Orixá está mais próximo dele naquele momento, porém esse filho pode sair da paz a guerra em um estalar de dedos.

    Ele sempre vai se mostrar oponente, porém afável com os mais próximos, sua personalidade sempre será extremamente forte, líder nato, não só na vida social, mas também na vida familiar.

    Protetor extremoso com quem ele acha que seja merecedor dessa proteção, não se apega a pessoas de fora de seu convívio, assim como também não se importa com pessoas que demonstram orgulho de uma forma desordenada.

    Está sempre pronto a atacar quem ataca quem ele ama, e se for preciso fará dessa batalha algo que o atacante nunca se esqueça.

    Se dedica extremamente as causas familiares, prefere seu próprio sofrimento ao saber do sofrimento de seu protegido.

    A luz de um filho de Ogum e Oxum é algo deslumbrante, que aconchega e protege ao mesmo tempo. É dito que felizes são aqueles que tem o respeito e o carinho desse filho, porém aqueles que buscam mazelas com ele devem estar preparados, pois ele não foge de uma batalha, e certamente a vencerá. Portanto é melhor tê-lo como amigo e protetor do quê como inimigo.

    Salve os filhos de Ogum e Oxum!






           

Carlos de Ogum
sexta-feira, 30 de março de 2018 53 comentários

Vaidade: Sentimento não tolerado pela Umbanda


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    A Umbanda, assim como já sabemos, é uma religião voltada a fazer à caridade, o amor, a paz, a justiça, mas ela está voltada principalmente para a humildade.

    Mas ao contrario do que nossa amada religião prega sobre humildade, muitas pessoas que se dizem umbandista, levam dentro de si a vaidade extrema, tentando demonstrar isso dentro de terreiros, templos, tendas, barracões e casas de Umbanda.

    Certamente pessoas assim não aprenderam nada com as Entidades de Luz, que demonstram com sabedoria a pratica da humildade, e de nunca deixar o vício da vaidade tomar conta de seus corações.

    É impossível para nós que cremos na Umbanda, entender que um filho de uma casa, seja ela qual for não perceba que a maior lição das Entidades de Luz não é demonstrar a vaidade através de roupas belas, guias e mais guias no pescoço, grandes cigarrilhas, bebidas caras, danças exóticas, e com tudo isso uma mistificação sem igual.

    Muito triste para nós umbandistas vermos irmãos trajados com ternos impecáveis, vestidos caríssimos, chapéus e sapatos sempre de ótima qualidade, apenas para aparecerem mais que os outros médiuns em uma vaidade descomunal.

    E esses ainda fazem questão de serem filmados, homenageados, idolatrados, sem o menor pudor, sem o menor constrangimento, sem a menor vergonha na cara, esquecendo tudo que a Umbanda ensina tudo que ela prega tudo que ela demonstra através de suas Entidades de Luz.

    A todos que buscam respostas pela luz da religião de Umbanda, aqui vou dar uma bem simples de se entender:

    Nenhuma Entidade de Luz da Umbanda seja ela um Caboclo, um Boiadeiro, um Erê, um Preto Velho, um Cigano, um Malandro, um Exú ou uma Pombo Gira, nenhuma dessas divindades vai impor que um médium coloque vestes especiais, nenhuma vai autorizar que esses médiuns, se dizendo incorporados, fiquem fazendo teatro pedindo que sejam filmados, gravados, fotografados, para mostrarem suas roupas brilhantes, coloridas. Nenhuma Entidade de Luz irá ficar incorporado na coroa de um médium para dar entrevistas ou passar mensagens através de qualquer tipo de mídia.

    Isso tudo é mistificação, é demonstração de vaidade, pura vaidade de médiuns não preparados, ignorantes e que desconhecem a essência da religião de Umbanda.

    Hoje é muito fácil observar essas tristes demonstrações de vaidade, basta estar em um terreiro, em uma Gira qualquer, o médium se dizendo estar incorporado com tal Entidade de Luz, se esse médium perceber alguém filmando, ele desejará se tornar o centro das atenções, começando a dançar sem noção nenhuma, a falar mais alto, a gargalhar, a rodar, a mostrar sua roupa colorida, enfim, fica totalmente entregue a obsessores da vaidade, quebrando a Gira, atrapalhando os trabalhos, e logicamente prejudicando os consulentes, que estão ali por alguma necessidade.

    A vaidade não é tolerada pela Umbanda, assim como seus médiuns vaidosos também não são.

    A Entidade tem a consciência que não existe um Guia mais poderoso que outro, que todos têm a mesma luz concedida por Deus, para ali estarem e para sanar as necessidades de quem é merecedor. Porém os médiuns vaidosos passam por cima de suas próprias Entidades de Coroa, e fazem questão de mostrarem que tem na Coroa uma Entidade mais poderosa do terreiro. E assim fazendo esses médiuns estão afastando as suas Entidades, e dando aberturas para espíritos Zombeteiros, e esses dominam esses mistificadores fazendo-os acreditar em coisas não existentes, como ser o melhor da casa, e assim, claro, fazendo a vaidade aumentar cada vez mais, até que essa vaidade engula o próprio médium vaidoso, fazendo-o se tornar apenas um fantoche nas mãos dos espíritos Zombeteiros.
    Devemos entender que a vaidade significa a qualidade do que é vão algo vazio, firmado apenas sobre aparência ilusória.

    A vaidade nada mais é que uma valorização que se atribui a própria aparência, ou qualquer outra qualidade física ou mesmo intelectual, que é fundamentada apenas no desejo de avaliação muito lisonjeira que alguém tem de si mesmo, extrema falta de modéstia, grandiosa presunção, idolatração as coisas insignificantes, as futilidades, ao desejo de ser maior ou melhor que tudo e todos.

    Infelizmente, em médiuns de menos idade, os que estão se iniciando no desenvolvimento, os inexperientes, que ainda desconhecem os fundamentos da religião de Umbanda, a vaidade é o traço vicioso do ego mais fácil de identificar, sendo assim devemos tentar mostrar sempre que vaidade e Umbanda não se combinam, pois como a própria definição nos aponta, a vaidade é vazia e mentirosa, e em um âmbito espiritual, acharmos que somos melhores que os outros porque nosso Guia faz algo interessante, ou que devemos estar com as melhores roupas de caracterização de uma Entidade, ou devemos ostentar melhores bebidas, dizendo que foi pedido do Guia, ou mesmo ainda usarmos adereços sem noção e nexo, apenas para tentar demonstrar beleza, e assim chamar atenção. Isso tudo só funciona para cortar a sintonia entre o médium e a religião, que sabemos que um dos principais pilares é a humildade.

    Portanto senhores médiuns que se deixam ser levados pelo desonroso sentimento de vaidade, parem de querer esse desejo de serem artistas, de serem modelos, de serem entrevistados como famosos, de ficarem tentando aparecer nas ruas trajando roupas caracterizadas como as Entidades de Luz, pois os médiuns são apenas mensageiros, apenas auxiliadores das forças verdadeiras que são os Guias.

    Finalizando devemos lembrar sempre que para estarmos em um terreiro de Umbanda, precisamos nos aliar diariamente a humildade, ao espírito de sacrifício e a caridade total.

    Essa caminhada é árdua, difícil, muitas vezes dolorida e não tem espaço para que se permita um desvio para o orgulho e principalmente para a vaidade.

    Sejamos humildes, humildes ao ponto de sermos escolhidos a entregar nossa Coroa a uma verdadeira Entidade de Luz, e não a espíritos Zombeteiros, como muitos médiuns vem fazendo através de sua vaidade extrema, e usando o nome lindo da nossa amada Umbanda.

    Reflita muito sobre isso!

Carlos de Ogum

terça-feira, 20 de março de 2018 42 comentários

A Umbanda Ensina. Será que nós aprendemos



 A Umbanda é uma religião voltada exclusivamente a Deus e seus trabalhadores em prol da caridade, e ela nos passa milhares de lições, ensinamentos que nos leva a entender a verdadeira caridade, a verdadeira humildade, a verdadeira paz, o verdadeiro amor, e o verdadeiro religamento com o Pai Maior, nosso amado Deus.

    Mas será que aprendemos?

    Será que estamos dispostos a aprender?

    Pelo que parece não.

    Milhares de pessoas se dizem umbandistas, ou consulentes de Umbanda, porém acreditam em uma Umbanda que não condiz com a verdadeira religião. Muitos creem que ela está ali para sanar seus problemas imaginários, seus desejos descabidos, suas vinganças inventadas, enfim, tudo referente a sua vontade própria, buscando passar por cima de tudo e de todos, principalmente do livre arbítrio de seu semelhante, coisa que a Umbanda respeita extremamente.

    Aquele que procura a Umbanda para os ditos trabalhos de amarração, de vingança, ou para atormentar um semelhante, enfim entre tantas maldades que criam na cabeça dos seres humanos, devem entender que a Umbanda não aceita esses tipos de colocações, suas Entidades de Luz trabalham exclusivamente para a paz, a saúde, a evolução, a caridade e o amor. E se alguém disser que é umbandista e estiver pregando ao contrário dessas colocações, não é e nunca foi umbandista.

    Devemos ter em mente que o que gira em torno da Umbanda são os Orixás, as Entidades de Luz e principalmente Deus, sendo assim temos que entender as essências dessas divindades, assim como já temos muitos conhecimentos sobre a essência de nosso amado Deus.

    Vamos exemplificar o que estamos tentando passar, e para isso vamos dar início falando dos Orixás de Umbanda.

    Sabemos que temos muitos erros, e temos a convicção de que isso pode nos atrasar dentro da evolução espiritual, sendo assim os Orixás tentam nos passar, através da Umbanda, muitos ensinamentos e lições, porém muitos de nós não entendemos que essas colocações devem ser seguidas de uma forma convicta.

    Abaixo faremos um resumo com o nome do Orixá, e o que ele deseja que seja aprendido por nós.

OXALÁ: Deseja que aprendamos a calma, a serenidade, a mansidão. Tenta nos passar que a luz de Deus é algo divino, e que devemos nos manter em oração independente dos problemas que surgem.

    Porém muitos de nós não entendemos essa colocação, nos desesperamos por tudo, reclamamos por nada, culpamos a Deus por muitas coisas sem nexo. Ou seja, estamos indo ao contrário do que é nos mostrado por Pai Oxalá.


OGUM: O ensinamento de Ogum a nós é a disciplina e a determinação. Devemos ser guerreiros, buscar soluções, não desistir nunca, sermos vencedores nas buscas de nossos objetivos.

    Porém somos fracos quando nos deparamos com algum obstáculo, nos entregamos facilmente ao desânimo, e não mantemos a disciplina em nossa vida, e assim muitos infelizmente se entregam aos vícios, vícios esses que são saídas falsas para os que tem falta de coragem de lutar, assim como ensina Pai Ogum.


OXOSSI: Nos ensina a termos paciência e o desprendimento, devemos entender que tudo tem a hora certa e não é nossa ansiedade que vai adiantar as coisas que achamos que merecemos. Além disso temos por obrigação em saber que nem tudo que achamos que merecemos, realmente é de nosso merecimento.

    Devemos nos desprender das coisas materiais, entendendo que podemos sim tê-las, porém esses mesmos bens materiais não podem nos dominar a ponto de não valorizarmos mais nossos semelhantes, e apenas o material.

    Porém não é assim que nós encarnados falhos vemos a vida, a falta de paciência em tudo e com todos nos domina, e o apego as coisas materiais nos afasta de Deus a ponto de muito de nós usarmos o nome do Pai Maior para adquirir mais e mais bens econômicos, e após conseguirmos, simplesmente nos esquecemos da existência de Deus. E assim estaremos saindo totalmente da linha de ensinamento de Pai Oxossi.


XANGÔ: Nos ensina a necessidade da observação, da liderança, de usarmos a inteligência e sermos coerentes com a justiça. Ele nos mostra os caminhos que devemos seguir para atingirmos determinados objetivos a conquistar. Prega a todos a importância da honestidade, e que ninguém pode estar acima da justiça de Deus.

    Porém nós como pessoas individualistas nunca buscamos seguir os caminhos mostrados por Xangô, estamos sempre a contramão da justiça, usando sempre a lei da vantagem. Nunca observamos os fatos profundamente antes de julgarmos um semelhante, deixamos de usar a inteligência de uma forma coerente para nos colocarmos a contravento das coisas corretas, apenas com intuito de buscar alguma vantagem própria. E assim vamos ao caminho contrário das lições de Pai Xangô.


OBALUAIÊ/OMULÚ: Nos ensina que mesmo nas maiores adversidades poderemos sair vencedores, que devemos respeitar nosso próprio corpo, que devemos entender que a morte não é o fim da caminhada, e apenas um novo início.

   Obaluaiê/Omulú ainda nos mostra que a vida é a maior benção que Deus, nosso Pai Maior, pode nos conceder.

    Porém nós nos entregamos a falta de fé nos mínimos obstáculos em nossa frente, reclamamos de tudo e de todos, nos entregamos a promiscuidade, deixamos ser levados por obsessores viciosos, deprimimos por coisas sem nexo, e ainda não respeitamos a Deus quando achamos que o suicídio é a saída para problemas que nossa mente cria. E assim estamos na contramão dos ensinamentos e lições de Pai Obaluaiê/Omulú.


IANSÃ: Nos ensina a termos coragem e lutar contra as atribulações do dia a dia. Nos mostra que devemos nos manter erguidos na fé, lutar sem esmorecer, sermos precavidos, audaciosos, guerreiros.

    Porém nós somos fracos, sem fé, sem atitude, e nos entregamos facilmente. Deus nos dá a cruz que ele tem certeza que podemos carregar, e nós ainda assim reclamamos do Pai. E dessa forma estamos indo em desencontro com os ensinamentos de Mãe Iansã.


IEMANJÁ: Nos ensina termos consciência e altruísmo, nos mostra a alegria que devemos ter com coisas pequenas, nos mostra como ser com nossos semelhantes, a como ter forças para a caridade, a sermos luz a quem necessita.

    Porém somos na maioria das vezes egoístas, injustos, esquecemos que a solidariedade deve ser praticada, que só grandes feitos podem nos alegrar, que ser caridoso só se isso vier de mão dupla, esquecendo que o bem deve ser feito sem olhar a quem. E dessa forma vamos ao caminho contrário de Mãe Iemanjá.


OXUM: Nos mostra como lição o valor da família, do amor, da paz, da honestidade. Ela nos ensina que os homens devem valorizar as mulheres, e as mulheres deves saber que elas tem seu valor e sua estima, e assim Deus se faz presente na convivência de ambos, fazendo com que a família seja valorizada extremamente.

    Porém nós nos tornamos seres cheios de ódio, idolatramos a perversidade, aplaudimos a guerra, viramos desonestos pela ganância, nos decaímos nas mãos da promiscuidade, homens creem que a mulher é objeto de sanar seus desejos animalescos, e mulheres se entregam a um falso prazer carnal a qualquer hora e com qualquer um. E assim nos afastamos das grandes lições de Mãe Oxum.


NANÃ BURUQUÊ: Nos ensina a termos amor-próprio, a nos preservar, a não sermos levados a caminhos promíscuos, a sermos coerentes, seguros, e não imaturos. Ela nos mostra a importância da fidelidade, da família, do desapego, da caridade, do compartilhamento. Está sempre nos abrindo portas para o entendimento da vida, e de nos religarmos a Deus. Nos ensina também a compreensão para cada momento difícil de nossa caminhada como encarnados e nos dá a mão quando estamos prestes a desencarnar.

    Porém nós nos colocamos em situações de infidelidades, não preservamos nosso corpo, nos entregamos as promiscuidades, vivemos como se não pensássemos, somos imaturos, não caridosos, viciosos, apegados as coisas supérfluas.

    Nos entregamos ao desespero por tudo e por qualquer coisa, perdemos facilmente a fé, e culpamos a Deus pelas desventuras que possivelmente poderemos ter. E assim estamos andando ao contrário das lições de Mãe Nanã Buruquê.

    E assim vimos as lições dadas pelos Orixás de Umbanda, e que muitas vezes nós fazemos questão de não aprender, e por muitas e muitas vezes buscamos sofrimentos, pelo simples fato de não tentar buscar entender a Umbanda.

    E sabemos também que a Umbanda nos ensina muitas coisas através das lições dadas pelas suas Entidades de Luz, tanto na vida como encarnados, quanto no tempo de divindade delas. E assim resumiremos algumas lições dessas amadas Entidades, a nós seres tão imperfeitos.

PRETO VELHO: Nos ensina através da Umbanda a sermos caridosos, serenos e principalmente humildes, nos mostra a importância de ouvir nossos semelhantes, não julgar, e nos ensina o caminho para chegar a Deus através das orações feitas com fé.

CABOCLOS: Nos ensinam a lutar pelo nosso objetivo, nos mostram que devemos ser fortes e persistentes, que a união faz a força, e que sozinhos não iremos longe.

BOIADEIROS: Nos ensinam a usar a força na hora certa, respeitar os mais fortes, preservar nossa vida, encontrar caminhos quando perdidos, sermos fiéis as leis de Deus.

ERÊS: Nos ensinam a pureza, o respeito, a alegria, a importância do abraço, a respeitar os idosos, a nos encontrarmos com o Pai Maior através da fé.

MALANDROS: Nos ensinam a sair de problemas usando apenas o dom da palavra e da conversa. Nos mostra a importância da amizade verdadeira, da caridade a nossos semelhantes, de não termos preconceitos, de vivermos para o bem independente de nossa situação. Nos mostra que devemos nos afastar de nossos vícios, tantos físicos quanto espirituais, e devemos ser batalhadores por causas justas, mesmo que essas causas sejam por uma minoria.

CIGANOS: Nos ensinam a importância da união, da família, da hierarquia. Nos mostram caminhos da fé, nos ensinam a sermos mais sagazes, espertos e fiéis as tradições. Nos dão lições para buscarmos nosso objetivo, não nos deixar abater pela derrota, e não esmorecer em tempos difíceis.

EXÚS E POMBO GIRAS: Nos ensinam a autopreservação, o respeito pelas diferenças alheias, o altruísmo, o perdão, a caridade, a luta, a busca por objetivos, a paciência, a alegria, a razão.


    E mesmo a Umbanda através de sua luz, de seus Orixás e de suas Entidades divinas nos passando dia após dia esses ensinamentos, nós não aprendemos, pois teimamos em errar em várias coisas, atos e ações. Mas a Umbanda está ai, com sua paciência, sua devoção e seu amor pelos seus filhos, que mesmo teimosos são abraçados pelos braços amorosos dessa amada religião.

    Portanto amigos umbandistas, vamos fazer o impossível para aprendermos essas lições de nossa religião amada, e começarmos a melhorar de dentro para fora, e assim com toda certeza fazermos um mundo muito melhor.


    Salve a Umbanda amada!

    Salve os Orixás de Umbanda!

    Salve as doces e lindas Entidades de Luz da Umbanda!

Carlos de Ogum


 
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