sábado, 30 de março de 2019 36 comentários

Rocó ou Roncó, Qual a Finalidade na Umbanda?

         

    Para que é umbandista, ou mesmo simpatizante da religião de
Umbanda, provavelmente já ouviram falar o nome "Rocó" ou "Roncó".
Porém poucos sabem o que é ou o que significa, por esse motivo vamos
falar bem resumidamente sobre ele.

    O Roncó ou Rocó é um cômodo  de assentamentos e firmamentos do
Zelador do terreiro e de seus Filhos de Santo, portanto somente esses
tem a autorização para adentrar a esse recinto do terreiro.

    Normalmente ele se mantém fechado, para evitar a entrada de
pessoas não autorizadas e de olhares curiosos, e assim não ter uma
carga de larvas astrais, de espíritos trevosos, de Kiumbas, Eguns ou
Zombeteiros, pois caso fosse tomado por esses seres provavelmente
poderiam ser dadas aberturas a erros de incorporação e de trabalhos
espirituais, tanto do Zelador da casa quanto de seus Filhos de Santo.

    Esse cômodo fica fora do terreiro propriamente dito, porém deve
sempre estar anexo a ele, para que possa ser acessado o mais rápido
possível, caso seja necessário.

    Por ser o Roncó ou Rocó um altar particular do Zelador do
terreiro, é nele que são feitos alguns rituais dos Filhos de Santo
desse Zelador, rituais como o Amaci, o Batismo, alguns tipos de
firmamento de Coroa, orações por algum desencarnado que foi filho do
terreiro, etc.

    Muitos Zeladores chamam o Roncó ou Rocó de "Quarto Secreto", pois
é nele que se tem a iniciação dos médiuns de uma casa de Umbanda, além
de vários rituais fechados, nos quais só participam quem está
autorizado, ou convocado pelas Entidades de Luz do Zelador.

    Quando um filho é aceito em um terreiro de Umbanda pelo seu
Zelador, em algumas casas, não quer dizer que seja regra absoluta de
todas, mas isso vai de casa para casa e de Zelador para Zelador, é
feito uma inicialização do médium, frisando que isso não significa uma
raspagem, ou mesmo uma deitada, pois na Umbanda não se segue esses
ritos, pois são ritos do Candomblé. A inicialização, em alguns
terreiros, é o isolamento de um médium por um tempo determinado antes
dele frequentar diretamente a corrente em uma Gira, friso novamente
que isso vai de casa a casa e de Zeladores para Zeladores, não é uma
regra obrigatória da Umbanda, e só estamos destacando nesse texto por
estarmos falando do Roncó ou Rocó, local onde é feito esse isolamento.

    Esse isolamento pode ser de apenas um dia, podendo ser também de
três, de sete ou até vinte e um dias, no qual o Zelador adentra ao
Rocó com seu futuro filho da casa, e ali ele demonstra as orações a
serem feitas, podendo também ser feito o Amaci, a interligação do
médium com suas Entidades de Luz, e estudos diversos sobre a Umbanda,
as regras da casa, e as leis da Umbanda. Na verdade esse dito
isolamento, é apenas um tempo em silêncio, paz e tranquilidade para
adquirirmos uma boa conduta, novas instruções e reflexão, para
estarmos aptos a estar em um terreiro como filho, e tudo isso pode ser
feito dentro do Rocó ou do Roncó.

    Para finalizar, o Rocó tem uma finalidade na qual muitos médiuns
não apreciam muito, pois é lá que o Zelador de Santo leva um médium
para conversar seriamente, quando esse médium faz algo que vai contra
as leis da Umbanda e as regras da casa, demonstrações de mistificação,
de vaidade, de arrogância, enfim, todo e qualquer tipo de coisa errada
que um médium mal informado faça, e que precise de uma boa conversa,
ou o chamado "puxão de orelhas".

    Normalmente o Zelador, ao observar o médium que possa estar com
alguma quebra de corrente, ou de Gira, o chama no canto e pede para
que esse médium vá para o Rocó, e quando o Zelador puder deixar a Gira
por alguns minutos, ele vai e conversa seriamente sobre a falha
daquele médium, e se o caso for resolvido, ou se for algo mais brando,
o médium retorna a corrente, caso contrário esse médium pode ficar no
Rocó até o findar da Gira, podendo ele ter que permanecer lá em outras
Giras, ou seja, de uma a vinte uma giras, tudo dependerá do que tenha
feito ele de errado, do entendimento desse médium e da decisão do
Zelador da casa, ou seu Mentor.

    Normalmente o Rocó ou Roncó é formado por diversos altares,
podendo ser um abaixo do outro, e nesses altares temos dezenas de
quartinhas, e nessas quartinhas temos assentamentos de Orixás, de
Entidades de Luz, do Zelador e de alguns médiuns filhos da casa, como
o do Pai Pequeno, da Mãe Pequena, do Ogã, entre outros.

    Nesses assentamentos podem ser feitos alguns firmamentos, e assim
certamente a casa estará protegida durante as Giras e Correntes
Espirituais com toda as forças das Entidades de Luz e com toda a luz
da irradiação dos Orixás.

    Que o Rocó seja sempre respeitado na Umbanda.

    Que assim seja!

Carlos de Ogum

quarta-feira, 20 de março de 2019 51 comentários

A Humildade e a Simplicidade Aprendida na Umbanda



Sabemos que o lema da religião de Umbanda é fazer a caridade,
fazer o bem sem olhar a quem, mas a Umbanda tem um lema também que é
independente de qualquer coisa, manter-se dentro da humildade e da
simplicidade, aliás isso é uma das regras básicas para quem deseja ser
umbandista de coração.

Apesar de ser um dos mais difíceis ensinamentos da Umbanda a serem
passados, a humildade e a simplicidade deve ser demonstrado a todo
custo, a todo momento, a cada Gira, e por todas as Entidades de Luz, a
seus médiuns e consulentes, para assim tentar manter esse lema ou
regra da melhor maneira possível.

Sabemos que muitas vezes essa regra é literalmente quebrada, pois
sempre nos deparamos com as falhas dos seres humanos, e entre essas
falhas a mais clara que nos mostra em algumas casas de Umbanda é a
vaidade, a prepotência, a arrogância, fazendo que assim a tão
encantadora e nobre humildade seja esquecida por todos os
frequentadores da casa. Por esse motivo o Zelador responsável pelo
terreiro deve cobrar incansavelmente essa forma de ser dentro e fora
da casa para que isso não seja algo que só se lembre quando cobrado na
Umbanda, e sim ser feito rotineiramente, para nosso crescimento
evolutivo espiritual.

Um grande exemplo de humildade e simplicidade na Umbanda vem das
amadas Entidades de Luz, e entre elas temos a grande luz dos Pretos
Velhos e Caboclos, que exalam a caridade, a simplicidade, a humildade,
a bondade e principalmente o amor, mostrando de verdade como devemos
agir em nossa querida Umbanda.

Devemos refletir bem no significado da palavra humildade, pois
muitas pessoas não compreendem exatamente o que é, muitos acreditam
que ser humilde é ser fraco, modesto, pobre, submisso, ou ser inferior
a alguém, porém isso é extremamente errado, pois a humildade é algo
grandioso, algo divino, algo que só pessoas de luz podem ser. Devemos
sempre relacionar a humildade com distinção, com a gentileza, com a
graciosidade, com a lucidez, com a simplicidade. A humildade é uma
enorme virtude que não tem intuito de aparecer ou se mostrar, pois os
humildes não se veem como humildes, apenas se veem como pessoas
coerentes, amigas e simples acima de tudo.

Para aqueles umbandistas que não compreendem o que seja a
humildade verdadeira, basta se lembrarem de alguma conversa que já
tivemos com um Preto Velho, pois como já dito, nossos velhinhos, nossos
amados vovôs e vovós de Umbanda são exemplos a serem seguidos sempre,
pois eles tem a humildade na alma, no coração, e em toda a caminhada
de evolução. Eles nos estimulam a sempre ter um olhar humilde, e assim
nos conecta com o verdadeiro significado da vida, a simplicidade que é
a grande forma de evolução, a evolução que todos nós umbandistas
procuramos.

Os Pretos Velhos em suas vidas de encarnados, sofreram como
escravos, foram açoitados, torturados, ridicularizados  e mesmo assim
tem em seus corações o grande amor de Deus, pois eles são os
espíritos que na Umbanda representam os superadores das grandes
injustiças pela força do bem, da paz, da caridade e do amor. Chegam a
nós para doarem palavras que agem em nossa alma, fazendo assim que
possamos ver com mais clareza aquilo que mexe com nosso ser, a nossa
fé.

Vendo da forma das Entidades de Luz, podemos entender que a
humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois ela e tão somente
ela predispõe aquele que a traz no coração, a sabedoria real.

A humildade valoriza e aprecia a simplicidade, não está em busca
de poder ou prestígio, não tendo ela nenhum tipo de preconceitos, por
esse motivo que a humildade é uma das grandes características de
enorme importância que um médium de Umbanda deve ter, pois ela é o
caminho para servir a seu semelhante e ao nosso Pai Maior, pois um
filho trabalhador de uma casa de Umbanda deve ser simples e humilde
para desempenhar de uma forma louvável a sua missão de caridade.

Para demonstrar nossa humildade devemos ser pessoas de coração
puro, esquecermos os fatos que nos entregam a vaidade, devemos ser
mais acessíveis, devemos nos colocar a disposição de nosso irmão, e
isso dentro do terreiro de Umbanda, independe de sermos médiuns,
Cambonos, curimbeiros, Ogãs, da própria assistência, ou mesmo
Zeladores de Santo, pois todos nós temos um dever a ser cumprido junto
a espiritualidade, e devemos acima de tudo e com todos nos colocar com
humildade. Sabemos que sermos da Corrente não nos faz ser melhor que
ninguém, assim como sabemos também que um médium que incorpora não é
melhor que um médium que está cambonando, assim como também o tempo
de trabalho na mesma casa o torna superior a aquele que tem menos
tempo, pois na Umbanda somos e seremos todos iguais sempre.

É muito triste ver e saber que alguns médiuns de Umbanda
se acham mais importantes que outros, tentando desprezar seu
semelhante pois crê que a Entidade que carrega na Coroa seja a mais
importante da roça, que seu trabalho seja o mais importante do
terreiro, porém devemos compreender que ter as roupas mais bonitas e
enfeitadas não tornam ninguém melhor ou pior dentro de uma Gira de
Umbanda, que ter dezenas de guias no pescoço não faz, e nunca fará uma
pessoa ser umbandista de verdade.

A Umbanda nos ensina que a humildade é a base da evolução, e
dependemos dessa evolução para chegarmos ao encontro do Pai Maior, o
nosso amado Deus.

Então para finalizar, a você médium trabalhador de uma casa de
Umbanda, fuja da vaidade, fuja da arrogância, não menospreze seu
irmão, não tente demonstrar que você é melhor que seu semelhante,
não crie em sua mente que seu Guia é melhor que o Guia de seu amigo de
Corrente, carregue em seu coração, em sua mente e em sua alma, a
humildade ensinada nos terreiros pelas nossas amadas Entidades de Luz,
e se ainda assim tiver alguma dúvida, sente-se diante de um Preto
Velho e converse com ele, certamente esse amado vai lhe mostrar o que é e o que significa a verdadeira humildade, sentimento tão
estimado pela nossa linda Umbanda.

E vamos guardar bem essas frases abaixo, para compreendermos bem o
que é a nossa religião de Umbanda, e depois de refletirmos sobre, é
que veremos se somos dignos ou não de sermos umbandistas.

"Você que fala da Umbanda,
não sabe o que a Umbanda é.
A Umbanda é força divina,
a Umbanda é pra quem tem fé.

A Umbanda é de Preto Velho,
e de Caboclo de pé no chão.
A Umbanda é de gente humilde,
pois a Umbanda é amor e perdão."

Reflitam!

"A Umbanda será uma religião que falará aos humildes, simbolizando
a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e
desencarnados."
(Caboclo das Sete Encruzilhadas - 15 de novembro de 1908)

A prepotência te faz ilusoriamente forte por um dia.
A humildade te torna verdadeiramente forte para sempre.

Não se deixe levar pela vaidade. Você sempre será luz com a humildade.
Assim disse Vovô Rei Congo.


Busquemos sempre a humildade plena!



Carlos de Ogum

segunda-feira, 11 de março de 2019 37 comentários

Entendendo as Regras da Umbanda



    A Umbanda é uma religião que prega a paz, a caridade, o amor, a
compreensão, isso já sabemos, porém o que muitas pessoas se enganam é
acreditar que na Umbanda não há regras a serem seguidas, pois existem,
assim como tudo que se deve ser mantido para elevar a fé e o
entendimento dos fatos relacionados a Deus.

    Infelizmente não vemos com frequência essas regras serem mostradas
em sua realidade, e isso não só por consulentes que acreditam que a
Umbanda vai fazer em um estalo de dedos, algo que possa beneficiar
esse consulente, mesmo que isso possa estar prejudicando um
semelhante, ou mesmo por médiuns mal preparados, sem desenvolvimento
mediúnico, sem informações concretas sobre a nossa religião, sem um
estudo adequado sobre o que é Umbanda e seus preceitos, e ainda mais
triste disso tudo é saber que temos Pais e Mães de Santo que
simplesmente ignoram as regras umbandistas pelo simples fato de buscar
enganar seus consulentes, mostrando e induzindo a fazerem entregas sem
noção, oferendas sem nexo, cobranças indevidas, e isso muitas vezes
abrindo lacunas na vida desses consulentes, e nela adentrando em seus
caminhos obsessores, que só aguardam essas oportunidades hipócritas,
para ai sim fazer da vida desse consulente um inferno.

    O grande problema disso tudo é essa disseminação da falsa visão
sobre a religião, fazendo com que ela se torne alvo do preconceito
por parte dos radicais e naturalmente mal informados líderes de
outras religiões, além da extensa carga obsessiva que é energizada e
liberadas pelos falsos umbandistas, pelos falsos Zeladores, e pelos
consulentes que buscam a Umbanda com intuito de disseminar a maldade,
sem ao menos querer escutar os conselhos e ensinamentos das Entidades
de Luz, entidades como os Caboclos, Boiadeiros, Pretos Velhos,
Ibeijadas, Malandros, Ciganos, Pombos Giras e Exús.

    Essas Entidades de Luz seguem as regras umbandistas com grande
zelo, e nunca de forma alguma as quebram, portanto fiquem atentos,
quando em um terreiro estiver, com pedidos incoerentes, com maldade
em seu coração, desejando algo que vá contra o livre arbítrio dos
outros, buscando fazer magias, amarrações, entre outras vontades
obscuras, que só você acredita que seja de seu merecimento, e uma dita
entidade não se opor a isso, certamente você não estará falando com
uma Entidade de Luz verdadeira, e sim com espíritos sem luz, como
Kiumbas, Eguns, Zombeteiros, que certamente o médium de atendimento
estará dando aberturas com sua mistificação, sua vaidade, suas
mentiras, sua hipocrisia.

    Sabendo disso, o mais correto a ser feito é buscar entendimento
sobre as regras da Umbanda, o que é realmente aceito, o que seria a
Umbanda de fato, quais os preceitos dela, e como sermos verdadeiros
umbandistas, sem que colocássemos o lindo nome da religião em falácias
dando chances aos maldosos e preconceituosos ditos fiéis de outras
religiões, e principalmente a energização de obsessores, que se
aproveitam dessa disseminação para tomarem consulentes, médiuns e
Zeladores sem informação verdadeira.

    Uma das principais regras da Umbanda, é nunca, de forma alguma ver
a Umbanda como magia, pois não é, nunca foi e nunca será.

    Vemos muitos consulentes indo aos terreiros, templos, centros,
barracões, não para buscar fortalecer a espiritualidade, nem buscar
caminhos através dos ensinamentos das Entidades de Luz, muito menos
fazer a caridade a um semelhante. Essas pessoas sem informação vão a
as casas de Umbanda pedir coisas que só elas acreditam que merecem,
sem a menor preocupação em poder estar prejudicando outras pessoas,
sem se importar em estar disseminando energias negativas para
fortalecer obsessores, acreditando realmente que a Umbanda é como
magia negra, e que em um estalar de dedos tudo vai acontecer como pode
estar desejando a mente sádica desse consulente.

    E como em todo lugar existem pessoas boas e ruins, e isso não é
diferente nas casas de Umbanda, pois infelizmente, muitos Zeladores,
médiuns que dão consultas, tomados pela vaidade, mistificação, e assim
ignoram as regras da Umbanda, induzindo esse consulente a crer que
realmente que a Umbanda seja magia, indo totalmente a contra mão do
preceito da religião.

    Então essa regra é importantíssima, pois crendo que esteja em um
terreiro de Umbanda, e crendo que nesse terreiro se faz magia,
certamente nada de verdadeiro será visto ali, pois não tem nenhuma
irradiação de Umbanda nessa casa, e sim de seitas de magia negra, onde
se energizam Kiumbas, Eguns, Trevosos e Zombeteiros, espíritos sem luz
que não fazem parte da Umbanda, e sim são combatidos por ela.

    Uma outra regra importantíssima também, e que muitas pessoas
tentam quebrar, mesmo sendo essas pessoas Zeladores de Santo, Médiuns
de consulta, é que a Umbanda acima de tudo respeita o livre arbítrio
de todos, ou seja, de forma alguma faria algo que fosse ao desencontro
da vontade verdadeira de um semelhante. Um exemplo bem básico disso
são as informações errôneas sobre as ditas amarrações amorosas, coisa
que jamais seriam feitos pela Umbanda e suas Entidades de Luz.

    Portanto antes de fazer qualquer cogitação a uma Entidade de Luz,
reflita intensamente se esse auxílio não vai em desencontro com o
livre arbítrio de alguém, pois certamente se for nenhuma Entidade de
Luz vai estar em concordância com isso, e se estiver, claramente não
é uma Entidade de Luz, podendo ser um obsessor se colocando como uma
Entidade, ou um médium mal preparado ou vaidoso, ou apenas um
espertalhão tentando induzir alguém a crer em algo inexistente pelo
simples motivo de tirar-lhe algum dinheiro.

    Outra regra da Umbanda que devemos ficar atentos, é que a Umbanda
não cobra nada por um auxílio espiritual, não cobra por firmamentos
da saúde, por aberturas de caminhos, enfim, não cobra nada que esteja
relacionado a caridade espiritual.

    Aquelas pessoas de má índole, que se utilizam do nome da Umbanda
para cobrarem por trabalhos, certamente estão legislando por causa
própria, pois nenhuma Entidade aceita pagamento algum em troca da
caridade feita. Se um consulente desejar, ele poderá auxiliar a casa
com velas, defumadores, ervas, e até uma contribuição em espécie,
porém não pode ser vinculado essas doações ao trabalho feito, e sim
apenas como vontade vinda do consulente em mostrar seu carinho pela
casa em questão, ou pela Entidade que mais lhe agrade. Isso jamais
poderá ser pedido por um Zelador ou um médium, se acontecer essa
doação, a casa será muito agradecida, caso não aconteça, a casa
agradece da mesma forma, e cuidará de todos igualmente.

    Mais uma regra importante a ser observada é que a Umbanda nunca
pede, nunca pediu e nunca pedirá que seja feitos sacrifícios, matanças
de animais em seus cultos. A Umbanda condena esses atos, não tem
ligação nenhuma com sangue, materiais orgânicos, ou qualquer tipo de
entrega ou oferenda desse tipo. Aquele que prega isso se utilizando do
nome da Umbanda, ou está extremamente mal informado, ou com más
intenções de pregar algum tipo de seita satânica, sem coragem
suficiente em revelar o nome dessa dita seita, e se faz passar por
umbandista, para enganar consulentes sem informação.

    Outra regra da religião de Umbanda, é abraçar a todos que buscam
um entendimento espiritual através do terreiro, pois de forma alguma a
Umbanda vai distinguir as pessoas pela classe social, pela posição
econômica, por raça, pela cor, pela cultura, ou até mesmo pela
orientação sexual. A Umbanda é catalizadora de todas as correntes,
sendo assim jamais irá ver uma pessoa diferente da outra. Somos e
seremos sempre iguais, filhos do mesmo Deus, e assim sendo, irmãos
espirituais.

    Devemos entender que uma regra bem cobrada dentro da Umbanda é
estar em ligação com Deus, com os Orixás, com as Entidades de Luz, e
essa ligação deve nos ligar a caridade plena, e assim que devemos
entender, refletir e agir, tudo que pedimos ou fazemos dentro da
Umbanda, deve ser ligado diretamente em prol da caridade, pois não
sendo assim, estaremos em desacordo com a Umbanda, e nunca poderemos
dizer com convicção que somos verdadeiros umbandistas.

    Devemos seguir essas regras sim, elevar o nome de nossa religião,
mostrar que ela tem caminhos, e para seguirmos esses caminhos não
podemos ignorar o que a religião prega, mesmo que as regras da Umbanda
não nos demonstre aquilo que imaginamos que fosse, aquilo que falsos
umbandistas pregam, aquilo que pessoas sem caráter tenta impor, aquilo
que alguns líderes de outras religiões preconceituosas inventam, pois
respeitando essas regras estamos respeitando uma das mais lindas e
dedicadas religiões do planeta, a religião de Umbanda, a religião que
tem como regra nos religar ao nosso Pai Maior, o nosso amado Deus,
acima de tudo e de todos. Sigamos então essas regras, e vamos ser
verdadeiramente umbandistas, sem esses preceitos errôneos, sem essa
hipocrisia, sem a maledicência imposta, e principalmente sem a
intenção de só desejar algo a si próprio, sem se importar com o que
possa acontecer aos nossos irmãos.

    A Umbanda recomenda seguirmos essas regras para que assim possamos
entender o que é a verdadeira religião ensinada por nossas amadas
Entidades de Luz, nossos Orixás, e principalmente nosso Pai Maior.

    Salve a Umbanda e suas regras!

Carlos de Ogum

 
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