sábado, 30 de dezembro de 2017 26 comentários

Despedida do ano de Oxossi e Oxum

              


    O ano se fecha, e com ele vai terminando a regência de dois lindos e poderosos Orixás.

    É o momento dos filhos e filhas de Pai Oxossi e Mãe Oxum dizerem adeus a 2017, e fazerem o balanço de como foi essa passagem tão rápida desses dois Orixás nas vidas não só dos tão ditos filhos, mas de todos os seres humanos.

    Como foi dito já quase no final de 2016, o ano de 2017 iria passar como uma flecha de Oxossi, e realmente foi assim. Quando menos esperávamos já estávamos nos meados do ano, já entrando para reger o ano junto com Oxossi, a bela Oxum, mãe das cachoeiras, deusa do amor e da família, fazendo que assim o senhor das matas e florestas caminhasse muito bem acompanhado até o fim de 2017.

    Após o jogo de Búzios de nosso amado Rei Congo no ano de 2016, no qual ele previu e confirmou quais seriam os Orixás do próximo ano juntamente com nossos queridos Pai Antero e Vovô Benedito, já foi criado uma grande expectativa, principalmente no que foi dito na rapidez da passagem do ano, e realmente parece que foi ontem que tudo foi esclarecido.

    E a flecha voou pelos ares em uma rapidez tão intensa que mal percebemos.

    Mas depois de muito corrermos para que não ficássemos para trás, e depois de piscarmos e respirarmos para tomarmos um fôlego, sem percebermos o ano termina.

    E fica a pergunta no ar, será que conseguimos por em prática os ensinamentos dos Pretos Velhos?

    Será que não nos acomodamos em algum fato?

    Será que conseguimos alcançar nossos objetivos?

    Será que vencemos nossos obstáculos?

    Esse ano, conforme dito foi muito propício para estudos, para busca de um futuro, para nos afirmarmos de vez em nossa profissão, ou entendermos que estamos no caminho correto.

    Foi um ano maravilhoso para o saber, o entender e o crescer, fazendo com que aquele que realmente se aplicou, colhesse os frutos da vitória.

    Os estudantes certamente notaram que foi um ano de luta sim, mas para aqueles que não se acomodaram, venceram.


    O ano de Oxossi realmente foi um ano de muitas descobertas científicas, muitas delas que darão esperanças aos seres humanos, descobertas como por exemplo que os pulmões também servem para produzir sangue. Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que esses órgãos produzem à maior pare das plaquetas do sangue, cerca de 10 milhões por hora, ou que um novo órgão humano, o mesentério , foi encontrado. Em um estudo , cientistas descobriram que ele une o intestino com a parede do abdômen, ou mesmo ainda que segundo pesquisas feitas na Austrália, é possível que a síndrome do ovário policístico tenha início no cérebro, não nos ovários, e além dessas descobertas dezenas de outras foram reveladas.

    Portanto o ano de Oxossi como foi dito foi extremamente importante para a ciência, porém muitas ainda não foram reveladas, principalmente na área de saúde humana por lutarem contra a ganância de muitos.

    Oxum chegou no segundo semestre, com ela veio as águas, a paz em família, o amor cresceu, porém para aqueles que desacreditam no poder fraternal das famílias, sofreram por acreditar em se encontrar presos, atados, encarcerados.

    Oxum distribuiu paz e amor, mas somente para aqueles de bom coração, sem egoísmo, sem rancor e com fé.

    Muitos se perderam por falsas paixões, muitos se entregaram a emoções sem utilizar a razão. E para esses, Oxum pede reflexão.

    Como dito a natureza iria se defender do ser humano em 2017, os mares iriam mostrar sua força, e assim aconteceu, tomaram espaços que antes era dito do homem.

    Foi previsto também que nesse ano de Oxossi e Oxum, teríamos um balanceamento entre a paz e a guerra, e foi dito que dependeria muito do livre arbítrio dos poderosos, porém esse livre arbítrio foi usado para atacar e criar o ódio, sempre com o intuito da guerra.

    Fomos alertados que a ganância de ditadores faria a miséria crescer. Muita fome, dores e doenças viriam por esse motivo, e que a perda da paz está propícia em muitas partes do planeta, tendo o medo crescente entre a humanidade.

    E assim vimos nos Estados Unidos, na Coréia do Norte, no Japão, na China, na Síria, na Coréia do Sul, e claro em nosso próprio país, o tão sofrido Brasil.

    E falando ainda do Brasil, foi dito que sem a união do povo, seremos apenas um grupo de sem futuro dominados pelos gananciosos do poder. E a resposta veio esse ano, o povo não se uniu, e o país se afundou nos mares da ganância, corrupção e miséria.

    As respostas vieram, conforme as lições dos Búzios de nossos Pretos Velhos.

    Vamos levar esse ano de Pai Oxossi e de Mãe Oxum como lição para o próximo ano, refletindo mais nas previsões dadas, compreendendo mais as palavras ditas.

    E vamos tentar não errar tanto no ano de 2018, que será regido por Pai Xangô, tendo a companhia da bela Iansã a partir do segundo semestre, para que assim o sofrimento seja diminuído e possamos só sorrir ao findar do ano.

    Feliz ano novo a todos os amigos e irmãos de fé.

    Obrigado Pai Oxossi e Mãe Oxum por terem nos acompanhado por todo ano de 2017.

    Sejam bem vindos pai Xangô e Mãe Iansã !


Carlos de Ogum


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017 40 comentários

Mensagem Para o Fim de Ano de 2017

  


    Supremo Pai Oxalá,

    Poderoso Senhor, Pai de todos os Orixás.
    Meu Mestre do tempo passado, presente e futuro.

    Ao término desse ano, estou aqui humildemente para lhe agradecer por todas as bênçãos recebidas como presente de ti.

Quero lhe agradecer pela minha vida, pelos raiares dos dias belos, pelas flores que perfumaram meus dias, pelo Sol maravilhoso que nos aqueceu, pelos ventos que nos refrescaram, pela chuva que lavaram nossas indecisões, pela água límpida que nos matou a sede, pelo pão que nos matou a fome.

    Agradeço também amado Senhor, pelas dores que passei que me fizeram refletir sobre minha fragilidade, pelos obstáculos em meus caminhos que me ensinaram a ter calma para deles desviá-los, pelas lágrimas perdidas fazendo assim lavar minhas tristezas e agonias, por tudo que pedi e recebi, e por tudo que implorei e não recebi, pois assim aprendi a entender o verdadeiro merecimento.

     Agradeço pelos amigos que me acompanharam por todo ano, e agradeço pelos possíveis inimigos que tu certamente tiraste de meu caminho. Agradeço a sabedoria e a paciência de me fazer ouvir os problemas de alguém que buscava um caminho, e agradeço as palavras que me conduziste a falar; mesmo duras, para aqueles que não deram valor as bênçãos que o Senhor os concedeu.

    A ti Pai Oxalá, a todos os Orixás e a todas as Entidades de Luz, ofereço todas as minhas vitórias desse ano, todas as bênçãos que minhas mãos puderam tocar as coisas que pude construir com essas mesmas mãos, o bom trabalho realizado, as palavras vindas do coração, a caridade cedida a um irmão.

    Querido Pai Oxalá, nesse instante lhe entrego todos os amigos, que comigo percorreram tantos caminhos distribuindo a caridade.

    Entrego-lhe também os novos e antigos companheiros, que ao se aproximarem de mim em busca de auxilio, também me auxiliaram com alguma palavra a refletir.

   Entrego em suas mãos os irmãos que estão tão perto de mim, e também os que estão tão distantes, mas mesmo assim rompem fronteiras para me iluminar com a luz da amizade e da fé.

    Também peço muita proteção Senhor, para aqueles que me estenderam as mãos e me deram a palavra correta no instante da dúvida durante a minha caminhada, e claro também para aqueles que pediram minhas mãos num momento de desespero.

    Agradeço por cada resposta divina quando me sentia perdido dentro das dúvidas alheias e fatos ocorridos, e agradeço a luz no meu caminho que tu me acendeste cada vez que eu acreditava que algo não tinha saída.

    E nesse momento aproveito para além de lhe agradecer, fazer algo melhor, te pedir perdão.

    Perdão pelas palavras soltas e mal utilizadas, pelo tempo perdido em coisas supérfluas, pelo dinheiro não economizado e gasto em coisas desnecessárias, pela minha falta de compreensão com alguns fatos que achava irrelevante, pela minha falta de paciência com pessoas que eu achava que não mereciam atenção.

    Peço perdão ainda pela oração não passada a um irmão que precisava, ou pela mesma oração que não fiz no momento que era para ser feita.

    Perdão pelo momento que deixei um amigo necessitado aguardando uma palavra de conforto, enquanto eu mesmo estava tentando buscar uma própria palavra os meus problemas.

    Perdão por não ter agradecido o suficiente, e ter pedido mais do que eu precisava.

    Perdão Senhor por achar que às vezes meus problemas eram maiores dos que os ditos por meus semelhantes.

    Perdão pelas reclamações de um dia de chuva, ou pelo mau humor de um dia de calor extremo.

    Perdão por não ter posto em prática a missão dada por ti, de rezar com fé e sem limites por um irmão obsedado.

    Perdão pelo esquecimento no momento de nossas refeições com mesa farta, não rezarmos pelos irmãos famintos por todo o mundo.

    Querido Pai de todos nós, a ti entrego esse novo e abstrato ano.

    Ano esse que nem sabemos se chegaremos ao fim, que nem imaginamos o que podemos passar, que não sabemos quantos sorrisos daremos, quantas lágrimas rolarão de nossa face, quantas vezes ajoelharemos para fazermos uma oração, quantos pedidos receberemos por nosso merecimento, quantos obstáculos vamos desviar, e quantas vezes mais vamos clamar, pedindo e pedindo sem ao menos agradecer.

    Portanto, amado Pai Oxalá, hoje venho pedir sim, porém já agradecendo, para mim, meus amigos e possíveis inimigos, muita paz e amor extremo, o sorriso sem tristeza, a prudência e a fortaleza, a sabedoria e a lucidez, o otimismo e a bondade, a luz e a caridade.

    Senhor fechai meus ouvidos para a falsidade, fechai minha boca no momento das palavras egoístas e mentirosas.

   Que eu consiga ser sempre luz para aquele que se encontre na escuridão, que eu consiga ser estradas abertas para aquele que está buscando um caminho, que eu consiga ser paz para aquele que está em desespero, que eu consiga ser esperança para aquele que perdeu a fé.

    Lapide-me assim meu Pai, por todo esse ano que vai nascer, para que eu possa sempre levar seu nome, e assim semear uma bela corrente de paz, fraternidade, fé, caridade e principalmente amor uns com os outros.

    Querido Oxalá, a meus amigos irmãos que irão ler essa pequena mensagem, peço a ti que os encham de sabedoria, amor, paz e fé, fazendo assim com que essa bela corrente fraternal germine e comece a crescer por todo novo ano, por toda a eternidade.

    Eu com todo carinho desejo um maravilhoso ano novo a todos os irmãos, umbandistas ou não.

   Que Pai Oxalá, todos os maravilhosos Orixás e todas as lindas Entidades de Luz abençoe a cada um de nós, não só nesse novo ano, mas também por toda nossa vida, tanto de encarnado quanto de desencarnado.

Que assim seja!

E assim será...
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Obs.: Nós do Terreiro Pai Ogum Megê temos um agradecimento especial as Entidades de Luz de nossa casa pelas palavras corretas na hora correta, pelas lições nos momentos de não entendimento, pelo carinho nos momentos de desespero, pela resposta na hora da dúvida, pela paciência nos momentos da teimosia, pela luz na hora da escuridão.

    Gostaria de agradecer ao Mentor da casa Vovô Rei Congo das Almas, que com carinho nos escuta, se alegra com nossas vitórias, chora com nossas tristezas e nossos erros. E com ele vem toda a maravilhosa legião de Pretos Velhos, que semana a semana nos deixa com sentimento de verdadeiros netos, pois a demonstração de amor, carinho, compaixão é de uma intensidade tão extrema que somente os vovôs e vovós poderiam nos proporcionar. Obrigado Pai Antero, Vovô Benedito, Vovó Joaquina, Vovó Anita, Pai José, Vovó Cambinda, Pai Cipriano, Vovô Chico, Vovô Joaquim, Pai Isidoro, Vovó Maria Conga, Vovó Benedita, Pai Antonio e Pai Casemiro.

    Devemos agradecer o firmamento dos Exús em nossos trabalhos e em nossa tronqueira, a alegria e os descarregos das Pombo Giras, dos Malandros e Malandras, dos Boiadeiros, dos Ciganos, e dos poderosos Caboclos e Caboclas.

    Agradecemos a ingenuidade das Ibeijadas, nossas amadas crianças; a cada sorriso dado, a cada lágrima perdida, a cada trabalhinho em prol da saúde, principalmente dos pequeninos.

    Obrigado a Cosmezinho de Oxum, que puxa sempre o trem, a Joãozinho das Matas, a Pedrinho de Xangô, a Rosinha de Omulú, a Aninha Estrelinha do Mar, a Joaninha, as Mariazinhas, aos Joãozinhos, ao Juquinha, e ao lindo Zezinho.

    Muito obrigado por estarem conosco todo o ano.

    Eu amo todas as Entidades, eu amo a Umbanda!



Carlos de Ogum
domingo, 10 de dezembro de 2017 38 comentários

Ser Umbandista de Coração

                             
Muitas pessoas se dizem umbandistas, batem no peito,
orgulhosamente dizendo a si mesmo que a Umbanda é a religião que toca
e comanda seu coração.

    Mas ai que está o porém e a pergunta...


    O que é ser umbandista?

    Uma das primeiras coisas que devemos entender é que nunca devemos
ter vergonha em demonstrar, não só a nós mesmos, mas a todos nossos
semelhantes que amamos incondicionalmente essa religião tão
maravilhosa, tão bela, mas tão mal compreendida.

    É inaceitável que um umbandista tenha vergonha de expressar seu
amor pela religião, ou que tenha vergonha de ser identificado como um
irmão de terreiro.

    Nós umbandistas de coração devemos nos dar acima de tudo a
caridade de um trabalho espiritual.
    Devemos saber e entender que uma casa, um terreiro, um centro de
Umbanda é um local espiritual, e devemos entender que esses locais
representam a bela Umbanda.

    Devemos crer que temos que respeitar para sermos respeitados,
ouvir para que sejamos ouvidos, é sabermos amar para que sejamos
amados, e principalmente saber darmos um pouco de nós para que assim
recebamos a luz divina de Deus dentro de nosso coração.

    Devemos ter a percepção que a Umbanda não faz e nunca fez
milagres, e termos a compreensão de quem faz é Deus, e esses milagres
só quem os recebe são aqueles que realmente os mereceram.

    Temos que ter a grande compreensão de que uma casa de Umbanda não
é comércio de bençãos, não vende e nem dá salvação, porém oferece a
ajuda para aquele que deseja encontrar um caminho de luz rumo a Deus.

    O umbandista é aquele que respeita a casa que se encontra, por seu
Zelador de Santo e pela própria religião de Umbanda como um todo.

    O umbandista é aquele que não é dominado pela vaidade, pelo
orgulho, pelo ódio, pela prepotência, pela promiscuidade. É aquele que
sabe tirar suas dúvidas com seu Zelador, sabe conversar expondo tudo
aquilo que deseja entender.

    O umbandista deve saber que nem sempre estamos preparados, que é
necessário muita dedicação, tempo e boa vontade para os trabalhos de
Umbanda. Devemos entrar no terreiro sem ter hora para sairmos, ou sair
apenas após o último consulente ter sido atendido.

    O umbandista sabe que se deve dar liberdade aos Guias que se
utilizem, quando necessário, de bebidas e fumo, mesmo se o médium não
fume ou beba, e devemos confiar sempre que nossas amadas Entidades de
Luz, mesmo se utilizando desses artefatos, nos deixem bem ao término
das sessões.

    Ser umbandista é entregar a coroa a nossos Orixás, para que assim
ele me revigore com sua força, deixando-me forte o suficiente para que
eu possa viver meu dia em uma luta constante em benefício dos que
precisam de auxílio espiritual.

    Ser umbandista é não ter medo de sofrer preconceitos por não negar
o que sou, e ser o que sou com dignidade e com amor.
É sofrer por não negar o que sou e ser o que sou com dignidade, com amor
e muita dedicação.

    O umbandista é aquele que ama e defende sua religião, mesmo sendo
chamado de louco, atrasado, ignorante, feiticeiro, e mesmo assim
dedica-lhe todo carinho e amor que ela merece.

    O umbandista é aquele que mesmo atacado, ofendido fisicamente,
espiritualmente ou moralmente pelos hipócritas e falsos religiosos,
continua mesmo assim amando a linda Umbanda.

    É ser chamado de adorador das trevas, do diabo e do satanás,
chamado também de servo dos encostos pelas bocas sujas e podres dos
vendedores de bençãos, e mesmo assim erguer a cabeça, sorrir e seguir
em frente com dignidade.

    O umbandista deve ser umbandista, sempre pedindo ao Pai Maior que
ele não esteja apenas sendo umbandista. É acreditar que mesmo nos
piores momentos da vida, com as maiores mazelas, com as maiores
decepções, mesmo estando em épocas ruins espiritualmente ou
materialmente, que os Orixás e as Entidades de Luz mesmo que não
possam nos tirar daquela situação por termos que passar por aquilo,
estarão ali, ao nosso lado em todos os momentos nos dando ânimo, força
e coragem, pois para sermos verdadeiramente umbandistas, devemos crer
nessas divindades sublimes, pois elas são a representatividade da pura
essência de Deus, nosso amado Pai Maior.

    Ser umbandista é vestir o branco sem vaidade.

    É não ter orgulho quando se recebe um agradecimento de alguém que
você nunca viu, simplesmente porque uma de suas Entidades de Luz o
ajudou a não ter orgulho.

    É colocar suas guias de trabalho e sentir o peso da
responsabilidade, onde muitos sentem apenas a vaidade e a ostentação.

    Ser umbandista é se entregar definitivamente a caridade, chorar,
sorrir, respirar, andar dentro de uma religião sem desejar nada em
troca.

    Ser umbandista é entender que não se deve pedir em causa própria,
ter vergonha de pedir as Entidades de Luz por si mesmo, e não ter
vergonha de pedir por um irmão necessitado.


    É estar sempre pronto para servir a espiritualidade e auxiliar aos
consulentes, seja nos terreiros, nos templos, nas casas, nas macaias,
nos caminhos, ou em qualquer lugar que haja a necessidade de nosso
trabalho.

    É saber que ao estar incorporado não é você a estrela do terreiro,
é respeitar cada momento da Entidade de Luz, seus gestos, seus atos,
suas palavras.

    É sentir a força do som dos Atabaques, sua vibração, sua
importância, sua ação dentro da Gira e no trabalho espiritual.

    Ser umbandista é sentir a satisfação de ver um consulente entrar
em um terreiro chorando em desespero, e vê-lo sair mais tarde da Gira
sorrindo.

    É ter esperança que todos os umbandistas encontrarão a receita
mágica do respeito mútuo.

    Ser umbandista é ser fiel a Umbanda mesmo que outros digam que o
que você faz, sua prática,sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua
dedicação, seu suor e suas lágrimas, não sejam em prol de uma
religião.

    É saber que se deve ter atitude, que só palavras não bastam, se
deve falar e fazer,pensar e ser,ser e nunca estar.

É saber que a Umbanda não vê raça, não vê cor, não vê status social,
não vê poderes econômicos, não vê credo. Ela só vê caridade, ajuda,
luta, justiça, cura, vê os problemas, as necessidades e a ajuda para
solucionar as causas dificultosas daqueles que a procura.

    Ser umbandista é entender que a Umbanda é livre, que não tem dono,
não tem bispos, não tem papa, mas está em nossas vidas para nos
auxiliar e a todos que a procuram.

    É saber que não é você que escolheu a Umbanda, e sim que foi a
Umbanda quem escolheu você.

    Ser de Umbanda é amar com todas as forças essa maravilhosa
religião, abençoada pelas Entidades de Luz, pelos Orixás e por Deus.

    Então fale a todos que você é umbandista, mostre seu amor e sua
dedicação aos Orixás e as entidades de luz.

    A Umbanda é linda!

Carlos de Ogum.


 
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