Dentro da Umbanda temos lições extremas,
ensinamentos de como sermos e como devemos agir. Porém muitas pessoas que
buscam a Umbanda sem saber realmente seus preceitos e suas regras, acreditam
que a religião seja uma magia e que em um estalar de dedos, ao bel prazer desses
consulentes, as coisas simplesmente acontecem, isso sem o merecimento, sem o
desejo de Deus, sem ao menos estar destinado a essas pessoas.
Mas para a decepção de muitos, a verdade da
Umbanda é totalmente diferente, pois só alcançamos algo que esteja dentro de
nosso destino, de nosso merecimento e claro, com a benção e o aval de Deus, nosso
amado Pai Maior.
Esses preceitos são passados pelas
Entidades de Luz, pelos Orixás e até mesmo por Zeladores de Santo, que não
estando incorporados, mas tem dentro de si a honestidade de demonstrar a
verdadeira Umbanda, sem interesses pessoais.
Para ilustrarmos o que estamos tentando
dizer, vamos usar um texto, onde a referência são as lições dadas por Pai Ogum
a um consulente, que vem a ele pedir algumas bençãos, sem tentar entender sobre
os merecimentos, sobre a força de vontade, e sobre o destino.
Dentro desse texto vamos resumir uma
explicação referente às colocações da Umbanda e suas regras, para salientarmos
a realidade da religião umbandista e retirar essa falsa colocação que a Umbanda
é magia, que em um estalar de dedos tudo pode ser concedido, mesmo sem a
aprendizagem, lições e merecimentos, conforme a determinação de Deus.
Então vamos ao texto
**********************************************************************
“Eu pedi a Ogum,
para fazer meu filho aleijado se tornar completo.
- Ogum disse:
não! Seu Espírito é completo, seu corpo é apenas temporário.”
Reflexão: Devemos entender que tudo que
passamos ou somos como encarnados são lições, acertos e aprendizagem. Sem esses
fatos não teríamos a chance de evolução. Cada um de nós tem que trazer de outras
reencarnações, fatos e problemas, sejam eles quais forem, para podermos
melhorar em algo que erramos, ou acertar alguma coisa com outro espírito no
qual no passado fizemos algo de ruim. Muitas são as formas de acerto e
evolução, porém se não aceitarmos essas lições, certamente retornaremos sem
evoluir, ou melhorar, ou acertar nossas pendências, e logicamente teremos que
retornar da mesma forma em uma próxima reencarnação. Portanto busquemos
melhorar sempre, entender as lições de Deus para que possamos crescer
espiritualmente.
“Eu pedi a Ogum
para fazer meu Espírito crescer.
- Ogum disse:
Não! Você deve crescer em si próprio! Mas eu te podarei para que dê frutos.”
Reflexão: Muitas vezes acreditamos
estar no caminho correto rumo à evolução. Acreditamos tão fielmente nisso que
nos achamos perfeitos, ao ponto de cobrar a Deus, aos Orixás, as Entidades de
Luz, que eles nos façam crescer espiritualmente, mesmo estando nós estagnados.
Não entendemos
que a cada lição dada, seja ela por uma Entidade de Luz dentro dos terreiros,
pelos Orixás na forma de resposta da natureza, ou mesmo por Deus na forma de
fatos de nossa existência, são podas de galhos secos, para que assim possamos
florescer novamente, frutificar e termos a chance de não morrermos para a espiritualidade.
“Eu pedi a Ogum
para me dar felicidade.
- Ogum disse:
Não! Eu dou bênçãos; felicidade depende de você.”
Reflexão: Tudo que conseguimos sem
nosso esforço pessoal não tem o valor verdadeiro para nossa evolução.
Desejamos a
felicidade. Cobramos de Deus essa felicidade. Porém muitas vezes estamos
buscando a falsa felicidade, pois acreditamos que ela só vem da forma
grandiosa, esplêndida, insuperável.
Será que isso é a verdadeira felicidade?
Deus nos concede
bençãos todos os dias, nos da à luz do Sol, o brilho da Lua e das estrelas, nos
envia a chuva que traz a água que mata nossa sede, nos dá nosso alimento, nos
dá a chance de nos arrependermos de nossos erros, nos concede o amor divino,
nos deu a inteligência, o poder da fé, enfim, tantas bençãos que bastaria um instante
de agradecimento de nossa parte, para entendermos que a felicidade já está
conosco.
“Eu pedi a Ogum
para me dar paciência.
- Ogum disse,
Não! Paciência é um subproduto das tribulações; ela não é dada, é aprendida.”
Reflexão: Rogamos ao Pai Maior que nos
abençoe com a paciência. Julgamos nossos semelhantes, entramos no rodamoinho da
ira, reclamamos por ter que esperar por algo ou por algo não acontecer. Porém
não buscamos a compreensão, o entendimento, o domínio de si próprio. Não cultivamos
em nós mesmos a sabedoria de aguardar o instante correto das coisas, mesmo
sabendo que tudo e todos têm seu momento.
E cobramos,
cobramos sem refletir, sem refletir em nada, sem refletir sobre as lições do
tempo, da vida, de Deus.
E assim não
aprendemos nunca que a paciência é igual uma planta, que para nascer e crescer,
a terra deve ser preparada, semeada, adubada, aguada, cuidada, aguardada e
amada. E assim é a aprendizagem da paciência, demora o tempo que for preciso e
devemos amar aprender essa boa lição e jamais desejá-la sem esforço.
“Eu pedi a Ogum
para me livrar da dor.
- Ogum disse:
Não! Sofrer te leva para longe do mundo e te traz para perto de mim.”
Reflexão: Devemos entender que a dor é
uma forma de crescimento. O sofrimento nos faz elevar nossa fé perdida pelos
prazeres do mundo.
Quando temos uma
vida facilitada, sem dores, sem perdas, sem fracassos, sem sofrimentos, nós
esquecemos que acima de tudo e de todos tem um ser divino, o nosso Pai Maior
que é Deus.
Muitas vezes
acreditamos sermos superiores a tudo e a todos, fazendo minguar a nossa fé. Não
buscamos nos entregar a Deus, não deixamos que seus Anjos e Entidades de Luz
nos direcionem para o melhor caminho, não acreditamos que um dia poderemos cair
e não termos uma mão para nos levantar.
A dor e o
sofrimento não devem ser banidos, devem ser compreendidos, e um dia aprenderemos
que a cada momento de dor é um momento de evolução e de acerto, para a busca de
uma reencarnação já evoluída sem então precisar passar pela dor novamente.
“Eu pedi a Ogum
todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
- Ogum disse:
Não! Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas.”
Reflexão: Somos apegados extremamente a
bens materiais, a falsos amores, a coisas supérfluas. Acreditamos que tudo isso
faz com que a vida seja melhor, mais gratificante, mais excitante. Porém são
falsos prazeres que temos e assim colocamos esses falsos prazeres acima de algo
muito mais gratificante e divino, que é a própria vida, a grande benção em
forma de presente que Deus nos concedeu.
Temos em mente
que para melhor apreciar a vida, devemos ser abastados, sempre com os melhores
automóveis, as melhores mansões, as melhores grifes, as melhores comidas e
bebidas, acompanhados das pessoas mais importantes para assim sermos entregues
a uma felicidade extrema. Porém já temos a própria vida e só ela nos dá a possibilidade
de podermos apreciar tudo mais e assim sermos gratos a Deus e recebermos
bençãos verdadeiras e logicamente alcançar a tão sonhada e apreciada
felicidade.
“Eu pedi a Ogum,
para retirar os meus vícios.
- Ogum disse:
Não! Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles.”
Reflexão: Com o passar de nossa
existência como encarnados, trazemos de outras encarnações alguns vícios que
por ventura não conseguimos evoluir sobre eles. Também adquirimos novos vícios
da mesma forma, ou seja, nos deixando ser tomados pelos maus sentimentos, tais
como a inveja, ciúme, ódio, ira, preguiça, enfim, vários e vários sentimentos que
crescem em nosso caminho como ervas daninhas.
Também, além
desses vícios de sentimentos, temos os vícios ditos físicos, como a bebida
alcoólica, o fumo e os entorpecentes, que igualmente nos destrói, nos levando
muitas vezes a virarmos farrapos humanos.
Quando com um pouco
de consciência desses fatos e em um momento de lucidez diante o desespero,
buscamos a Deus e rogamos que ele nos livre desses vícios, porém não nos esforçamos
para buscar escapulir deles, ou seja, jogamos a responsabilidade a Deus e não
abraçamos essa responsabilidade para nós mesmos.
A conclusão
disso é que não estamos lutando contra os obsessores que irradiam esses vícios,
estamos apenas buscando uma desculpa para nos enganar e após nos entregarmos
novamente a esses vícios, culpar a Deus, pela nossa própria falta de vontade de
evoluirmos.
Portanto devemos
lutar firmemente contra esses maus atos e maus sentimentos, e buscar isso de uma
forma convicta, sem desculpas e sem fraquejar, para que assim possamos nos
livrar deles e seguir firmemente para a nossa evolução espiritual.
“Eu pedi a Ogum
para me ajudar a amar os outros, como ele me ama.
- Ogum disse:
Ah, finalmente você entendeu a idéia.”
Reflexão: O amor é a esperança de um
mundo melhor. O dia que aprendermos que nossos erros não devem ser elevados
acima do amar e ser amado nos encontraremos verdadeiramente com Deus, nosso Pai
Maior.
A Umbanda nos
ensina que esse amor que devemos buscar e entender, não é o amor de palavras ao
vento, de gestos vazios, de atos interessados.
O amor que
devemos espalhar a nossos semelhantes é como o puro amor de Deus, sem
cobranças, sem interesses, sem hipocrisia. Deve ser o amor fraternal, de
caridade, de fé, de luz, de paz.
Só quando
aprendermos a distribuir esse amor divino, é que podemos dizer com toda certeza
que estamos preparados para seguir adiante, para os braços do Senhor, para a
eternidade, para a evolução pura e verdadeiramente espiritual.
**********************************************************************
E assim podemos demonstrar resumidamente
alguns passos que devemos seguir para buscar à tão sonhada evolução espiritual
por nós umbandistas.
E com a luz desse Orixá guerreiro, que me
mostra tantos caminhos para que eu chegue verdadeiramente aos braços de Deus,
deixo a todos uma frase de nosso irmão Chico Xavier, para reflexão.
"Não somos seres humanos passando por uma
vida espiritual, somos seres espirituais passando por uma experiência humana."- (Chico Xavier)
Parem e reflitam!
Obs.: Esse texto foi idealizado no título e subtítulo do original" Eu Pedi a Deus..." (autor desconhecido) e foi colocado de forma para que os filhos de Pai Ogum, busquem o entendimento de evolução. E esse é o motivo de ter sido trocado o original do título e subtítulo. Frisando que o conteúdo do texto é exclusivo do autor desse blog,
www.umbandayorima.blogspot.com.br
Obs.: Esse texto foi idealizado no título e subtítulo do original" Eu Pedi a Deus..." (autor desconhecido) e foi colocado de forma para que os filhos de Pai Ogum, busquem o entendimento de evolução. E esse é o motivo de ter sido trocado o original do título e subtítulo. Frisando que o conteúdo do texto é exclusivo do autor desse blog,
www.umbandayorima.blogspot.com.br
Carlos de Ogum