quinta-feira, 30 de março de 2017 35 comentários

Passes na Umbanda

                       

    Por muitas vezes, nós umbandistas assíduos, ou todos aqueles que
tem carinho pela religião umbandista, já levamos os chamados passes,
ou passes magnéticos quando estamos ou vamos em um terreiro.

    Esses passes são nos doados por Entidades de Luz, como por exemplo
por Pretos Velhos, Caboclos, Erês, enfim, todas as Entidades de Luz que
estão ali em prol da caridade, do amor e da paz.

    Também podemos receber essa benção de médiuns não incorporados,
mas que da mesma forma estão ali para doar o amor e a paz, além da
recuperação da saúde e das energias tomadas por obsessores, tanto
desencarnados quanto encarnados.

    A Umbanda segue a mesma linha do espiritismo, doutrina codificada
por Allan Kardec, que também tem a busca da base cristã, e se espelha
nas passagens do Evangelho na qual Jesus cura as pessoas e expulsa os
espíritos obsessores, usando sua fé e a imposição das mãos.

    A nomenclatura "passe" tem como originalidade vinda do
espiritismo, e nos dá a ideia de transmitir algo a quem necessita,
como energias tomadas por obsessores por exemplo.

    Sabemos que os espíritos atuam sobre os fluidos espirituais por
meio dos pensamentos e vontades, e ambos são para os espíritos
exatamente o que as mãos são para os encarnados.

    Apesar de uma pequena diferença entre os passes doados no
espiritismo (Kardecistas) e na religião Umbandista, da mesma forma os
passes são extremamente eficazes para aquele consulente que o busca
com amor, boa intenção e fé, portanto quando falamos de passe, o
importante na verdade é como será recebido esse passe, pois a doação
sempre virá de uma forma amorosa, caridosa e extremista de fé.

    Temos três tipos de passes mais conhecidos dentro da linha
espiritualista: Passe magnético, passe espiritual e passe misto.

    O Passe magnético é aquele que o médium faz a doação de apenas
seus fluídos utilizando a força magnética existente no próprio corpo
perispiritual.

    O Passe espiritual e uma fundada magnetização feita por Espiritos
 e Entidades de Luz, sem intermediários feito diretamente no
perispírito das pessoas enfermas e necessitadas. Neste passe a pessoa
necessitante não recebe fluidos magnéticos de médiuns, mas outros mais
finos e puros, trazidos dos planos superiores da Vida, pelo Espírito
ou Entidade que vai assisti-lo.

    Passe misto, é o passe onde se misturam os fluidos do médium com
os das Entidades de Luz ou Espíritos de Luz. O passe espírita/médium
objetiva o reequilíbrio orgânico (físico), psíquico, perispiritual e
espiritual do consulente.
Ele atua diretamente sobre o períspirito, revitalizando as energias
perdidas, eliminando fluidos negativos, auxiliando na cura de
enfermidades.


    A busca de passes por consulentes é com a intenção de melhorar seu
comportamento orgânico, psíquico e ou espiritual.

    É normal em uma doação de energias através dos passes, os médiuns
sentirem uma fadiga bastante elevada. Isso pois deixam claro indícios
de que houve uma grande transferência fluídica em benefício dos
consulentes necessitados.

    Dentro da Umbanda especificamente, o passe é o momento no qual o
consulente se dirige ao médium incorporado com uma Entidade de Luz, e
no caminhar da consulta, além de pedir conselhos espirituais, pedidos
diversos, o consulente recebe dessas divinas Entidades de Luz uma
benção em nome de Deus, que dentro do merecimento, sejam atendidos
naquilo que estão suas necessidades.

    Os passes na Umbanda são aplicados distintamente em relação a cada
tipo de linha. As Entidades de Luz manifestantes, aplicam diversos
métodos de acordo com a necessidade de cada consulente, se utilizando
dos recursos variados que as Entidades possuem.

    Os passes recebidos e doados com fé tem efeitos excepcionais,
variedades diversas, indo desde um breve alívio até a cura de
moléstias graves. Porém essas graças recebidas vão depender do preparo
do médium em repassar essas energias, do desenvolvimento mediúnico do
mesmo em deixar que aconteça a incorporação de Entidades de Luz sem
que interfira no tratamento através dos passes, também devemos levar
em consideração a fé de ambos, tanto do passista (médium) quanto do
paciente, e claro o merecimento desse consulente, pois não devemos
esquecer que cada um recebe dentro da medida de seu merecimento, e
entendemos que um encarnado pode bloquear ações positivas direcionadas
a ele próprio como consequência de seus maus sentimentos, de seus
pensamentos e ações de baixo teor de fé.

    Sabemos que muitos são merecedores de receber a caridade através
dos passes, porém não estão abertos a receberem emocionalmente,
psicologicamente ou mesmo religiosamente para receber o que a
espiritualidade possa oferecer, por vários motivos como a descrença, a
irritação, mentalidade crítica, e muitas posturas interesseiras
desfocada de um verdadeiro objetivo espiritual.

    Dentro da Umbanda o passe pode ser definido como uma aplicação de
um conjunto de forças espirituais divinas, pois além de explorar todos
os recursos possíveis de imposição das mãos, ainda se utiliza
elementos e técnicas variadas.

    Os passes cedidos a quem necessita não depende na primeira visão
do fato, do merecimento ou do recurso, pois a finalidade tanto dos
médiuns quanto das Entidades de Luz será sempre alcançar o êxito
maior, e a colocação da verdadeira necessidade, do verdadeiro
merecimento, da verdadeira fé, não cabe as Entidades de Luz, muito
menos dos médiuns fazerem o julgamento, pois isso e de
responsabilidade do Pai Maior, o nosso amado Deus.

    As Entidades sabem exatamente quais as técnicas que deverão
aplicar a cada tipo de necessidade, porém ao percebermos algo que
esteja fora da ética, do bom senso e do respeito, podemos afirmar sem
dúvida nenhuma que isso não faz parte do trabalho das Entidades de
Luz, e sim da mistificação de falsos médiuns que não foram preparados
para tal função.

    Devemos ficar atentos as regras umbandistas para os passes de
caridade, pois na Umbanda tem um conjunto de métodos e recursos
característicos da religião. Nesses métodos podemos observar rezas,
orações, evocações, invocações, determinações e recursos mágicos
religiosos associados a banhos, defumações, oferendas, entre outros
tipos.

    Dentre vários recursos que nos fascinam na Umbanda em relação aos
passes, podemos frisar o estalar de dedos que é bem característico em
todas as linhas de trabalho.

    Nossos amados Pretos Velhos dão passes estalando os dedos, fazendo
o sinal da Cruz, e colocando as mãos sobre várias partes do corpo do
consulente como a cabeça, costas, nucas, barriga, mãos, ombros. Eles
podem usar também em seus passes dentre outras coisas, velas,
crucifixos, ervas, fumo, óleo, essências. Tudo como uma forma de
transmitir energias espirituais positivas, acalmando, revitalizando,
estabilizando o consulente.

    O choque vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala
sobre a região da mão chamada de Monte de Vênus causa vibração astral
e sonora despertando certa energia dentro do campo em que está
atuando. O estalar de energias assume contextos variados de acordo
com os objetivos desejados, através do pensamento e ou movimentos.

    Podemos ver também a benevolência dos passes serem feitas através
da imposição de uma vela segura por uma Entidade de Luz levando-a aos
chacras ou traçando alguns movimentos no ar, podendo também essa
Entidade colocar guias no pescoço dos consulentes, ou mesmo colocar
essas guias ao chão em formato de círculo, podem fazer pontos dentro
do mesmo, introduzindo ponteiros, pemba, fazendo gestos ritualísticos
com movimentos dos pés e mãos, e certamente tudo isso nos encanta.

    No estalar de dedos é dito que, em estudos recentes, foram
identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da
mão, que são pequenos chacras ou vórtices de energia (chacrinhas),
e, o choque vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala
sobre a região da mão causando vibração astral e sonora o que desperta
certa energia dentro do campo em que está atuando. Este Estalar de
Energias pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja
associado, por meio do pensamento ou movimentos, conforme já foi dito
acima.

    Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um
simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das
mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao
lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num
movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia
positiva, retira os eflúvios negativos e os descarrega com um
estalar de dedos.

    Finalizando, os passes são de fato uma grande ajuda a quem
necessita, principalmente na retirada de cargas negativas, carmas
familiares, obsessão, vícios (juntamente com ensinamentos e a boa
vontade do consulente).

    Devemos sim buscar esse auxilio, mas buscar com fé, de coração
aberto, e confiança no resultado que ele dará. Tudo dependerá de nós
mesmos aceitarmos o auxilio das Entidades de Luz e assim receber a
verdadeira caridade.

    Que Oxalá e todos os Orixás nos concedam receber essa força
suprema em forma de passe doados pelas nossas amadas Entidades de Luz.

    Saravá Umbanda!

Carlos de Ogum

segunda-feira, 20 de março de 2017 74 comentários

Conhecendo Senhor Sete Porteiras

             


Na estrada tem um Ganga,
Ganga não leva carreira.

Na estrada tem um Ganga,
Ganga não leva carreira.

Quando a demanda é grande,
chama por Sete Porteiras.

Quando a demanda é grande,
chama por Sete Porteiras.

Na Calunga Pequena eu vi,
um poderoso Exú a me proteger,
Amigo de seu Tranca Ruas, Sete Encruzilhadas e seu Tiriri,
era seu Sete Porteiras que me ajuda o mal vencer.

Sua força é grande como sua proteção,
nas estradas da vida nos traz paz e luz,
com ele não tenho medo do mal e nem da obsessão,
pois ele é seu Sete Porteiras o enviado de Jesus.

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    Quando se fala de proteção, quando se fala em fechar portas para o
mal e a obsessão, quando se fala em guardião das tronqueiras, se deve
falar de Senhor Sete Porteiras.

    Esse divino Exú trabalhador pela a caridade tem uma grande
importância na linha dos Exús e Pombo Giras, pois ele é o encarregado
direto em guardar tudo que esteja fechado por meio dos caminhos,
portas, chaves ou segredos.

    Senhor Exú Sete Porteiras está colocado na chefia da terceira
linha de esquerda da Umbanda, ele é comandado por Ogum de Lei, e tem a
seu comando muitos Exús e Pombo Giras da mesma irradiação. Dentre eles
o Exú Sete Tronqueiras, no qual trabalham praticamente juntos para as
aberturas de caminhos, e fechamentos das entradas das casas,
terreiros e roças de Umbanda.

    Normalmente quando um médium tem a benção de poder trabalhar com
o Exú Sete Porteiras em sua coroa, ele também traz o Exú Sete
Tronqueiras, para que assim seja feito trabalho de proteção em
conjunto.

    O Senhor Sete Porteiras da a possibilidade a seu médium de poder
fazer a invocação de abrir os caminhos das pessoas que lhe procuram,
sendo visto claro o tipo de pedido, o merecimento e o destino de cada
consulente antes de aceitar abrir esses caminhos.

    Ele respeita muito seu médium trabalhador, está sempre mostrando
lições e tentando o máximo de proteção, porém, só se manifesta, ou
segue a irradiação da coroa em médiuns honestos e que não se utilizam
da religião umbandista para demonstrar vaidade, arrecadar bens
financeiros, e que estejam desenvolvidos em grau superior para o
trabalho em prol da caridade, fora isso ele se afasta desse médium.

    Esse Exú é muito fechado, fala pouco, porém a verdade, e seu lema
é: "Falar a verdade aos consulentes, e não falar o que o consulente
deseja ouvir, mesmo que essa verdade seja algo ruim para tal
consulente."

    Algumas pessoas dizem que senhor Sete Porteiras tem a
característica de incorporar sempre próximo a uma porta, porém isso
não é real, vem mais da falta de informação de médiuns
mistificadores e mal preparados.

    Senhor Sete Porteiras domina as sete fronteiras, tem como poder de
abrir ou fechar suas portas, caminhos ou destinos. Tem também a força
de guardar os sete portais astrais, fazendo companhia a mais seis Exús
guardiões com essa finalidade.


    Muitos Zeladores de Santo pregam que o senhor Sete Porteiras
apenas toma conta das portas das Calungas Pequenas (cemitérios), porém
como o próprio nome diz, a palavra "porteira" refere-se a porta ou
passagem. E assim, o Exú Sete Porteiras cuida de diversas passagens,
portas ou portais nos planos espirituais. Podemos definir que ele é o
intermediário entre dois planos, sejam eles:

Espiritual e terreno.

Ígneo (que se refere ao fogo) e telúrico (que se refere a terra).

Etérico (se refere a pureza) e astral.

    Entre outros.

    Abaixo vamos colocar algumas características desse amado Exú,
frisando que podem ser mudadas pelas diferentes irradiações que várias
Entidades que levam o mesmo nome dele tenham, portanto, é só para
ilustrar o texto.

    Senhor Sete Porteiras aprecia bebidas finas ou marafo, e com
essas bebidas ele tem a possibilidade de observar internamente seus
consulentes.

    Tem assim pelo gosto pelas bebidas o gosto pelos charutos, e da
mesma forma com o uso da fumaça desse charuto faz a observação das
intenções de um consulente e também faz a limpeza do mesmo.

    Sua Guia de trabalho é nas cores vermelhas e pretas, sendo contas
leitosas, com firma preta raiada com vermelho ou vice versa. Essas
podem ser separadas de uma a uma, de três em três, de sete em sete ou
de vinte e uma em vinte uma contas intercaladas, isso vai de
irradiação para irradiação e de linha para linha.

    Seus locais de trabalho são a Calunga Pequena, estradas de terra,
encruzilhadas e matas. Normalmente bons lugares para quem deseja
homenagear senhor Sete Porteiras, acendendo uma vela ou pedindo
proteção.

    As velas podem ser na cor preto, ou traçadas nas cores vermelho e
preto. Podendo ser utilizadas para pedir proteção, agradecer, ou
apenas homenagear, porém nunca acenda uma vela a senhor Exú Porteira para se vingar de um semelhante, fechar caminhos das pessoas, amarrar alguém, pois ele com sua infinita sabedoria vai perceber sua má
intenção, e certamente não será muito agradável ao pedinte desse mal.

    Finalizando, senhor Sete Porteiras é um extraordinário trabalhador
em prol da caridade, e estará sempre nos observando nos caminhos no
qual desejamos que portas se abram, se merecermos, certamente ele
abrirá essas passagens.

    Eu particularmente agradeço extremamente por ter essa divindade
trabalhando em minha coroa, me dando os caminhos abertos a serem
passados a quem merece, e agradeço mais ainda a sua proteção de
fechar nossa tronqueira em nossos dias de Gira no Terreiro de Umbanda Pai Ogum
Megê, juntamente com senhor João Caveira, senhor Exú Caveira, senhor
Sete Tronqueiras, além de toda legião trabalhadora para essa proteção.

Laroiê senhor Exú Sete Porteiras!

Senhor Sete Porteiras é Mojubá!

Carlos de Ogum



sexta-feira, 10 de março de 2017 40 comentários

Poema Aos Pretos Velhos Da TUPOM - Por Carlos de Ogum. Revisão: 2017


    Assim como fizemos no texto "Poema as Ibeijadas da TUPOM", no qual
o revisamos para acrescentar as Entidades da linha dos Erês que se
manifestaram em nossos médiuns no ano de 2016, estaremos revisando o
poema dos Pretos Velhos da mesma forma.

    Sendo assim, com a presença de novas divindades da linha de Yorimá
na Coroa de alguns de nossos amados Médiuns, que por merecimento
através do desenvolvimento mediúnico, voltamos ao poema postado em
nosso blog no dia 30 de maio de 2015 para revisar e acrescentar nele o
complemento que falará desses amados Pretos Velhos, no qual nos deram
as bençãos de estarem dia a dia em nossas Correntes Espirituais e em
nossas sagradas Giras.

    Agradecemos a Deus, a Oxalá, todos os Orixás a benção de termos
esses amados seres de luz em nossa caminhada.

Pai Carlos de Ogum.
Terreiro de Umbanda Pai Ogum Megê.
Mentor: Vovô Rei Congo das Almas.



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Dia lindo e maravilhoso,
no reino de meu Pai Oxalá,
nos abençoe divinos Pretos Velhos,
Pretos Velhos do meu Gongá.

Caridosos e com amor no coração,
esses velhinhos sempre nos ensina a viver,
com um sorriso humilde e sua benção,
junto a nós ficam,  basta apenas neles crer.

Um a um, vamos aprendendo a amar,
sem distinção de qual trabalho for,
pedindo paz e saúde para caminhar,
distribuindo suas bençãos, todos vem nos dando amor.



Vovó Cambinda, nossa amada eterna,
sempre dizendo como caminhar,
na coroa vinha por parte materna,
hoje  ainda faz no Terreiro nos abençoar.


Vovó Joaquina, centenária de caridade,
com seu sorriso meigo e encantador,
benzedura forte contra ódio ou falsidade,
vovozinha linda de coração repleto de amor.


Pai Cipriano, Mestre das magias e encantos,
que entregava sua vida pela vida de um irmão,
por muitas e muitas vezes secava as dores dos prantos,
apenas com lindas palavras que vinha do coração.



Vovô Chico, respeitado na Umbanda,
sempre teve a magia e o poder,
com humildade ele pede e não manda,
que seus filhos rezem para a fé estabelecer.


Pai José, grandioso benzedor,
firmeza extrema de nosso Gongá,
olha seus filhos cuidando como uma flor,
pedindo sempre paz a nosso Pai Oxalá.



Vovô Joaquim, sagrado rezador,
o mais ancião de todos anciões,
não se cansa em espalhar o seu amor,
iluminando dia a dia todos os corações.



Vovó Anita, a Preta Velha doceira,
que com sabedoria as doenças curava,
seja com ervas, raizes ou fruto da goiabeira,
essa vovó todos os males acalmava.



Pai Isidoro, negro forte e boiadeiro,
trabalhando sempre com o Guardião Exú.
rezava desde mal olhado a cobreiro,
desobsessão, descarregos, Kiumbas... entregando tudo ao mestre Omulú.



Vovó Maria Conga, de reza forte e encaminhamento,
que eleva a força espiritual dos filhos de luz,
não deixando para trás nenhum mal ou sofrimento,
entregando seus filhos no colo de Jesus.



Benedita, é a amável vovozinha de luz,
que nos encanta a cada sorriso e palavra dita,
Preta Velha de cativeiro e seguidora de Jesus,
conta "causos" como vô Benedito e adora alegrar sua amada vó Chica.



Vovô Antônio, em um piscar chegou no terreiro,
fazendo todos por ele se apaixonar,
com fala rápida e contos do antigo cativeiro,
esse Preto Velho engraçado não tem como não amar.



Pai Antero, boiadeiro de força grandiosa,
todo dia me estende a mão,
suas rezas e benzeduras tão poderosas,
me eleva, purifica, me tirando da escuridão.



Vovô Benedito, velhinho falador e sorridente,
com sua alegria nos encanta com amor,
conta "causos" e mais "causos" com seu jeitinho diferente,
falando de aventuras com seu modo sonhador.



Vovô Rei Congo meu amado Mentor,
que me acompanha e me cuida com grande dedicação,
não sei como agradecer tamanho amor,
com esse carinho imenso de coração.

Esses são nossos amados velhinhos de fé,
e a eles entregamos nosso caminhar,
temos muito carinho representados com axé,
Pretos Velhos divinos que nos ensinam a amar.

A todos pedimos a benção com carinho,
e com carinho dizem: "Que Zambi abençoe a vosmicê."
É muito bom viver como pássaros nesse ninho divino,
nesse ninho abençoado de nome Terreiro de Umbanda Pai Ogum Megê.


Carlos de Ogum

 
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